Fanfic: Uma Dupla Perfeita (Adaptada AyA) - TERMINADA

Cinco minutos depois, Ruth foi obrigada a discar para Marichello. Esforçara-se, mas não conseguira deixar de gravar o número dela.

— Aonde acha que eles foram? — foi logo indagando, sem se identificar.

— Quem está falando? — Marichello perguntou, com cinismo.

— Sabe muito bem quem é.

— Ah! Por acaso seria a mãe daquele rapaz que nunca mente?

— Marichello, não mudou nem um pouco! Vai me contar onde supõe que estejam ou será que terei de ir até aí e me sentar em cima de você até que concorde em cooperar?

— Sei onde os dois estão. Annie possui um pequeno chalé, a duas horas ao norte da cidade.

Ruth engasgou. Marichello continuou a falar:

— De qualquer forma, temos de ir até lá. Você tem um carro?

Ruth pensou no velho Pontiac do marido, estacionado da garagem do prédio. Poncho tentara convencê-la a vender o automóvel, sem obter nenhum sucesso. Nunca contara ao filho, mas, às vezes, ia até a garagem e sentava-se no banco de passageiro, fingindo que ela e Alfonso pai iam dar um passeio.

— Meu Deus, mulher, tem um carro ou não?! Ou será que estou certa em supor que anda com um parafuso a menos?

— É o automóvel de meu marido.

— Sabe dirigi-lo?

Ruth lembrou-se das raras vezes em que saíra sozinha dirigindo aquele veículo imenso. Tinha um pequeno problema com a marcha à ré e para virar nas esquinas, entretanto não ia contar isso a Marichello e deixá-la em vantagem.

— Sim.

— Ótimo. Venha até aqui e me apanhe.

Ruth entrou em pânico e refugiou-se na primeira desculpa que encontrou:

— Já estamos no fim da tarde, logo vai escurecer. Não podemos ficar perambulando por aí no escuro.

Resmungando de forma ininteligível, Marichello concordou com aquele raciocínio.

— O que está dizendo?

— O fato será consumado por eles, Ruth! De qualquer forma, isso já deve ter acontecido logo que chegaram lá... Portanto, não há nenhum motivo para sairmos ainda hoje, não é? Agora só nos resta confrontá-los e obrigá-los a fazer o que é certo e decente.

— Está falando em casamento?! — Ruth gritou, como uma leoa ferida.

— Este é um dia negro, não? Eu e você sendo obrigadas a nos tornar parentes! Mas não há como evitar... — Sabendo que suas palavras atingiram o objetivo desejado, declarou: — Apanhe-me às oito da manhã e preste atenção ao endereço.

Ruth anotou atrás da conta de luz. Marichello morava do outro lado da cidade, perto do Central Park. Respirou fundo, começando a suar de medo. Afinal, teria de dirigir pelo coração de Manhattan.

Ao desligar o telefone, Ruth se benzeu.