Fanfic: Uma Dupla Perfeita (Adaptada AyA) - TERMINADA
O coração de Poncho bateu descompassado ao sentir os lábios quentes de Annie beijando-lhe o dorso. Jamais recebera um convite ao prazer mais sensual e delicioso do que aquele. Também estava pronto e ansioso para tocá-la, descobrindo cada curva de seu corpo voluptuoso e sedento de desejo.
Seus corpos haviam adquirido vontade própria, agindo por instinto, independente da vontade deles. Ambos vibravam e ardiam, consumidos pelo fogo da paixão, embora nem sequer conseguissem entender ou controlar o que estava se passando entre eles.
Era uma sensação muito forte, indescritível, que barrava qualquer pensamento lógico ou racional, tanto de Annie quanto de Poncho.
Aos poucos, no entanto, um odor desagradável e nauseante começou a se infiltrar pelo escritório, tornando-se mais nítido a cada segundo. Logo, não havia mais como ignorá-lo, nem mesmo para dois amantes ardentes.
Movido por seu apego à lei e à ordem, Poncho foi o primeiro a reagir, o que custou-lhe um esforço sobre-humano, é verdade.
— Acho que há algum problema na cozinha, Annie.
Ela gemeu baixinho, entregando-lhe os lábios para outro beijo. Com relutância, Poncho se afastou um pouco, dando-lhe uma leve sacudida para despertá-la daquele transe de volúpia.
— Annie, algo está queimando.
Ela piscou várias vezes, terminado por fitá-lo com um certo ar decepcionado.
Bastou que Poncho admirasse aquela chama azul por um segundo para esquecer todo seu treinamento. Como Nero diante do incêndio de Roma, não se importava mais se o mundo se acabaria, contanto que Annie estivesse a seu lado.
— Minha nossa! O carneiro! — Annie gritou, retornando, enfim, à realidade.
Então, desvencilhando-se de Poncho, correu para a cozinha, que, àquela altura, encontrava-se dominada por uma cortina de fumaça.
Tossindo, tirou a assadeira do forno, e viu seu belo prato principal transformado em um pedaço de carvão.
— Lá se foi nosso jantar! — murmurou, sem importar-se com as lágrimas que começaram a escorrer por seu rosto.
Conciliador, Poncho tentou animá-la:
— Estamos em Nova York, podemos pedir qualquer tipo de comida pelo telefone.
— Não é a mesma coisa. Queria oferecer-lhe uma boa carne caseira. — Começou a soluçar, desolada. — Olhe para isso! Sou um fracasso!
— Um fracasso?! Só pode estar brincando! Você é incrível, e esta noite está se transformando em um dos momentos mais especiais de minha vida.
Annie parou de chorar no mesmo instante, passando a encará-lo, de um modo grave.
— Poncho, este não é o melhor momento para brincadeiras.
— Estou falando sério, Annie.
— Não pode ser! Eu estava coberta de farinha quando você chegou, esmaguei as flores que me trouxe e ainda espirrei vinho em suas botas! Isso sem mencionar este carneiro, mais do que bem-passado!
— Tudo porque você, uma mulher de muitos talentos, linda e famosa, tentou impressionar um homem comum como eu. — Enxugou o rastro de pranto daquela face de porcelana. — Sabe como isso faz com que me sinta? Alguém muito especial!
Aos poucos, sua expressão foi suavizando-se e Annie chegou até a esboçar um sorriso.
— É mesmo?
— Não tenha dúvida disso.
— Pensando bem, até que foi engraçado... — Annie começou a rir, lembrando todas as cenas patéticas daquela noite.
Nada saíra como planejara. Mesmo assim, sentia-se feliz como nunca. Poncho tinha o poder de deixá-la leve e alegre, fazendo com que esquecesse todos os medos, as preocupações e os planos.
— O que faremos, agora que o jantar está arruinado? — Annie retomava a conversa.
Poncho a puxou pelo quadril até que roçasse seu corpo.
— Talvez encontremos algo mais interessante para fazer... — sugeriu, cheio de malícia.
O olhar provocante de Annie fez o sangue dele ferver, além de significar o tão esperado "sim".
"Nossa! O que está havendo comigo?", Annie indagou-se, em um lampejo de lucidez. Jamais se entregara a um homem com tanto ímpeto e vontade, ainda mais sem conhecê-lo direito. Nem mesmo seu plano de ter um filho poderia servir de desculpa para aquela torrente de sensações que Poncho conseguia despertar-lhe.
Assustada com a realidade, Annie afastou-se, recusando uma carícia mais intensa de Poncho. Não podia ir adiante com aquilo. Eram quase estranhos. Como poderiam fazer amor, então? O difícil seria convencer seu corpo a obedecê-la...
Surpreso com a reação inesperada de Annie, Poncho a fitou, buscando uma resposta. Em um minuto, ela era a paixão personificada e, no seguinte, afastava-se como uma garota indefesa. Será que estaria apenas brincando com seus sentimentos?
Logo, suas dúvidas se dissiparam.
Incapaz de resistir ao chamado da natureza, Annie jogou-se em seus braços, esquecendo tudo mais. Porém, algum ancestral, preocupado com a conduta feminina de seus descendentes, deve ter lançado alguma maldição sobre sua família, pois o interfone tocou naquele exato minuto.
Ambos tentaram ignorá-lo e, de fato, logo o ruído cessou. Contudo, segundos depois, o telefone começou a tocar com a mesma insistência.
A secretária eletrônica ocupou-se de atender à chamada.
