Fanfic: Desconhecido

Eu sempre estarei com você

     Eu seu que essas últimas semanas não foram as mais fáceis da minha vida, mas a vida continua. Exemplo disso é que estou quase chegando a Florianópolis para uma excursão. E quem sabe antes de chegar o outono eu vá para a Irlanda! Mas tudo me fazia lembrar daquele assassinato. Lembrei quando vi na minha bolsa aquele colar de diamantes que usei no dia da minha formatura para desafiar minha mãe. Mas, agora eu tinha X, para cuidar de mim. E eu definitivamente vou deixar ele fazer o que quiser. Brincadeira!

     Vamos voltar à vida real! Ok?

     Chegamos um pouquinho tarde à Florianópolis.

     Ele me prometeu que estaria lá. Na verdade me prometeu que estaria em qualquer lugar que eu estivesse.

     Eu não acredito que encontrei o homem mais romântico do mundo. Pois é, existe e é meu! Na verdade, eu até desconfiava às vezes. Ele era muito gentil, educado e romântico para ser verdade.

     Queria saber onde encontrá-lo em Florianópolis.

     Meu celular tocou, as meninas começaram a rir.

_ Um centavo para saber quem está do outro lado da linha. Haryélle disse rindo.

_ E um milhão de dólares para saber o que essa pessoa quer. Disse Julis rindo mais ainda.

     Atendi finalmente.

_ Me informaram que o dono desse celular está doidinho para dar uma volta de moto, -disse X num tom brincalhão- e, então? Mentiram?

_ Não. Não mentiram. Mas agora eu não posso X, quer dizer eu não posso hora nenhuma. Tem 50 professores para cada aluno. (Ele riu) Eles não vão me deixar sair tão facilmente.

_ Eu posso te sequestrar.

_ Eu adoraria. Vamos esperar todos dormirem e vamos sair. Se você é mesmo capaz de me sequestrar.

_ Eu sou. Não acredita na minha capacidade? Hoje eu vou te provar do que sou capaz!

_ Acho que vou ter que desligar para bater nas minhas amigas, elas não param de rir.

_ As mosqueteiras? Ele me perguntou.

_ É, como você sabe? Eu nunca te falei sobre elas. Dei uma resposta rápida.

_ Como eu te disse. Eu sei muito sobre você, muito! Não tudo. O resto eu vou descobrir essa noite.

_ Hum... Vamos conversar muito pelo visto.

_ Gosta de praticar esportes?

_ Você não disse que sabe muito sobre mim?

_ É que o esporte que nós vamos praticar hoje precisa de muita prática. E como eu mesmo disse que te conheço, estou sentindo que você vai adorar.

_ Meu Deus do céu, olha o que nós dois estamos falando! Nós dois rimos.

_ Esportes fazem bem a saúde. Você Félix me faz bem à saúde. Eu não quero te perder nunca. Te amo.

_ Eu também te amo. Tenho que te dar a localização.

_ Eu sei onde você está.

_ Como sempre! Beijo.

_ Um beijo no seu coração, F.

     Eu não desligaria o telefone nunca se a Haryélle não tivesse passando mal de tanto rir.

     O hotel que nos hospedamos era muito chique. Para quem nunca saiu de Sete Quedas parecia um palácio.

      Na verdade, o critério de escolha de hotéis do 3° ano era um tanto infantil: a piscina teria que ter tobogã.

      E esse hotel tinha. Era maravilhoso, nos seus vários e vários andares. Uma piscina enorme. Uma área para esportes( será que X se interessaria?).

     Todos nós fomos jantar no restaurante do hotel que era enorme!

      As mosqueteiras, principalmente a Paulla insistiram para irmos atrás de homens na hora da janta, mas eu precisava comer. Além de estar com fome, segundo X eu iria precisar de muita resistência aquela noite. Ele só podia estar falando de sexo, mas eu não iria fazer isso. Eu tinha medo, nunca tinha feito. E se eu errasse alguma coisa, se não correspondesse as expectativas? Sexo me dava medo.

      Fingi que fui dormir mais cedo, mas foi só fingimento mesmo!

      Detalhe: em cada quarto tinham que dormir 4 meninos. Menino separado de menina. Chatíssimo!

