Fanfic: Uma Dupla Perfeita (Adaptada AyA) - TERMINADA

Marichello deu o endereço ao motorista, assim que entraram, e voltou a fitar a filha, com um brilho de satisfação no rosto.

— Mais cinco minutos, e ela teria implorado por misericórdia.

Annie olhou para o teto, inconformada.

— Você não tem jeito, mamãe! Talvez devesse praticar luta livre.

Para espanto e desânimo da filha, Marichello teve um ataque de riso.

— Devia ter visto o jeito dela quando descobriu quem eu era! Parecia que alguém havia batido em sua testa com uma bigorna. Foi um grande momento! Daria tudo para poder rever aquela cena.

— Na verdade, imagino que o episódio todo tenha sido gravado. — Annie ria contra a própria vontade. — Há um circuito fechado de câmeras por todo o saguão.

Marichello ficou ainda mais entusiasmada, agarrando o braço da filha.

— Precisa conseguir essa fita para mim, Annie. Isso me fará feliz pelo resto de meus dias! — Suspirou, com pesar. — Só gostaria de ter tido mais alguns minutos para deixá-la desacordada, no chão.

— Sente tanto assim por termos interrompido a briga?

— Claro! Esperei a vida toda para acertar as contas com aquela mulher. Sinto-me revigorada. — De fato, sua expressão era de uma garota de quinze anos de idade. — Na juventude, achávamos que tínhamos dignidade demais para recorrer à violência física.

— Que bom que não têm mais nenhuma dignidade para proteger!

— Anahí! — Marichello ralhou, esquecendo as glórias daquele momento. — Não seja sarcástica comigo!

Ela sacudiu os ombros, alegando inocência.

— Quem, eu?

— Pelo menos, interrompemos vocês dois. Sem dúvida, isso foi muito mais importante do que vencer aquela baralha.

— Agora resolveu falar a verdade sobre sua visita, não é?

— Não mude de assunto! Espero que tenha a sensatez de não se envolver com o filho de Ruth Herrera, Annie!

— Não temos culpa se vocês duas se odeiam, mamãe. — Afundou-se no banco, abatida. — Além do mais, depois desta noite, acho que Poncho jamais terá vontade de me encontrar outra vez...

Marichello abraçou-a, com muito carinho.

— Acredite: é para seu bem, Annie. Ainda mais se planejava levar adiante aquele seu plano maluco.

Annie permaneceu em silêncio. Não queria iniciar outra discussão.

Dramática, Marichello fez uma careta.

— Se eu tivesse a falta de sorte de ser avó da mesma criança que Ruth Herrera, não hesitaria em jogar-me do alto do Empire State, um dos prédios mais altos do mundo!

— Superou seu medo de altura, querida?

Marichello lançou-lhe um olhar cheio de desdém e superioridade.

Ao colocar a chave na fechadura da porta de seu apartamento, Annie ouviu o telefone tocando. Correu para atender, na esperança de que fosse Poncho. E era!

— Annie? Tudo bem por aí?

— Considerando que poderia ter sido muito pior...

Poncho riu.

— Aquelas duas são tão teimosas! Quero pedir desculpas. Falei coisas que não devia para você.

— Não tem problema. Ainda bem que não ficou zangado comigo.

— Claro que não!

Então, uma idéia maluca, vinda de não se sabe onde, tomou forma na mente de Annie. Nem poder se conter, disse:

— Poncho, que tal passarmos este fim de semana juntos, fora daqui, longe de toda essa confusão?