Fanfics Brasil - CAPITULO XXII - Duelo do Conde de Peyrac com o sobrinho do arcebispo — Anahí, afinal, conhece o amor Os Amores de Anahí *AyA (terminada)

Fanfic: Os Amores de Anahí *AyA (terminada)


Capítulo: CAPITULO XXII - Duelo do Conde de Peyrac com o sobrinho do arcebispo — Anahí, afinal, conhece o amor

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O cavalo seguia lentamente à margem do rio, revolvendo o sai­bro do estreito e sinuoso caminho. A certa distância, três lacaios armados formavam a guarda de seu senhor, mas Anahí não percebia a sua presença. Pensou que estivesse absolutamente sozinha sob o céu estrelado, sozinha nos braços de Alfonso de Peyrac. Ele a colocara atravessada na sela e agora a levava para o pavilhão do Garonne, a fim de nele viverem sua primeira noite de amor.


No pavilhão do Garonne, os domésticos, adestrados por um se­nhor exigente, eram invisíveis. A alcova estava pronta. No terra­ço uma colação de frutas tinha sido preparada junto ao divã, e num vaso de bronze viam-se garrafas ali postas a gelar, mas tudo pare­cia deserto.


Anahí e seu marido nada diziam. Era a hora do silêncio. No entanto, quando ele a atraiu para si com impaciência, mas ainda taciturno, ela murmurou:



  • -Por que não sorri? Continua zangado? Asseguro-lhe que não desejei o incidente.

  • -Eu sei, querida.


Respirou profundamente e continuou com voz surda:


-    Não posso sorrir porque esperei demasiado este instante, e ele me constringe dolorosamente. Jamais amei tanto uma mulher como a você, Anahí, e parece-me que eu a amava antes mesmo de conhecê-la. E quando a vi... era quem eu esperava. Mas você passava por mim, altaneira, como uma sílfide dos pântanos, impossível de alcançar. E eu lhe falava em tom de gracejo, por medo de um gesto de horror ou de uma zombaria. Nunca esperei tanto tempo uma mulher, nem mostrei tanta paciência. E, no entanto, você era minha. Vinte vezes estive prestes a usar de violência, mas não desejava somente o seu corpo; queria o seu amor. Quando, pois, a vejo aqui, subitamente minha, enfim, não posso lhe perdoar os tormentos que me infligiu. Não posso perdoá-la - repe­tiu com ardente paixão.


Anahí fitou valorosamente o rosto que já não a horrorizava e sorriu.


-   Vingue-se! - murmurou.
Ele estremeceu e sorriu.


- Você é mais mulher do que eu pensava. Ah, não me provo­que! Você pedirá clemência, minha bela inimiga!


Naquele instante Anahí deixou de se pertencer. Ao reencon­trar os lábios que já uma vez a tinham embriagado, reencontrava também aquele turbilhão de sensações desconhecidas cuja lembrança havia deixado no fundo de sua carne uma nostalgia indefinida. Tudo despertava nela e, com a promessa de um pleno florescimento que nada viria entravar, seu prazer foi tomando pouco a pouco tal in­tensidade que ela chegou a sentir medo.


Anelante, lançou-se para trás, procurando libertar-se daquelas mãos que em cada um de seus movimentos lhe revelavam um no­vo manancial de gozo e então, como emergindo de um poço de opressiva doçura, viu remoinhar em torno de si o firmamento es­trelado e a planície brumosa em que o Garonne estendia sua fita de prata.


De saúde exuberante, Anahí tinha sido feita para o amor. Mas a revelação súbita que tivera de seu próprio corpo a transtornava, sacudida num violento assalto, mais interior que exterior. Só mais tarde, com a experiência, foi que pôde avaliar quanto Aldonso de Peyrac havia refreado a violência de seu próprio desejo, a fim de rendê-la inteiramente ao seu amor.


Quase sem que ela o percebesse, ele a despiu e a estendeu sobre o divã. Com incansável paciência, Alfonso a atraía para si, cada vez mais submissa, ardente e queixosa, os olhos brilhando de febre. Ela se debatia e se aconchegava, alternadamente, mas, quando es­sa emoção, que já não podia controlar, alcançou o paroxismo, uma súbita calma se produziu nela. Sentiu que a invadia um bem-estar ao qual se misturava uma excitação deliciosa e lancinante; pondo de lado todo o recato, ofereceu-se ela própria às carícias mais atre­vidas; com os olhos fechados, deixava-se levar, sem resistência, pela corrente da volúpia. Não reagia contra a dor, pois agora cada par­cela de seu corpo reclamava furiosamente a dominação do macho. Quando ele a penetrou, ela não gritou, mas suas pálpebras se abri­ram desmesuradamente e as estrelas do céu primaveril se refleti­ram em seus olhos azuis.