— Srta. Portilla — a voz aflita de Jimmy soou do outro lado, indicando sérios contratempos à vista. — Acho melhor descer até o saguão. A sra. Portilla está aqui embaixo, brigando com uma senhora chamada Ruth!
— Oh, meu Deus! — Annie levou a mão ao peito. Só faltava isso para a noite se transformar em um autêntico pesadelo.
— Annie? — Poncho ficara atordoado no meio de toda aquela confusão.
Ouvira o recado, mas não conseguira entender direito. Será que aquela Ruth era sua mãe? Um calafrio percorreu-lhe a espinha.
— Venha comigo, Poncho. Temos um grande problema para resolver.
— Temos? Por que estou com a impressão de que está a par do que ocorre lá embaixo?
— Explicarei tudo no elevador. Agora não há tempo a perder. — Annie puxou-o para fora e trancou a porta. — Minha mãe freqüenta uma academia de ginástica e pode machucar a sua.
— A minha?! — Seus piores temores viravam realidade. — Por que tem tanta certeza de que essa Ruth é mamãe?
Annie apertou o botão do elevador, cada vez mais nervosa com a demora. Então, munindo-se de coragem, virou-se para Poncho, a fim de acabar com aquela teia de intrigas e mistérios.
— Esperava que nada disso tivesse algo a ver conosco... — Deu um suspiro profundo. — Mas parece que nossas mães se conheceram na Irlanda.
Poncho a encarou de um modo tão penetrante que Annie temeu que ele conseguisse vasculhar até mesmo sua alma.
— Não me diga que sua mãe é Marichello Puente. — Soltou um riso histérico. — Recuso-me a acreditar nisso!
— Talvez as senhoras que transformaram a recepção em um campo de batalha o convençam. Onde está esse elevador cretino? Devíamos ter ido pela escada, ao menos...
Um comentário surpreendente de Poncho deixou Annie paralisada durante alguns segundos:
— Sua mãe é Marichello Puente? — O desprezo era patente. — Aquela mulher falsa, que sabotou mamãe no concurso pela coroa de Tralee?
Annie dirigiu-lhe um olhar cortante, enquanto seu sangue fervia-lhe nas veias. Mais uma sílaba daquele insolente e seria capaz de esbofeteá-lo.
— Cuidado com a língua ao se referir a minha mãe! Pelo visto, não conhece nada dessa história. Até onde sei, foi Ruth Rodriguez quem, além de se queimar sozinha, ainda teve o desplante de culpar Marichello!
Enfim, o elevador chegou, e Annie entrou, apressada. Porém, só percebeu que Poncho ficara no corredor quando a porta estava se fechando.
— Não, isso não está acontecendo... — ele murmurava de si para consigo, beliscando os braços. — Vou acordar a qualquer instante.
— É melhor despertar agora mesmo e entrar aqui, Poncho. Precisaremos de seus músculos lá embaixo.
— Não entendo... Marichello Puente está morta! — Poncho esforçava-se para colocar os pensamentos em ordem. — Mamãe disse que a ex-amiga se jogou de um penhasco de tanto arrependimento pelo que lhe fizera.
— Ah, sim! Do mesmo jeito que soube que Ruth Rodriguez tinha se atirado na frente de um trem!
— Meu Deus! — Tudo aquilo era tão ridículo que Poncho não sabia se ria ou se chorava. — O que mais eu ainda não sei?
"Que desejo que você seja o pai de meu bebê." Mas Annie se manteve calada. Sem a menor sombra de dúvida, aquele não era um bom momento para essa declaração.
— Mamãe estava escondida atrás das folhagens, quando nos encontramos na confeitaria, pela primeira vez. — Annie cravou as unhas nas palmas das mãos, ansiosa e aflita com a demora para chegar ao térreo.
— O quê?
— Desconfiei de tantas coincidências quando Ruth me procurou, marcando um encontro. Verifiquei tudo com Marichello, e ela insistiu para que eu aceitasse aquele convite. Queria saber como Ruth estava depois de tantos anos.
Poncho gemeu.
— Mamãe sabia que você era filha de Marichello?
— Não. No entanto, acho que acabou descobrindo da pior maneira.
Autor(a): narynha
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A porta do elevador se abriu, como as cortinas de um teatro. Mas a cena que se via não era nem um pouco agradável ou bonita. Ruth e Marichello rolavam pelo chão, engalfinhadas como dois lutadores de vale-tudo. Entre um golpe e outro, ainda trocavam desaforos em irlandês. O único ponto positivo, se é que havia algum, era que a luta est ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 216
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al.andrade Postado em 17/02/2015 - 01:37:25
mto engraçada essa web. Chorava com as brigas e discussões das duas.
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isajuje Postado em 28/03/2013 - 17:36:07
Amo quando tem comédia nas fics. KKKK gostei muito, demais.
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ponnyaya Postado em 29/12/2012 - 02:32:18
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk nunca ri tanto em uma web acordei meu pai no meio da madrugada com as minhas gargalhadas
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gatita Postado em 24/06/2010 - 21:05:31
Ficou perfeita!!!! -
gatita Postado em 24/06/2010 - 21:05:22
Ficou perfeita!!!! -
gatita Postado em 24/06/2010 - 21:05:16
Ficou perfeita!!!! -
gatita Postado em 24/06/2010 - 21:05:08
Ficou perfeita!!!! -
biaportilla Postado em 24/06/2010 - 11:53:51
ficou linda a web muito boa msm amei
bjs -
rss Postado em 22/06/2010 - 20:51:01
amanhã viu narynha
quero muito poste
tou contando as hrs
bjssssssssss -
rss Postado em 22/06/2010 - 20:51:00
amanhã viu narynha
quero muito poste
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bjssssssssss