Fanfics Brasil - CAPITULO XXII - Duelo do Conde de Peyrac com o sobrinho do arcebispo — Anahí, afinal, conhece o amor Os Amores de Anahí *AyA (terminada)

Fanfic: Os Amores de Anahí *AyA (terminada)


Capítulo: CAPITULO XXII - Duelo do Conde de Peyrac com o sobrinho do arcebispo — Anahí, afinal, conhece o amor



Anahí só poderia ser completamente ela própria depois de se haver tornado mulher. Antes, era apenas uma rosa em botão, prisioneira em seu corpo, que uma gota de sangue mouro tempe­rara com uma tendência para o ardor carnal.


Nos dias seguintes, durante os quais se desenrolaram as festivi­dades da Corte de Amor, sentiu-se como transplantada para um mundo novo em que tudo era plenitude e descobrimentos encan­tados. Parecia-lhe que o resto da existência se havia apagado, que a vida estava suspensa.


Tornava-se cada vez mais amorosa. Suas faces coloriam-se e o riso tinha um novo atrevimento. Cada noite  Alfonso de Peyrac a encontrava mais ávida, mais interessada, e suas bruscas recusas de jovem Diana, quando ele procurava submetê-la a novas fantasias, logo cediam lugar a um alegre abandono.


Seus hóspedes pareciam viver no mesmo clima de liberdade e despreocupação. Deviam-no em parte a um milagre de organiza­ção, pois o gênio do Conde de Peyrac não esquecia detalhe algum para o conforto e o prazer de seus convidados. Estava em todos os lugares, parecendo não cogitar noutra coisa, e no entanto An­ahí tinha a impressão de que ele só pensava nela, que não canta­va senão para ela. Às vezes sentia uma ponta de ciúme, quando o via submergir o olhar nos olhos atrevidos de alguma dama que lhe pedia conselho sobre uma sutileza da arte do amor. Ficava es­cutando, mas devia reconhecer que seu marido se saía lealmente da situação com um daqueles gracejos hábeis envoltos num cum­primento, e cujo segredo ele possuía.


Foi com uma mistura de alívio e decepção que, ao cabo de oito dias, ela viu os pesados coches armoriados darem volta no pátio do palácio e retomarem o caminho de castelos distantes, enquan­to belas mãos carregadas de rendas se agitavam nas portinholas. Os cavaleiros saudavam com seus chapéus emplumados. Anahí, do balcão, fazia amáveis gestos de despedida.


Estava satisfeita por encontrar um pouco de calma e ter dali em diante seu marido somente para si. Mas, secretamente, entristecia-a o término daquela semana deliciosa. Não se podem viver duas ve­zes numa existência tais momentos de felicidade. Jamais - e Anahí teve de repente o pressentimento -, jamais voltariam aque­les dias deslumbrantes...


Logo na primeira noite, Alfonso de Peyrac trancou-se no labora­tório, onde não havia entrado desde o início da Corte de Amor. Tal pressa enraiveceu Anahí, que se revolvia furiosa em seu gran­de leito, no qual o esperou em vão.


"Assim são os homens", pensou com amargura. "Dignam-se conceder-nos, de passagem, um pouco de seu tempo, mas nada os retém quando estão em jogo suas manias pessoais. Para uns é o duelo; para outros, a guerra. Para Alfonso são as retortas. Antes me interessava que ele me falasse delas, porque me parecia que as­sim me demonstrava amizade. Agora detesto esse laboratório."


Embora contrariada, conseguiu adormecer.


Acordou com a claridade súbita de uma vela e viu à sua cabecei­ra Alfonso, que acabava de se despir. Ela se sentou bruscamente e cruzou os braços em redor dos joelhos.


-    E muito necessária sua visita? - perguntou. - Já ouço des­pertarem os pássaros do jardim. Não acha que faria melhor se ter­minasse esta noite, tão bem começada em seu laboratório, estreitando ao coração uma retorta de vidro bem bojuda?


Ele riu sem mostrar arrependimento.



  • -Estou desolado, minha amiga, mas tinha-me entregue a uma experiência que não podia abandonar. Sabe que nosso terrível ar­cebispo tem parte da culpa? No entanto, aceitou muito dignamente a morte de seu sobrinho. Mas preciso ter cuidado: o duelo é proi­bido. É mais um trunfo em seu jogo. Recebi um ultimato para revelar ao idiota do frade meu segredo da fabricação de ouro. E como não posso explicar-lhe decentemente o tráfico espanhol, de­cidi levá-lo a Salsigne, onde o farei assistir à extração e à transfor­mação da rocha aurífera. Antes disso vou chamar o saxão Fritz Hauer e também enviarei um correio a Genebra. Bernalli sonha­va ser testemunha de tais experimentos, e certamente virá.

  • -Nada disso me interessa - interrompeu Anahí, de mau humor. - Tenho sono.


Com os cabelos a velar-lhe metade do rosto e sua camisola cu­jos folhos de renda lhe caíam sobre o braço nu, a jovem tinha cons­ciência de que sua atitude não era tão rigorosa quanto as suas palavras.


Alfonso acariciou seu ombro suave e branco, mas com um movimento rápido ela lhe enterrou na mão os dentes agudos. Ele deu-lhe um tapa e, com fingida cólera, derribou-a atravessada no leito. Lutaram um momento. Mas logo ela sucumbiu ante a força de Peyrac, a qual não cessava de surpreendê-la. Não obstante, conti­nuava rebelde e se debatia nos braços do marido. Seu sangue co­meçou a circular mais depressa. Uma chispa de desejo acendeu-se no mais fundo de seu ser e se espraiou por ela toda. Continuava a se agitar, mas buscava, com anelante curiosidade, a surpreendente sensação que acabava de experimentar. Seu corpo se abrasava. As ondas do prazer a arrastavam de cume em cume, num delírio que jamais tivera até então. Com a cabeça meio tombada para fora da cama, os lábios entreabertos, Anahí evocou subitamente as som­bras de uma alcova dourada pela tênue luz de uma lamparina. Ti­nha nos ouvidos um doce queixume, que ela percebia com extraordinária nitidez. Reconheceu de repente sua própria voz. Por cima dela, na luz cinzenta da alvorada, via aquele rosto de fauno sorridente, que, com os olhos brilhantes, semicerrados, es­cutava o canto que havia feito nascer.



  • -Oh, Alfonso! - suspirou -, parece-me que vou morrer! Por que é cada vez mais maravilhoso?

  • -Porque o amor é uma arte em que se procura a perfeição, bela amiga, e porque você é uma discípula maravilhosa...


Saciada, buscava agora o sono, aconchegando-se a ele. Como pa­recia trigueiro o torso de Alfonso entre as rendas da camisa!... E como era embriagador aquele cheiro de tabaco!



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Autor(a): Bela

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Uns dois meses mais tarde, um pequeno grupo de cavaleiros que acompanhavam um coche com as armas do Conde de Peyrac su­bia um caminho ao longo de rochas escarpadas para o burgo de Salsigne, no Aude. Anahí, a quem a viagem tinha encantado a princípio, come­çava a sentir-se fatigada. Fazia forte calor e havia muita poeira. O balanço da marc ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 109



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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:35

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:23

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:19

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:16

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  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:41

    ops doca nao, dica!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • unposed Postado em 16/08/2010 - 17:16:23

    Ai ela ta começando a ficar com ciume dele, que fofo!

    Posta maisss!


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