Fanfics Brasil - CAPITULO IV - Estranho oferecimento ao pai de Anahí Os Amores de Anahí *AyA (terminada)

Fanfic: Os Amores de Anahí *AyA (terminada)


Capítulo: CAPITULO IV - Estranho oferecimento ao pai de Anahí

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Aquele dia outonal estava claro, e a floresta muito próxima, ainda não despojada de suas folhas, estendia para o céu azul suas rama­gens cor de ferrugem.


Ao passar em frente à grade do Castelo do Plessis-Bellière, An­ahí curvou-se, procurando enxergar, no fim da aléia de casta­nheiros, a branca visão do encantador edifício que se refletia no flago como uma nuvem de sonho. Tudo estava em silêncio, e o castelo, em estilo renascentista, que os donos haviam abandonado para morar na corte, parecia dormir no mistério de seu parque e de seus jardins. As corças do bosque de Nieul, que lhe ficava próximo, pastavam nas alamedas desertas.


A habitação do administrador Molines ficava meia légua além, em uma das entradas do parque. Belo pavilhão de tijolos verme­lhos, coberto de ardósia azul, parecia, em sua solidez burguesa, o guardião prudente de uma construção leve, cuja graça italiana continuava assombrando os habitantes da região, acostumados aos castelos medievais.


O administrador era a imagem viva de sua casa. Austero e rica­ço, cônscio de seus direitos e de seu papel, era quem de fato pare­cia o proprietário daquele vasto domínio do Plessis, cujo dono estava perpetuamente fora. Uma ou outra vez, no outono para as caçadas ou na primavera para colher os lírios-do-vale, uma nu­vem de senhores e senhoras descia sobre o Plessis, com seus coches, seus cavalos, seus lebréus e seus músicos. Durante alguns dias havia uma série de festas e diversões que enlouqueciam um pouco os fidalgotes da vizinhança, convidados para alvo de zombarias. Depois, toda aquela gente regressava a Paris e a mansão recaía em seu silêncio sob a égide do severo intendente.


Ao ruído dos cascos do cavalo, Molines avançou pelo pátio de sua casa e inclinou-se várias vezes com uma flexibilidade que não lhe exigia esforço, pois fazia parte de suas funções. Anahí, que sabia como era duro e arrogante aquele homem, não apreciava aque­la excessiva cortesia, mas o Barão Armando não disfarçava o seu contentamento.


-Esta manhã tinha tempo de sobra e não achei conveniente fazê-lo esperar, Sr. Molines.


-Agradeço-lhe, senhor barão. Receava que lhe tivesse pareci­do descortês o convite por intermédio de um criado.


-Não me ofendi. Sei que o senhor evita vir a minha residência por causa de meu pai, que insiste em considerá-lo um perigoso huguenote.


-O senhor barão tem o espírito muito arguto. Realmente, não queria causar desgostos ao Sr. de Ridoué, nem à senhora barone­sa, que é muito devota. Prefiro, pois, falar-lhe em minha casa e espero que o senhor me dê a honra de partilhar de nossa mesa, bem como sua filhinha.


-Já não sou uma criança - disse Anahí com vivacidade. - Tenho dez anos e meio, e em nossa casa vieram depois de mim Madelon, Dionísio, Maria Inês, Alberto e o bebê que acaba de nascer.


-Peço à Srta. Anahí que me desculpe. Ser a mais velha exi­ge, com efeito, juízo e maturidade de espírito. Muito feliz eu seria se minha pequena Berta freqüentasse a sua casa, porque, ai de mim! As religiosas de seu convento me afirmam que é uma cabeça de avelã, donde não sairá grande coisa.


-O senhor exagera, Sr. Molines - protestou cortesmente o Barão Armando.


"Desta vez sou da mesma opinião de Molines", pensou Anahí, que detestava a filha do intendente, pequena trigueira e sonsa.


