Fanfic: Uma Dupla Perfeita (Adaptada AyA) - TERMINADA
Dois dias mais tarde, ao dirigir-se para a confeitaria, Annie concluiu que ela e a mãe deviam ter invertido os papéis em algum momento. Annie, a filha, era responsável, enquanto Marichello comportava-se como uma adolescente imatura, tramando esquemas para atrapalhar a rival de juventude.
Annie sorriu. Marichello preparara tudo com muita atenção e detalhes. Não se esquecera nem mesmo dos óculos escuros e de um chapéu, para evitar que Ruth a identificasse.
"Bem, agora não há mais como voltar atrás", Annie pensou, conformando-se. Então, entregou o casaco de peles ao maitre e disse:
— Boa tarde. Tenho uma reserva em nome da srta. Portilla.
— Perfeitamente, senhorita. Queira acompanhar-me.
Carregando os menus, o maitre a conduziu para uma sala muito bem mobiliada, com antiguidades do final do século XIX.
Ao passar os olhos pelo salão, Annie identificou de imediato a mãe, de costas para a entrada. Marichello parecia até a famosa espiã Mata Hari, com um chapéu de abas largas enterrado na cabeça, lenço no pescoço e óculos escuros.
Minutos depois, Annie já estava acomodada, à espera de Ruth Herrera Rodriguez. Até ali fora fácil. Só esperava que tudo corresse bem até o final da tarde.
— Bom trabalho — Marichello elogiou, através das folhagens.
— Vou ignorá-la, mamãe. Não quero que pensem que sou louca, se me virem falando com as plantas.
Nesse exato momento, uma senhora corpulenta entrou apressada pelo salão, vestindo um casaco de lã verde e um chapéu da mesma cor. Sem se importar com o maitre e os garçons, veio caminhando na direção de Annie. Pronto! Ruth Maureen Herrera Rodriguez acabara de entrar em cena.
Como uma criança, Annie brincou como um ventríloquo, conseguindo ao mesmo tempo sorrir e dizer para a Marichello:
— Ela está aqui.
— Jesus, Maria e José! — Marichello tinha os nervos à flor da pele.
— Veja só! Ainda é mais adorável do que na fotografia! — Ruth parou diante de Annie.
— Boa tarde, sra. Herrera — Annie a cumprimentou, com um sorriso cortês. Em seguida, fez sinal para que se sentasse.
— Oh, querida! Importa-se de sentar na outra cadeira? A iluminação é bem melhor ali e quero dar uma boa olhada em você.
— É um truque! — Marichello soprou, através da folhagem. Ruth pareceu surpresa.
— Disse algo, Anahí?
— Não, foi apenas um espirro — mentiu, coçando o nariz, enquanto mudava de cadeira.
— Deve ser minha audição. Poncho já me pediu milhares de vezes para que eu faça um exame, mas venho adiando isso há muito tempo. E como!
Ruth pendurou o casaco no espaldar, antes de sentar-se. Sua roupa não era nada discreta. Usava uma calça de lã preta, colada ao corpo rechonchudo, e uma túnica estampada, que parecia conter todas as cores do arco-íris.
— Poncho é seu marido? — Annie quis saber, certa de que a mãe adoraria ficar a par de cada detalhe. No entanto, começava a sentir remorso por estar participando daquela farsa.
Ruth estava conseguindo cativá-la, com seu jeito doce e extrovertido. Longe de ser a bobalhona, falsa e encrenqueira que Marichello lhe descrevera, havia uma expressão de bondade e gentileza naquele rosto corado, com meigos olho castanhos esverdeados.
— Não, meu marido era Alfonso, que Deus o tenha. — Fez o sinal da cruz. — Morreu no cumprimento do dever. Fez dois anos em junho.
— Sinto muito.
"Uma viúva solitária! Minha nossa!" Annie sentia-se cada vez pior.
— Sim, foi um dia negro, com certeza! — Ruth sorriu, pesarosa. — Mas ao menos tenho meu filho, Poncho. Ele é uma bênção e um grande conforto para mim.
Annie meneou a cabeça. Sem saber por que, começava a sentir uma inquietação, como se algo estivesse para acontecer. Será que era algum toque de sua intuição?
— Aliás, por falar em Poncho, lá está ele, entrando por aquela porta — Ruth disse, com a maior naturalidade do mundo. Então, acenou, entusiasmada.
Annie teve a sensação de que um balde de água fria caíra em sua cabeça. Em um estalar de dedos, toda a boa impressão que tivera se Ruth Herrera tinha se evaporado.
— Aqui, filho! Quero que conheça alguém.
Annie baixou a cabeça, consternada. Entretanto, através das plantas, pôde ouvir o sussurro de sua mãe:
— Não lhe disse que ela estava tramando algo?
Autor(a): narynha
Este autor(a) escreve mais 12 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Annie sentiu o movimento sutil do ar, quando Poncho parou bem a seu lado. Mesmo assim, não teve coragem de erguer a cabeça. Estava muito aborrecida para ter alguma reação. — Não posso acreditar nisso, mamãe! — ele reprovou, em um tom indignado. — Desta vez, você foi longe demais! Aquela voz era máscul ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 216
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
al.andrade Postado em 17/02/2015 - 01:37:25
mto engraçada essa web. Chorava com as brigas e discussões das duas.
-
isajuje Postado em 28/03/2013 - 17:36:07
Amo quando tem comédia nas fics. KKKK gostei muito, demais.
-
ponnyaya Postado em 29/12/2012 - 02:32:18
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk nunca ri tanto em uma web acordei meu pai no meio da madrugada com as minhas gargalhadas
-
gatita Postado em 24/06/2010 - 21:05:31
Ficou perfeita!!!! -
gatita Postado em 24/06/2010 - 21:05:22
Ficou perfeita!!!! -
gatita Postado em 24/06/2010 - 21:05:16
Ficou perfeita!!!! -
gatita Postado em 24/06/2010 - 21:05:08
Ficou perfeita!!!! -
biaportilla Postado em 24/06/2010 - 11:53:51
ficou linda a web muito boa msm amei
bjs -
rss Postado em 22/06/2010 - 20:51:01
amanhã viu narynha
quero muito poste
tou contando as hrs
bjssssssssss -
rss Postado em 22/06/2010 - 20:51:00
amanhã viu narynha
quero muito poste
tou contando as hrs
bjssssssssss