Fanfic: O que são as coisas... {portiñón - AyD}

Os cinco estavam em silêncio, evitando se encarar. Lá fora, o sol já ia se pondo e um feixe de luz era a única iluminação naquele canto do lobby, onde Christian, Poncho, Christopher, Dulce e Maite se encontravam sentados, com expressões tristonhas. Dulce era a pior; olheiras profundas apoiavam seus olhos e estava nítido que não comia há um bom tempo e não dormia há dias. Sua cabeça estava apoiada no ombro de Christopher, que balançava nervosamente a perna enquanto, ás vezes, lançava um olhar solidário à Maite. Poncho era o mais emurrado de todos, e Christian o mais confuso. "Cá estamos nós de novo", foi a primeira coisa que Dulce pensou; "exceto pelo fato de estar faltando Anahí".

Seu rosto lhe vinha à mente cada vez que fechava os olhos. A maneira como seus olhos azuis derramaram aquelas lágrimas, - lâminas afiadas a perfurarem seu coração - a maneira como sua voz falhava enquanto suplicava por uma explicação, a maneira como repetia, incessantemente, que a amava e que ela era "uma hipócrita de merda"... Se antes Any a assombrava em sonhos hediondamente sexuais, agora ela vinha em forma de pesadelos que lhe acordavam molhada de lágrimas, chorando como se nunca o houvesse feito, as cobertas enroladas em seu corpo como uma camisa de força. Mas tudo bem... Elas não poderiam ficar juntas, de todas as formas. E fora Any quem começara. Ela só pagava na mesma moeda.

-Eu adoraria que vocês explicassem isso aqui pra mim. - disse o homem que eles esperavam, jogando uma revista sobre a mesa que separava os sofás onde estavam sentados. - E quero a verdade.

Todos olharam as letras garrafais e de um rosa-shock cegante berrarem: "ANAHÍ ME ASSEDIOU SEXUALMENTE - E OS DEMAIS RBD CONFIRMAM!"

Envergonhada, Dulce ergueu os olhos para Pedro Damián, que parecia alterado como eles jamais o viram. Engolindo em seco, foi a primeira a falar:

-Ela começou. Ela disse que eu era uma hipócrita e tal, e que eu estava planejando arruinar a conferência dela... Aí eu quis me vingar.

-Assim?

-Eu tentei impedir. - defendeu-se Christopher, mas todos o olharam de cara amarrada e ele silenciou-se de novo.

-Nós achamos que ela merecia uma vingança, mas não esperávamos que fosse chegar a tanto. - esclareceu Poncho e Maite concordou. - E Dulce não disse isso, exatamente.

-Ela disse que a Any a assediava e que desde pequena ela fazia de tudo para que a Dulce não fosse atriz, por medo de ser ofuscada. - complementou Maite. - Essas foram as palavras exatas dela.

-E a gente confirmou. - continuou Christian. - Eu nem sabia direito o quê tava acontecendo, mas...

-Vocês deveriam se sentir um bando de bosta, sabiam? - disse Pedro, mas não parecia zangado. - Olha no quê que vocês a meteram. No quê que vocês se meteram.

-Eu já me arrependi e já tentei consertar tudo, mas ninguém escuta. - gemeu Dulce. - Além disso, ela também não fez o favor de negar o quê disse.

-Óbvio que não. - replicou Christopher. Eu também não negava.

-Pô cara, de qual lado você está? - ralhou Poncho. - Ajuda! Você também tá metido nisso!

-O fato é que eu recebi uma ligação do assessor dela. Você, Dulce, vai à tribunal por danos morais.

Todos arregalaram os olhos. Dulce coçou a cabeça nervosa.

-Quando?

-Essa semana. Marcaram a audiência para a sexta-feira e você tem que estar presente. Se Deus for bom, você só vai pagar uma multa a ela.

-E se não...? - fizeram todos os cinco juntos.

-Dulce vai presa.