Fanfic: O que são as coisas... {portiñón - AyD}

-Ô inferninho...

Foi a primeira coisa que Dulce disse quando desceu no aeroporto de Los Angeles. Era uma muvuca só: gente, segurança, aeromoças, funcionários... Todo mundo queria um pedaço dela, sendo que ela tampouco aguentava consigo. Levava apenas duas malas, mas estas duas pesavam como dez, e todo mundo queria ajudá-la ao mesmo tempo. Seu assessor a conduziu pelas portas dos fundos para um carro que a aguardava e, dando uma arrancada, o motorista a introduziu em seu primeiro passeio pela "Capital do Cinema".

O quê ela fazia ali? Nem ela sabia. Poncho quem arrumara tudo, junto com Ucker; segundo eles, um famoso diretor a queria em seu próximo filme e, portanto, ela estava a caminho do hotel Private Hills, onde ele se hospedara. Porém, o nome lhe era vagamente familiar... Não era esse o nome do hotel onde Anahí se hospedou enquanto procurava por uma casa na cidade? Talvez... O problema era que ela nem conhecia o cara - um tal de Ferdinando D`Alva - e odiava cidade com muita muvuca, mesmo vivendo no distrito federal do México. Somando os dois, dava "Dulce Maria em Los Angeles: irritada e perdidinha", mesmo com um assessor, seguranças, guias, motoristas e etc. ao seu redor.

-Se ele está tão interessado em mim, porque não me ligou? - ela tinha perguntado a Poncho, ao que ele respondeu:

-Ele tentou, mas eu atendi.

Agora, lá estava ela.

O hotel ficava a alguns quilômetros de Hollywood, em meio a relevos muito verdes manchados de azul pelas piscinas cristalinas das casas à beira de praia. Private Hills, em si, parecia mais com um resort do que com um hotel, sendo todo decorado em branco e verde - extremamente luxuoso. Dulce se virou para Tomás e perguntou:

-Eu vou me hospedar aqui?

-Sim senhora. Não é perfeito?

Perfeito até era, mas ela não se sentia muito confortável em meio ao luxo extremo; e aquilo era extremamente extremo. Era a cara de Any, pensou, e não lhe surpreenderia que a ex-melhor amiga pagasse uma mensalidade absurda só para viver ali. De qualquer forma, eram apenas negócios e ela não ficaria se deliciando com muito daquilo mesmo... Assim que saltou, por exemplo, foi logo conduzida às pressas para o quarto a fim de evitar os fotógrafos.

Este possuía uma linda vista para o mar. Tudo brilhava. O banheiro era do tamanho de sua sala de estar e a TV do tamanho de uma tela de cinema.

Sinceramente? Era perfeito até demais.

Às duas, tendo ela chegado às dez, Tomás disse que iriam almoçar ali no hotel. Ia ter um coquetel, ou algo assim. Dulce se vestiu de acordo, mas não estava muito animada, de modo que ia andando de caeça baixa por todo o percurso até o salão de coquetéis e afins, esbarrando em uma mulher pelo caminho e quase a jogando no chão.

-Oh céus... Me perdoe. Você está bem?

A mulher sorriu para tranquilizá-la e então Dulce pôde reparar direito em seu rosto. Era uma mulher muito bonita e claramente latina, mas Dulce não a reconheceu de imediato. Usava roupas um tanto inadequadas para a ocasião (jeans, tênis e regata), mas nela ficavam muito bem. Além disso, seu cabelo emanava um odor de chocolate irresistível, como se houvesse sido pintado por uma barra de Hershey`s ou Rocher. Dulce retribuiu o sorriso.

-Você é uma das ex-RBD, não é? - perguntou a mulher.

-Sou... Dulce Maria.

-Nunca gravo os nomes, perdão. - ela estendeu a mão. - Ana de la Reguera. Sou atriz também.

Dã, óbvio. É claro que Dulce a conhecia de algum lugar; Ana, uma mexicana que faz um tremendo sucesso em Hollywood - a Penélope Cruz mexicana, de acordo com alguns - bem ali na sua frente. Ah, o destino era muitíssimo cruel.

-Você vai ao coquetel? - perguntou Dulce.

-Não me meto com os magnatas. Odeio essas coisas.

-Eu também, mas parecem que fazem questão...

Ana alargou o sorriso.

-Cuidado com quem você fala, esse povo daqui só quer você ou pra comer ou pra sugar teu dinheiro. - alertou. - Mas não quer dizer que você não possa dar "uma chance" a alguns.

-Não fazem meu tipo. Obrigada pelo aviso.

Se despediram e então seguiram em direções opostas.

Os "magnatas" eram pessoas ricas que só por isso se achavam famosas. Dulce repudiou-os na mesma hora, mas Tomás parecia preocupado com alguém por chegar e não necessariamente com o bando de homens dando em cima de sua patroa. Ela procurou ficar junto a ele durante a maior parte do tempo, até que, com um grito saudoso, ela enfim entendeu por quem esperavam.

E não era Ferdinando D`Alva.

Era - confessou-se - alguém muito melhor.

COMENTEM!! Quem vocês acham que é??