      Meu relacionamento com meninos nunca foi muito fácil. Eu mal falava com eles e ter que dividir um quarto seria muito constrangedor. Eles me excluíam e eu era o excluído, dormir lá não seria muito bom! Um menino não me excluía, nem posso chamá-lo de menino. Homem. Espera aí, nem de homem. Confusão no sistema!

     Uma hora e quarenta e um minutos da manhã. Madrugada! Pela janela do meu quarto eu vi ele chegando na sua moto azul. Azul: uma cor que era a nossa cara! Sem comentários!

     Ele estava bonito como sempre. Estava com uma camiseta apertada. Não tinha percebido que ele era tão forte. Eu já não sabia controlar minha paixão e meu desejo por X. Essa noite eu queria descobrir seu verdadeiro nome.

     Desci pelo elevador.

     _ Onde vamos? Perguntei quando o encontrei.

     _ Não vamos estragar a surpresa! Disse X.

     _ E quanto nossa vocação para esportes?

     _ Ah! Isso é mais para o final da noite.

     Ele me levou para uma casa branca, muito bonita. Se fosse um pouco maior chamaria de mansão. Como meu universo mudou nesses últimos tempos.

     _ Essa casa é sua? Perguntei curioso.

_ É. Eu comprei para nós ficarmos aqui enquanto não termina essa sua viagem. Eu estava louco para te beijar outra vez. Ele me agarrou e quando percebi já tinha tirado todas as minhas forças no seu forte e maravilhoso beijo. X era o mestre do beijo.

     Me beijou muitas vezes aquela noite.

_ X, você não tem ideia de como é estranho chamar uma pessoa de X. Eu disse. Qual é o seu nome?

_ Eu não quero te colocar em perigo. Se alguma coisa acontecesse com você por causa de mim eu não sei o que faria. Eu não... suportaria. Nossa mãe nos deixou essa fortuna gigantesca, e as pessoas agora pelo menos, não podem descobrir que você ficou assim tão rico. Já ouvi vários casos de seqüestro e eu não me perdoaria se tocassem num só fio de seu cabelo. Por enquanto não por favor.

     Ele me obrigou a aceitar com mais um de seus beijos de tirar o fôlego.

     Mas, o clímax da noite foi quando ele tentou...

     Estávamos andando normalmente para a cozinha. Ele me encostou na parede e tirou minha blusa. Começou a tirar a minha roupa, mas ficou só nisso. Não queria que minha primeira vez fosse com um sujeito, de qual eu nem sei o nome.

      _ Estávamos falando de esportes no telefone. Eu disse para quebrar o silêncio.

      _ Eu queria te mostrar algo.

      _ O quê?

      Ele me levou até o quarto e abriu a porta do closet. Uma bola de voleibol.

      _ Uma bola de vôlei?

      _ É! Ele respondeu. Eu ganhei um dia depois de minha mãe descobrir que eu sou gay. Comigo foi diferente Félix. Nossa mãe não era como Julieta. Ela não era preconceituosa. Eu juro que se você não a tivesse matado, eu teria. Eu não deixaria ela fazer aquilo com você. Nunca. Catherine no primeiro dia ficou muito chocada, mas no segundo ela me deu essa bola de vôlei. Ela me disse: É o sonho de toda mãe ver o filho no futebol, mas se você está feliz jogando vôlei, eu vou ficar também, eu prometo. Eu nunca vou me esquecer disso. Pena que com você foi diferente.

      _ Muito diferente. Muito. Eu disse.

      _ Mas eu vou compensar tudo isso. Considere-se o ser mais amado desse mundo. Eu te amo muito Félix e aconteça o que acontecer eu sempre estarei com você.

      Voltei para o hotel. Dei passos mínimos para não acordar ninguém.

      A professora de Matemática acendeu a luz.

      _ Onde você estava Félix? Eu posso saber? Ela me perguntou.

      _ Eu fui pegar um copo de água.

      _ E cadê ele? Ela me perguntou. Volte para o quarto dos meninos já. Ela gritou.

      Todos os alunos acordaram. As mosqueteiras saíram do quarto ao ouvir minha voz.

      _ Isso é constrangedor. Eu disse.

      _ Por que constrangedor? Meninos dormem em quartos de meninos. Respondeu ela grosseiramente.

      Gritei:

      _ E se eu te disser que não sou menino coisa nenhuma!

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