Fanfic: O que são as coisas... {portiñón - AyD}

-Fique onde está!

Any empurrou Dulce na parede e bloqueou sua saída. Trancou a porta do banheiro.

-O quê você quer? Destranca essa porta, isso aqui é público, sabia? – esbravejou Dulce, avançando em sua direção. Any a empurrou de volta.

-Fique onde está, Dulce Maria! Você não vai sair daqui enquanto não conversarmos!

-Ah, agora você quer conversar sua hipócrita?

-Pára com isso! Você é mais hipócrita do que eu! Você marcou o evento para o mesmo dia que eu!

-E você lançou seu clipe no mesmo dia que eu lancei o meu!

-Pára de gritar!

Dulce silenciou-se, ofegando de raiva. Anahí se afastou da porta e foi em sua direção. Dulce recuou.

-Pelo amor de Deus, olha o quê estamos fazendo... – choramingou Any. – Dulce, olha o quê está acontecendo entre a gente!

-Culpa sua.

-Culpa nossa! Por que nos apaixonamos?

-Eu não estou apaixonada por você.

-Eu sei que está. Por isso está com raiva. – ela avançou mais alguns passos e se aproximou de Dul. – Nós vamos acabar nos matando desse jeito... Eu não consigo parar de pensar no quê pode acontecer se continuarmos assim...

-E o quê você quer que façamos? – berrou Dulce. – Por Deus, Anahí! Isso é ridículo!

-Eu sei. – Any suspirou. – Eu sei Dul. Mas é inegável.

-Não creio.

-E o quê vai fazer? Me ignorar pelo resto de sua vida? Dulce, por favor, seja madura e encare as coisas! Nossos pais são amigos, temos amigos em comum, trabalhamos com um mesmo público... A gente não vai conseguir se evitar para sempre! Uma hora ou outra vamos ter que aceitar isso tudo!

-Isso tudo o quê?

Any esboçou um sorriso tristonho. Lágrimas escorreram por seu rosto e terminaram em sua boca, salgando-a.

-Eu te amar... Eu estar louca por você... Eu ter te evitado por dois anos por ter me apaixonado obsessivamente pela minha melhor amiga... Isso tudo.

Dulce engoliu em seco e sentiu o coração acelerar. Suas mãos suaram frio, um calafrio subiu por sua espinha, sua boca secou... Procurou palavras, mas não encontrou nenhuma. Ver Any chorar lhe dava vontade de chorar também. Mas conteve-se.

-Você é incrível, sabia? – comentou, quando organizou os pensamentos. – É incrivelmente manipuladora, mentirosa...

-Por que fica dizendo isso? – choramingou a loira. – Dul, isso não muda nada entre a gente...

-Porque é a verdade, Giovanna. Porque, assim como da outra vez, você vai me manipular, dizer que sente muito por tudo, beijar-me e depois me meter um punhal nas costas!

-Eu não fiz com essa intenção. É tão difícil aceitar que estamos apaixonadas?

-É tão difícil aceitar que não podemos está-lo? Any, isso é errado! Eu não te amo dessa forma!

-Negar isso pra sempre vai servir de quê, mulher?

Desta vez era Any quem berrava. De repente, o banheiro pareceu pequeno demais para as duas e Dulce sentiu as paredes a esmagarem.

-Eu não quero sofrer... – foi o quê respondeu. – Nós só vamos sofrer, Anahí... Nós nunca sentimos isso antes, é uma coisa errada... Eu sou católica...

Any pousou o indicador em seus lábios e a silenciou. Seu rosto então pareceu incrivelmente perto, tão perto que seus narizes já roçavam quando tornou a falar.

-Eu sei...

E antes que sequer percebesse, Dulce já tinha seus lábios colados aos dela novamente.