Fanfic: Uma Dupla Perfeita (Adaptada AyA) - TERMINADA

Annie o tirou daquele buraco, girando o filhote no ar até que perdeu o equilíbrio e caiu de costas sobre um arbusto.

O tombo deve ter sido muito engraçado, pois Poncho a fitava com jeito de quem estava reprimindo uma boa gargalhada.

— Deixe-me segurá-lo para que possa sair daí — ofereceu, por fim.

Livre de todo aquele peso, Annie conseguiu se desvencilhar dos ramos. Porém, acabou rasgando o bolso traseiro de seu jeans e desfiando sua jaqueta em vários lugares.

Por fim, de pé, se ajeitou o melhor que pôde, alisando as roupas e os cabelos desgrenhados. Só então viu que Poncho ninava St. Paddy como se fosse um bebê, falando como o filhote com uma voz suave e terna.

"Ele seria um pai excelente."

Annie suspirou, abatida pelo desânimo. Pena que nada parecia se encaixar em suas vidas.

Percebendo que era observado, Poncho virou-se para ela, sorridente.

— St. Paddy está ótimo. Só um pouco sujo.

— Isso se resolve com um pouco de água e sabão.

Sentindo-se leves e contentes, deixaram o bosque com a sensação de que saltitavam sobre a lama. Não era para menos. Graças a Deus, a fuga de St. Paddy terminara bem. Aquela região era muito grande, e poderiam muito bem nunca mais chegar a encontrá-lo com vida.

Poncho ainda segurava o filhote quando entraram pela porta dos fundos.

Rápida, Annie livrou-se de suas roupas enlameadas, ficando apenas de lingerie. Em seguida, correu buscar uma manta velha para agasalhar St. Paddy, tomando o cãozinho no colo.

Foi a vez de Poncho tirar suas peças molhadas e sujas de barro, fazendo Annie perder o fôlego ao ver seu tórax largo e as pernas cheias de músculos. Abusando de seu poder de sedução, ele demorou bastante para se despir, o que a deixou com os nervos à flor da pele.

Agitada e queimando de desejo, Annie foi para o banheiro e colocou St. Paddy dentro da banheira.

— Deixe-me segurá-lo. Quero ter certeza de que não vai arranhá-la. — Poncho ajoelhou-se junto dela, transformando o primeiro banho de St. Paddy em uma verdadeira sessão de tortura para Annie.

Afinal, ela teria de reprimir sua ânsia de entregar-se ao frenesi da paixão até que o cachorro estivesse limpo e alimentado em sua cesta.

— Ainda bem que não tenho nenhuma sessão de fotos em trajes de banho nos próximos dias.

— Não estava pensando em sua carreira, Annie. — Com as mãos ocupadas com St. Paddy, Poncho deu um beijo suave no ombro dela. — Seria um crime machucar uma tez tão bela e perfeita como a sua.

Annie reagiu como se tivesse recebido uma ofensa mortal. Ficou séria e se afastou o máximo que pôde.

— É isso o que quero dizer sobre os problemas da beleza. Os homens sempre esperam que eu seja perfeita.

— Não é nada disso. Só não queria que se machucasse.

Continuaram a banhar St. Paddy em silêncio até que Annie desculpou-se:

— Lamento a rispidez. Não queria ser tão rude.

— Que estranho, Annie! Você é a primeira pessoa que conheço que tem complexo por ser bonita.

— O quê?

— Isso mesmo. Não tem confiança nas outras qualidades que possui, como inteligência e bom humor? Aliás, se beleza fosse seu único atrativo, eu não estaria aqui.

— Oh, Poncho! O que sinto não é insegurança; é medo....

— Medo?! — Foi ele quem ficou surpreso.

— Sim, temo construir minha vida com alguém que só valoriza minha aparência e ver tudo desmoronar quando a juventude for embora.

— Só porque uma parte dos homens é idiota a esse ponto, não deve condenar todo o sexo masculino, sabia? Seria o mesmo que dizer que as mulheres só se casam por dinheiro. É injusto, e não corresponde à verdade.

