Fanfic: O que são as coisas... {portiñón - AyD}

-Oh meu Deus... - foi tudo o quê Any conseguiu dizer quando se separaram - Oh... meu... Deus...

Seu corpo inteiro tremia, mas ela não sabia dizer se de desejo, satisfação, medo, insegurança... Tudo ao seu redor se dissipara momentaneamente, e nos braços da melhor amiga a Terra parecia parar de rodar por alguns momentos. Precisou segurar-se na parede para não tombar para trás, em um desmaio.

-Oh meu Deus... - repetiu, sem fôlego. - O quê eu fiz?

Dulce Maria manteve-se em silêncio. Estava em choque, completo choque. Tinha sonhado com aquele momento desde que Any a abraçara no lobby do hotel, mas agora que o vivera ele não lhe soou tão mágico quanto esperava. A culpa era bem maior do que qualquer mágica que pudesse existir ali. Se bem que fora Any quem começara tudo, mas...

-Eu ainda preciso me trocar... - foi o quê sua boca reproduziu.

-Eu sei, eu sei... Perdoe-me. Eu juro que não vai acontecer de novo... Ai, Senhor... Perdoe-me, Dul. Eu também preciso ir. Perdão.

Então virou-se para a porta e desapareceu por ela, o coração acelerado e o corpo trêmulo, deixando Dulce sozinha no camarim, junto de qualquer remota lembrança do quê pudesse ter havido ali.

Alcançou a rua e ela lhe pareceu maior do quê se recordava; mais fria, mais cinza, mais vazia. Caminhava apressada, os sentidos tendo ficado para trás, rumo ao único lugar onde poderia esquecer aquilo tudo, onde poderia convencer-se de quê tudo não passara de um sonho pitoresco e inútil, olvidável como qualquer outro sonho sem importância nenhuma: um canto onde pudesse fumar.

Tragou o primeiro cigarro com tanta vontade que se engasgou. Terminou-o em cerca de dois minutos e pegou outro. Fumou este com mais calma, sentindo o efeito chegar-lhe ao cérebro. Martirizava-se com a fumaça, condenava-se com o tabaco. Que se danasse sua voz; tinha que esquecer aquilo! Dulce María? Quem era Dulce María? Ela fora uma idiota, uma completa idiota egoísta, impulsiva e otária. Isso mesmo, Any! OTÁRIA! Formulou mais umas quatro ofensas em sua cabeça e atirou o toco do cigarro longe. Desabou em lágrimas. Por quê, Senhor, se apaixonara justo por ela?