Fanfic: Desconhecido

Foi bom olhar para trás e dizer: “ Nunca mais volto para esse lugar.”

Foi bom olhar para trás e sentir o mínimo de esperança. Esperar que um dia tudo pudesse dar certo e se reorganizar naturalmente. Mas nunca olhei para trás da maneira que olhava agora. Agora eu coloquei na frente de tudo as seguintes palavras: “Todos que me enganaram pagarão muito caro.”

     Jaraguá do Sul (Santa Catarina) tinha aquele ar frio ao qual eu me adaptaria facilmente já que gostava de chuva e inverno desde que li Crepúsculo. E se mesmo naquele frio, onde todas as almas parecem congeladas pudesse haver um calor maior que acabaria com qualquer tipo de ódio e preconceito? Um calor chamado amor! Um calor que eu jamais queria voltar a sentir.

     Eu me simpatizei logo de primeira com Jaraguá do Sul. É uma cidade muito acolhedora.

     Quer dizer, nem toda a cidade.

     Cheguei lá por volta das seis horas da tarde. Meus tios estavam lá me esperando. Fui bem recebido. Sammy, como eu chamava minha prima Samara, estava lá. Já tinha 17 anos.

     Na casa do meu tio Elvis, na hora de dormir minha primeira surpresa.

     Ofereceram-me o sofá para que eu pudesse dormir.

-1 ponto para eles

     Sofá não é o meu forte. Garanto!

     No meio da noite vesti uma das minhas roupas de grife que comprei em Florianópolis. Agora que eu moraria com meus tios não precisaria mais vendê-las. Resolvi que devia conhecer a cidade, já que eles não haviam me apresentado. Sai sem fazer barulho e já na porta ouvi da casa do meu vizinho uma música da Lady Gaga: Bad Romance. Pensei: Ótimo gosto musical.

     Passei olhando na frente dessa casa. Consegui ver um homem pela janela. Um homem d aproximadamente 30 anos, bonito! Ele me viu, e eu tentei disfarçar. Ele saiu lá fora e me perguntou:

     _ Você é novo aqui?

     _ Sim, sou. Respondi.

     _ É sua função observar o que os seus vizinhos estão fazendo?

     _ Só quando eles gostam de Lady Gaga. Respondi bem-humorado.

     Ele riu.

     _ Onde você está indo? Ele me perguntou.

     _ Não sei. Onde o vento me levar. Respondi.

     _ Eu posso fazer o papel de vento? Ele me perguntou.

     Eu analisei tudo muito bem. Sabia o que meu vizinho queria quando ouvi essa pergunta, e sabia que eu podia dar o que ele queria. Ele era rico, só podia ser. Sua casa parecia uma mansão. Só não era tão rico quanto eu fui um dia. Mas, para colocar meu plano de vingança contra Enzo eu precisaria de muito dinheiro. Meu relacionamento com meu vizinho seria um relacionamento de troca. Então, perfeito!

     _ Será ótimo você desenvolver o papel de vento. Mas eu estava pensando que você poderia fazer o papel de tornado. Respondi.

     _ Só se for agora. Ele concluiu, quase que completando o que eu disse.

     No poderoso carro preto dele...

     _ Bom, você ainda não conhece muito bem a cidade, e eu quero te apresentar o melhor primeiro. Pode ser? Ele me perguntou.

     _ Eu ainda não sei a sua definição de “melhor”. Respondi.

     _ Um motel muito simpático, parece ser um ambiente familiar.

     Nós dois rimos.

     _ Já que é familiar eu não vejo porque recusar o seu pedido. Conclui ironicamente.

No dia seguinte, quando acordei não tinha ninguém na casa. Resultado: Félix sem café da manhã.

-2 pontos para eles

Comentários de Heitor (meu vizinho) sobre a noite anterior:

“ Você beija muito bem”

“ Félix, você é muito gostoso!”

“ Nunca fui pra cama com alguém como você”

“ Nunca foi tão intenso”

Isso tudo foi culpa do motel. Não mandei ser tão familiar.

     Tive que me virar com o almoço.

     Eu estava sem dinheiro, desde que o traste do Enzo me roubara, e precisava de dez reais.

     _ Tio, eu preciso de dez reais. Você poderia me emprestar? Perguntei.

     _ Você mal chegou e já está pedindo dinheiro? Perguntou ele.

     _ Não fale assim com Félix. Defendeu-me minha tia.

     _ Desde o início. Eu nunca fui a favor de ele vir morar aqui. Nunca! Agora, -continuou meu tio- já está me pedindo dinheiro.

     _ Esquece. Eu disse. Eu dou o meu jeito.

     Fui até a casa de Heitor.

     Confirmei. A casa dele é uma mansão.

     _ O que o meu brinquedinho precisa? Perguntou ele brincando.

     _ Eu ouvi que tem faculdade de Moda aqui. Verdade?

     _ É. Tem sim. Quer uma carona? Ele me perguntou.

     _ Seria ótimo. Eu li numa reportagem que um ótimo lugar para se fazer Moda é no carro.

     _ Já pro carro. Ele disse animado. Eu te dou todo o meu apoio para a sua carreira.

     “Safado!” Eu pensei.   

     Gostei da universidade. Mas isso é meio suspeito, já que eu amo tudo relacionado ao mundo da moda.

     No caminho de volta:

     _ Está se animando com Jaraguá? Heitor me perguntou.

     _ Bom, eu gostei da cidade. Gostei muito. Mas morar com meus tios é complicado.

     _ O que está acontecendo?

     _ Eu sou um estorvo para eles. Não quero me meter no casamento dos dois. Meu tio nem deixa eu e a Sammy assitir desfiles á noite. Me negou dinheiro para pegar um ônibus. Fora que eu estou dormindo no sofá da sala. O banco de trás do seu carro é muito mais confortável que aquele sofá.

    _ Olha Félix, eu gostei muito de você. E eu vou para São Paulo amanhã. Seria muito divertido nós dois irmos para lá juntos. O que você acha? Ele me perguntou.

    _ E quando você volta? Agora eu fui o autor da pergunta.

    _ Eu não vou voltar. Eu vou morar em São Paulo. Você quer morar comigo?

     Foi uma proposta!

     Tentei achar razões para não aceitar esse pedido.

     Mas ele é rico e bom de cama.

My Music

Blah Blah Blah- Ke$ha

Aos leitores de Desconhecido…

Amanhã o último capítulo desta temporada. Na próxima Segunda a estreia da segunda temporada que chamarei de “Desconhecido- Parte II”. Até lá.