Fanfic: Uma Dupla Perfeita (Adaptada AyA) - TERMINADA

"Nada mal para uma missão de reconhecimento", Poncho pensou, enquanto beijava os lábios irresistíveis de Annie. Além do mais, ela correspondia à carícia como nunca havia experimentado. Estava totalmente dominado pela excitação.

Os dois perderam a noção do tempo, beijando-se ali, no meio da rua, indiferentes à chuva que os castigava. Então, de súbito, um carro passou sobre uma poça mais próxima da calçada, fazendo com que a água respingasse com violência neles. Apesar do inconveniente, o banho serviu para despertá-los do torpor que dominava-lhes os corpos e as mentes.

No mesmo instante, afastaram-se, olhando-se, assustados. Só agora percebiam o que acontecera entre eles.

Annie começou a rir, enchendo o ar com um som agradável e melódico. Logo, sem perceber, Poncho também estava rindo. Parecia que tudo entre eles seria diferente e incomum, até mesmo um simples encontro para jantar.

— Que tal entrarmos para comer algo quente? — ela sugeriu, apontando para o restaurante de onde acabara de sair.

— E mais um pouco daquele vinho?

— Vinho?

— Pude sentir o gosto — Deu-lhe uma piscada, sem nenhum pudor.

— Oh! — Annie corou, envergonhada ao lembrar-se do beijo.

Verdade que não era tímida, mas jamais beijara um homem com tanta intensidade logo no primeiro encontro, ou melhor, no início do encontro.

Dando-lhe o braço, como um perfeito cavalheiro, Poncho a conduziu de volta ao estabelecimento. No íntimo, gostaria de levá-la até seu apartamento e descobrir com os lábios cada curva e reentrância daquele corpo sensual, que o levava à loucura. Porém, em nome da decência e dos bons costumes, conteve seus ímpetos sedutores. Não era nenhum puritano, mas também não era um dom-juan, que só pensava em fazer amor com cada moça bonita que conhecia. Além disso, não sabia por que, Annie era diferente.

Por sorte, a chuva afastou a maioria dos clientes, de forma que ainda havia mesas disponíveis no restaurante.

O mesmo garçom que atendera a Annie os conduziu à mesa, livrando-os dos casacos encharcados. Era uma pena que não pudessem fazer o mesmo com os sapatos.

— Por favor, traga uma garrafa de vinho — Poncho pediu. — O mesmo que a senhorita estava tomando, há pouco.

— Pois não, senhor.

Assim que o homem se afastou, Poncho aumentou a intensidade da luz da lamparina, para que pudesse observar melhor cada detalhe do rosto enigmático de Annie.

Ela, por sua vez, apoiou o queixo sobre as.mãos e se pôs a fitá-lo, copiando o gesto dele.

— Afinal, decidiu aparecer...

— Não consigo resistir a comida italiana. — Lançou-lhe um olhar maroto. — Mas suponho que você já sabia disso, não?

Annie sacudiu os ombros, sorrindo.

Ele fingiu proteger os olhos contra o brilho do sorriso dela.

— Devia tomar mais cuidado com isso. Pode causar cegueira em algum admirador desprevenido.

Annie gargalhou.