Fanfic: Uma Dupla Perfeita (Adaptada AyA) - TERMINADA

Trêmulo e ofegante, Poncho deitou-se ao lado de Annie, segurando-lhe as mãos entre as suas. Então, olhou dentro daqueles olhos azuis e soube que se encontrava diante da mulher de sua vida. Naquele instante, descobriu que Anahí Portilla era o começo e o fim de tudo. Sua razão de viver.

— Estamos em uma enrascada... — Poncho se sentia assustado com aquela descoberta.

— Eu sei. — Annie compartilhava das mesmas emoções. Tinha vontade de chorar, de felicidade e medo.

Na certa, tinham se passado apenas alguns minutos, que, para Annie, foram como uma eternidade, até que recobrasse a razão. Entretanto, isso não significava que não continuasse atordoada com aquela enxurrada de sensações inebriantes e deliciosas.

Poncho a fizera descobrir o sexo e o frenesi da melhor maneira possível. O que seria dela agora? E seus planos de viver sozinha, com um filho e um cachorro? Sentia-se uma tola por ter pensado naquilo tudo. Porém, ao mesmo tempo, estava desnorteada. Além disso, ele fora bem claro quanto a sua necessidade de viver livre, sem apegar-se a uma esposa e filhos.

"Tudo desmoronou feito castelo de areia em questão de segundos!"

Respirando fundo, Poncho acariciou os cabelos dela.

— Por que não me disse que era virgem?

Annie ficou encabulada, levando algum tempo para responder:

— Não sei. Tudo aconteceu tão rápido e com tanta intensidade...

Poncho apoiou-se nos cotovelos, olhando para ela.

— Parece assustada.

Annie engoliu seco.

— Estou apavorada! — Buscou refúgio nos braços dele.

— Nada disso se ajusta a seus planos, não é?

— E se ajusta aos seus?

Poncho hesitou.

— Não.

— O que faremos?

— Não sei — confessou, com o máximo de honestidade. — O destino nos pregou uma bela peça, não é?

Ela sorriu.

— Que bom que não perdeu o bom humor, Poncho!

— Talvez seja a influência deste chalé. Sinto-me como John Wayne naquele filme Depois do Vendaval. Conhece?

— Claro. Assisti dezenas de vezes com mamãe. — Riu. — Só espero que aquelas duas não piorem ainda mais a situação.

Então, o olhar de Annie mudou de direção, fixando-se em um ponto atrás de Poncho.

Ao virar-se para ver do que se tratava, ele recebeu uma lambida carinhosa de St. Paddy bem no queixo.

— Um fugitivo da prisão!

— Ainda bem que você não é carcereiro. — Annie chamou o filhote para si.

— Mantenha os olhos nele. Volto em um instante. — Poncho dirigiu-se ao banheiro, enquanto Annie observava a tal cicatriz que Ruth mencionara. — Vou pensar em uma maneira de tornar aquela barreira intransponível!

Levantando-se, começou a se vestir.

St. Paddy se divertia, investigando as roupas espalhadas pelo chão.

— Seja um bom menino e não faça nenhuma arte — recomendou Annie, como costumava fazer com seu cachorro de pelúcia.

Porém, não demorou a descobrir que as coisas não eram tão simples com um animal de verdade.

— Não! Solte já isso! — gritou, ao vê-lo com uma meia de Poncho entre os dentes.

O cãozinho aproximou-se, pronto para brincar.

— Vamos, devolva já! — Avançando aos poucos, Annie tentou recuperar a peça, mas acabou entrando numa disputa de cabo-de-guerra. — St. Paddy! Solte isso!

O filhote puxou com mais força, agitando a cauda, entusiasmado.

— Vim buscar minha roupa. — Poncho voltou para a sala a tempo de ver sua meia se rasgando. — Seu danado!

Annie partiu para a defesa de seu mascote.

— Não precisa ficar zangado! Foi apenas um acidente. Posso comprar-lhe um par novo, se formos à cidade.