Fanfic: Uma Dupla Perfeita (Adaptada AyA) - TERMINADA

Praticamente voando, escreveu um bilhete de boas-vindas e o colocou do lado de fora da porta de entrada, que deixou semi-aberta. Então, foi buscar o vinho. Uma taça, sobre a mesa de centro, daria um toque de classe à ocasião, demonstrando que ela se preocupava com o bem-estar do convidado, embora o fizesse esperar.

Que idéia infeliz! Annie estava tão agitada, que demorou para conseguir atarraxar o saca-rolhas na garrafa.

— Abra já, seu vinho de terceira categoria! — resmungou, segurando a garrafa entre as pernas para ter mais apoio, e começou a puxá-lo.

— Não devia deixar a porta aberta.

Annie gritou de susto, no mesmo instante em que arrancava a rolha. Na confusão, a garrafa escapou-lhe das mãos e teria se espatifado no chão, se Poncho não tivesse mergulhado no ar para pegá-la. Mesmo assim, algumas gotas caíram nas botas marrom dele, e o peso da garrafa esmagou o delicado buquê de violetas, que segurava.

Sem hesitar, Annie apanhou um pano úmido e ajoelhou-se diante dele.

— Não se mexa! — ordenou, esfregando o couro macio, em uma tentativa de remover as manchas.

— Não se preocupe, Annie. Está tudo bem.

— São botas muito bonitas, não quero que estraguem... — retrucou, sem coragem de fitá-lo.

Além de toda aquela bagunça, devia estar com uma aparência horrível. Contudo, sentiu-se ainda pior, quando Poncho também se abaixou, pondo a garrafa e as flores destroçadas no piso.

— Está tudo bem — Poncho tornou a dizer, forçando Annie a se levantar.

— Não, não está! — desabafou, com vontade de chorar. Aliás, faltava pouco para as lágrimas começarem a rolar por seu rosto, sujo de farinha.

— Tem toda razão, Annie. Como pôde largar a porta aberta em uma cidade como Nova York?

— Achei que fosse estar no banho quando você chegasse... — respondeu, envergonhada e confusa.

Aquelas mãos fortes, ainda em contato com seus ombros frágeis, impediam-na de raciocinar com clareza.

Bulgari, definiu, quando o aroma másculo daquele perfume penetrava em suas narinas, confundindo-lhe ainda mais os sentidos.

— Estou... um pouco atrasada...

— E, por causa disso, deixou um recado na porta, convidando qualquer um que passasse para entrar e ficar à vontade? — Poncho meneou a cabeça, com o semblante carregado. — Isso não é nada bom, Annie.

Aquilo tudo já estava ultrapassando o limite de suas forças. Nada saíra como planejara e, como se não bastasse, ainda estava levando um sermão do homem que desejava seduzir. Sentiu os olhos marejados, mas engoliu o choro, empinando o nariz em uma pose desafiadora.

— Vai prender-me por negligência, policial?

— Não chore! Não quis magoá-la, só fiquei preocupado com sua segurança.

Seus olhares se cruzaram e, logo a seguir, ele a puxou para junto de seu corpo quente e viril.