Fanfic: Uma Dupla Perfeita (Adaptada AyA) - TERMINADA

Annie sentiu o movimento sutil do ar, quando Poncho parou bem a seu lado. Mesmo assim, não teve coragem de erguer a cabeça. Estava muito aborrecida para ter alguma reação.

— Não posso acreditar nisso, mamãe! — ele reprovou, em um tom indignado. — Desta vez, você foi longe demais!

Aquela voz era máscula, forte e envolvente, o que fez aguçarem-se os instintos femininos de Annie. Intrigada, resolveu observar o filho de Ruth. Embora não esperasse encontrar nada muito interessante, já que ele dependia da mãe para conseguir seus encontros.

Não podia estar mais enganada... No primeiro instante, Annie ficou inerte, sem ao menos poder respirar.

Poncho Herrera era a imagem perfeita do homem dos sonhos da maioria esmagadora das mulheres. Tinha por volta de um metro e noventa de altura, ombros largos, corpo atlético e rosto de um guerreiro celta, emoldurado por cabelos negros.

"Com a jaqueta de couro aberta e as mãos apoiadas nos quadris, é um monumento à masculinidade irlandesa!", Annie surpreendeu-se pensando, enrubescendo de imediato.

A única coisa que faltava nele era um olhar apaixonado. Embora seus olhos castanhos esverdeados fossem capazes de derreter uma geleira, sem falar no coração de uma mulher, nesse momento, soltavam fagulhas de raiva em direção à mãe.

Ruth não se deixou intimidar com a atitude do filho.

— Alfonso Herrera, onde estão seus modos? Por favor, cumprimente Anahí Portilla. — Arqueou as sobrancelhas, com certo ar de mistério. — Ah! Como suspeitava, ela é irlandesa... Só por parte de mãe, mas é!

Annie ouviu uma tosse violenta, atravessando a folhagem. Ignorou a fúria de Marichello e estendeu a mão àquele deus magnífico.

— Prazer em conhecê-lo. — Era a afirmação mais verdadeira que já fizera nessa tarde.

O olhar de Poncho cruzou com o dela e, em vez da expressão zangada, ele se mostrou constrangido com a situação armada por sua mãe.

— Desculpe-me por tudo isso... Não consigo me lembrar de uma situação mais embaraçosa do que esta em toda minha vida.

— Tudo bem, não pense mais nisso. — Annie nem parecia a mesma garota ofendida de minutos atrás.

De repente, tornaram a se fitar, ao trocar um demorado aperto de mãos.

Foi apenas um segundo, um instante fugaz. Contudo, Annie teve a sensação de que Poncho a tomara nos braços, beijando-lhe a boca com loucura. O coração batia furioso como um mar revolto, o peito arfava, o mundo estava de pernas para o ar. Entretanto, lá no fundo, toda aquela agitação fazia sentido. Annie acabara de conhecer o homem que seria o pai de seu filho!

Um garçom aproximou-se, perguntando se deveria providenciar mais um lugar à mesa.

— Claro que sim! — Ruth apressou-se a responder.

— Não, não será necessário — Poncho retrucou, para desespero da mãe. — Não vou ficar.

Annie já esperava por isso, portanto, nem se perturbou. Afinal, ainda restava-lhe um grande trunfo. Tinha Ruth sob domínio que, era óbvio, desejava aquela união.

— Poncho, pelo amor de Deus! Pelo menos sente-se conosco para uma xícara de chá.

— Não será possível, mamãe. — Então, voltou-se para Annie. — Foi um prazer conhecê-la, srta. Portilla.

— Annie, por favor.

— Está certo, Annie — repetiu seu nome com tanta suavidade que até pareceu uma música.

Ambos sorriram e, logo em seguida, ele deixou o salão.

— Poncho! — Ruth ainda o chamou, em vão, pois ele nem ao menos virou-se para trás.