Annie não fez mais nenhum comentário sobre o assunto. Estava confusa com tanta informação desencontrada em sua cabeça. Desde que conhecera Poncho, todos os conceitos que fazia sobre os homens estavam mudando de forma muito rápida e drástica. Já não tinha certeza de mais nada.

— Está pronto. — Sem nenhum entusiasmo, Annie terminou de enxaguar o cachorro.

Poncho tirou St. Paddy da banheira, mas, assim que o colocou no chão, ele se sacudiu todo, transformando o banheiro em um caos absoluto.

— Ah, não! — Poncho jogou a manta sobre o cão.

Pelo menos, esse incidente serviu para aliviar a tensão do ambiente. Annie achou graça naquela bagunça e acabou rindo.

— Quer terminar de secá-lo lá embaixo enquanto limpo tudo aqui?

— Certo.

Com as tarefas distribuídas, cada qual se empenhou para terminar primeiro, já sem forças para resistir aos chamados da paixão que os torturava. Ambos haviam passado quase meia hora seminus, lado a lado, sem poderem fazer uma carícia sequer. Estavam loucos para se tocar e se amar o mais depressa possível.

Quando Poncho subiu a escada, livre de St. Paddy, encontrou Annie no meio do caminho. Tinham terminado seus afazeres quase ao mesmo tempo.

— Ele está dormindo?

— Como uma pedra — Os olhos castanhos esverdeados de Poncho cintilavam de luxúria. — Do jeito que estava exausto, acho que nos deixará sossegados por muito tempo, Annie.

"Ótimo!", ela pensou, com o corpo ardendo de excitação. Naquele momento, só conseguia se preocupar com Poncho. Como queria abraçá-lo e fazer amor com ele até desmaiar, exausta!

— Pode tomar banho primeiro, Poncho.

— Que tal fazermos isso juntos?

Annie adorou a idéia, e sorriu. Em seus sonhos mais íntimos, sempre se perguntara como seria tomar banho com seu amado. Agora, teria a oportunidade de descobrir.

Dominados pela volúpia, tornaram a entrar na enorme banheira, beijando-se com tanta intensidade que os lábios de Annie chegaram a sangrar.

Ao sentir o gosto de sangue, Poncho afastou-se, acariciando aquela boca delicada com a ponta dos dedos.

— Lamento, não queria machucá-la...

— Não se desculpe, aconteceu. — Seu rosto reluzia de paixão e felicidade. — Quero ser tratada como uma mulher de carne e osso, Poncho.

Ele mergulhou nos mistérios e prazeres daqueles olhos penetrantes, enquanto seus corpos uniam-se mais uma vez, em movimentos ritmados.

Logo foram envolvidos pela água morna que jorrava das torneiras, tornando aquele momento de prazer ainda mais especial.

Poncho gemia, alucinado, acariciando as pernas longas e bem torneadas de Annie. Ela tentava corresponder àquelas carícias, beijando-lhe o peito e os ombros com a mesma voracidade.

Enfim, atingiram o clímax, abraçando-se com força, trêmulos e ainda entorpecidos pelo êxtase.

— Oh, meu Deus! — Annie gritou, ao perceber que a água da banheira estava inundando o banheiro todo. De imediato, fechou as torneiras, interrompendo aquela cascata.

— Parece que este não é um bom dia para o banheiro... — Poncho brincou, acariciando-lhe os seios.

— Imagine! Este lugar nunca viveu dia mais feliz do que este. Então, alcançando alguns potes acima das torneiras, Annie despejou um pouco de sais e óleos de banho, impregnando a água com perfumes de jasmim e magnólia. Depois, exausta, aconchegou-se nos braços de Poncho, suspirando.

Saciados daquela fome de amor, ficaram ainda um bom tempo naquelas águas mornas e perfumadas, relaxando e preparando-se para os novos embates de beijos, afagos e sussurros de prazer.