- Já? - murmurou Anahí.


Estirada no diva, sentia-se reviver. Um macio xale da índia, jo­gado sobre ela, protegia-lhe o corpo suado contra a brisa da noite. Ela olhava para Alfonso de Peyrac, que, de pé, muito negro ao luar, despejava nos copos o vinho fresco. Ele se pôs a rir.


- Devagar, querida! Você é muito novata para que eu me per­mita levar mais longe a lição. Tempo virá de prolongadas delícias. Entrementes, bebamos! Porque fizemos os dois, esta noite, uma obra que merece recompensa.


Com o seu delicioso olhar fitado nele, dirigiu-lhe a jovem um sorriso cuja imensa sedução ela própria ignorava, pois em alguns instantes nascera uma nova Anahí, desabrochada, libertada.


Ele cerrou os olhos, como deslumbrado. Ao reabri-los, viu uma expressão de angústia no rosto encantador.


-    O Cavaleiro de Germontaz - murmurou Anahí. - Oh, Alfonso! Eu tinha esquecido. Você matou o sobrinho do arcebispo!


Ele a acalmou com uma carícia.


-    Não pense mais nisso. A provocação teve testemunhas. Se a tivesse deixado sem castigo, sim, haveriam de censurar-me. O próprio arcebispo, que é de sangue nobre, não poderá senão conformar-se. Oh, querida - cochichou ele -, suas formas são ainda mais perfeitas do que eu supunha!


Com um dedo seguiu a curva branca e firme do ventre jovem. Ela sorriu e soltou um longo suspiro de satisfação. Sempre ouvira dizer que os homens, após o amor, eram brutos indiferentes...


Mas, decididamente, Alfonso  não se parecia com os outros homens.


Ele viera deitar-se ao lado da mulher, e ela ouviu-o rir baixinho.



  • -Quando penso que o arcebispo estará olhando do alto de sua torre do arcebispado para o Palácio da Gaia Ciência e condenan­do ao inferno a minha vida libertina! Se ele soubesse que neste momento eu fruo as "delícias culposas" com minha própria es­posa, cujo casamento ele mesmo celebrou!...

  • -Você é incorrigível. Ele não pratica injustiça em olhá-lo com desconfiança, pois, quando há duas maneiras de fazer uma coisa, você sempre inventa uma terceira. Você poderia, com efeito, ou cometer um adultério ou cumprir cordatamente o seu dever con­jugal. Não! E preciso que cerque sua noite de núpcias de circuns­tâncias tais que eu experimente em seus braços uma impressão de culpabilidade.

  • -Impressão agradabilíssima, não acha?

  • -Cale-se! Você é o diabo em pessoa! Confesse, Alfonso, que, se você se livra do pecado com uma pirueta, a maior parte de seus hóspedes, esta noite, não está no mesmo caso. Com que habilida­de os precipitou no que monsenhor denomina a desordem!... Não estou muito certa de que você não seja um ser... perigoso!...

  • -E você, Anahí, é uma adorável conegazinha toda nua! Não duvido que entre suas mãos minha alma encontrará o perdão. Mas não façamos cara feia às doçuras da vida. Muitos outros povos vi­vem costumes diferentes, e não são menos generosos nem menos felizes. Em face da grosseria do coração e dos sentidos que escon­demos sob nossas belas vestes, sonhei ver homens e mulheres apurarem-se para dar mais graça ao nome da França. Eu me ale­gro com isso, pois amo as mulheres, como tudo o que é belo. Não, Anahí, minha jóia, não sinto remorsos e não me confessarei!...



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Autor(a): Bela

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Anahí só poderia ser completamente ela própria depois de se haver tornado mulher. Antes, era apenas uma rosa em botão, prisioneira em seu corpo, que uma gota de sangue mouro tempe­rara com uma tendência para o ardor carnal. Nos dias seguintes, durante os quais se desenrolaram as festivi­dades da Corte de Amor, sentiu-se como transpl ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 109



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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:35

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:19

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:16

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  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:41

    ops doca nao, dica!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • unposed Postado em 16/08/2010 - 17:16:23

    Ai ela ta começando a ficar com ciume dele, que fofo!

    Posta maisss!


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