Em relação ao intendente, seus sentimentos eram mais indeci­sos. Embora o achasse desagradável, sentia por ele certa admira­ção, baseada sem dúvida no aspecto confortável de sua pessoa e de sua casa. As roupas do intendente, sempre escuras, eram de be­lo pano, e deviam ser dadas ou vendidas antes que nelas se perce­besse o menor sinal de desgaste. Usava sapatos com fivela e tacão bastante alto, segundo a nova moda.


Em sua casa comia-se maravilhosamente. O narizinho de Anahí estremeceu quando penetraram na primeira sala, lajeada e reluzente de limpeza, que dava para a cozinha. A Sra. Molines mer­gulhou em suas saias, numa reverência profunda, e em seguida vol­tou aos seus bolos.


O intendente conduziu seus convidados a um pequeno gabine­te, para onde mandou trazer água fresca e uma garrafa de vinho.


-   Gosto muito deste vinho - disse ele, após erguer o copo. - É produto de uma colina que esteve muito tempo inculta. Graças a cuidados especiais, pude vindimá-la no outono passado. Os vinhos do Poitou não se comparam com os do Loire, mas são excelentes.


Depois de uma pequena pausa, acrescentou:


-Não seria demais repetir-lhe, senhor, quanto estou feliz por haver atendido pessoalmente ao meu chamado. Para mim, isso é sinal de que o negócio em que estou pensando tem probabilida­des de realizar-se.


-Em suma, o senhor fez comigo uma experiência.


-Rogo ao senhor barão que não me leve a mal. Não sou ho­mem de elevada educação, pois recebi apenas uma instrução de aldeia. Mas confesso-lhe que o orgulho de alguns nobres nunca me pareceu indício de inteligência. E para tratar de negócios, por modestos que sejam, é preciso inteligência.


O gentil-homem camponês recostou-se na poltrona estofada e passou a observar com curiosidade o intendente. Estava um tanto ansioso pelo que pudesse propor-lhe aquele vizinho cuja reputa­ção não era das melhores.


Era tido por muito rico. No princípio, tinha-se mostrado duro com os camponeses e com os rendeiros, mas nos últimos anos esforçava-se por ser amável até com os aldeões mais pobres.


Pouco se sabia acerca das causas de tal mudança e de tão insólita bondade. Os camponeses desconfiavam, mas, como agora se mostrava tratável a respeito das contribuições que o castelo exigia em nome do rei e do marquês, olhavam-no com respeito.


Os maliciosos insinuavam que ele procedia assim para encher de dívidas o seu amo sempre ausente. Quanto à marquesa e seu filho Filipe, não se interessavam pelas terras mais que o próprio marquês.


-Se o que dizem é verdade, o senhor está simplesmente a ponto de tomar por sua conta todo o domínio do Plessis - disse Armando de Sancé um tanto brutalmente.


-Pura calúnia, senhor barão. Não só me empenho em servir com lealdade o senhor marquês, como não vejo nenhuma vantagem em semelhante aquisição. Para acalmar seus escrúpulos, confiar Ihe-ei, embora não traia nenhum segredo, que esta propriedade já está há muito hipotecada!


-Não me proponha que a compre. Não tenho meios para tanto...


-Longe de mim tal pensamento, senhor barão... Um pouco de vinho?



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Autor(a): Bela

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Anahí, a quem a conversa não interessava, escapou silencio­samente do gabinete e voltou para a grande sala, onde a Sra. Molines se ocupava em enrolar a massa de uma enorme torta. Sorriu para a menina e estendeu-lhe uma caixa que exalava delicioso aroma. -   Tome, querida, coma isto. É anahí confeitada. Tem o seu nome. Preparo-a eu m ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 109



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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:35

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  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:41

    ops doca nao, dica!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • unposed Postado em 16/08/2010 - 17:16:23

    Ai ela ta começando a ficar com ciume dele, que fofo!

    Posta maisss!


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