Fanfics Brasil - CAPITULO IV - Estranho oferecimento ao pai de Anahí Os Amores de Anahí *AyA (terminada)

Fanfic: Os Amores de Anahí *AyA (terminada)


Capítulo: CAPITULO IV - Estranho oferecimento ao pai de Anahí

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Anahí, a quem a conversa não interessava, escapou silencio­samente do gabinete e voltou para a grande sala, onde a Sra. Molines se ocupava em enrolar a massa de uma enorme torta. Sorriu para a menina e estendeu-lhe uma caixa que exalava delicioso aroma.


-   Tome, querida, coma isto. É anahí confeitada. Tem o seu nome. Preparo-a eu mesma com o belo açúcar branco. E melhor que a dos padres da abadia, que a fazem com açúcar mascavo. Como querem que os pasteleiros de Paris apreciem esse condimento, se perdeu todo o seu sabor por ser fervido grosseiramente nos enormes caldeirões mal lavados de suas sopas e morcelas?


Ouvindo-a com atenção, Anahí mordia com prazer os finos talos, pegajosos e verdes. Então era naquilo que se convertiam, depois de cortadas, aquelas grandes e fortes plantas do brejo, cujo aroma, no estado natural, era tão pronunciado!


Olhava em redor com admiração. Os móveis rebrilhavam. A um canto havia um relógio, essa invenção que seu avô dizia ser obra do Diabo. Para vê-lo melhor e ouvir seu ruído, aproximou-se do gabinete onde estavam conversando os dois homens. Ouviu seu pai, que dizia:



  • -Por São Dionísio, Molines, o senhor me desconcerta! Con­tam muitas coisas a seu respeito, mas, afinal, todo mundo está de acordo em reconhecer no senhor uma forte personalidade e um espírito penetrante. E agora, por seus lábios, fico sabendo que cul­tiva as mais incríveis utopias.

  • -Em que lhe parece tão pouco razoável o que acabo de expor, senhor barão?

  • -Veja bem. O senhor sabe que me interesso por muares e que consegui por cruzamento uma belíssima raça, e me propõe que intensifique a criação, ficando o senhor encarregado de dar escoa­mento ao produto. Tudo isso está muito bem. Mas não o entendo e quando pensa em um contrato de longa duração com... a Espa­nha. Meu amigo... estamos em guerra com a Espanha!

  • -A guerra não durará sempre, senhor barão.

  • -Assim o esperamos. Mas não se pode fundar um compromisso sobre uma esperança desse gênero.


O intendente esboçou um sorriso que o nobre arruinado não percebeu. Este continuou com veemência:


-   Como quer comerciar com uma nação que está em guerra conosco? Em primeiro lugar, está proibido, e muito justamente, porque a Espanha é um país inimigo. Além disso, as fronteiras estão fechadas e as comunicações e as portagens vigiadas. Quero acreditar que fornecer muares ao inimigo não seja tão grave como fornecer-lhe armas, principalmente porque as hostilidades não se desenrolam aqui, mas em território estrangeiro. Para concluir: tenho muito poucos animais para que valha a pena comerciar com eles. Custaria muito caro e vários anos de trabalho. Meus recur­sos não me permitem essa experiência.


Por amor-próprio não acrescentou que estava prestes a liquidar seu plantei.


-   O senhor barão me fará a fineza de considerar a circunstância de que já possui quatro garanhões excepcionais e que lhe seria muito mais fácil que a mim conseguir muitos outros entre os nobres das redondezas. Quanto às jumentas, podem-se encontrar centenas delas a dez ou vinte libras por cabeça. Um pequeno trabalho adicional de drenagem dos pântanos pode melhorar os pastos, por que as suas mulas de tiro são muito rústicas. Creio que com vinte mil libras poderíamos levar a sério este negócio, que começaria a dar resultados daqui a três ou quatro anos.


O pobre barão parecia tomado de vertigem.


-   Por São Dionísio, o senhor vê as coisas com excessivo oti­mismo! Vinte mil libras! Acredita serem tão preciosos meus po­bres muares de que todo mundo se ri abertamente? Vinte mil libras! Não será certamente o senhor quem me adiantará essa quantia.


-   E por que não? - disse calmamente Molines.
O barão encarou-o com espanto.



  • -Seria uma loucura da sua parte, Molines! Apresso-me em dizer-lhe que não tenho nenhum fiador.

  • -Contentar-me-ei com um simples contrato de sociedade em partes iguais e uma hipoteca sobre a criação, mas o faríamos a tí­tulo privado e secreto em Paris.

  • -Se o senhor quer saber, receio não ter os meios necessários, e por muito tempo, para ir à capital. À primeira vista, sua pro­posta me parece perturbadora e arriscada, e gostaria de consultar previamente alguns amigos...

  • -Nesse caso, senhor barão, nada feito. Porque a chave do nosso êxito está no segredo absoluto. Sem isto, nada há que fazer.

  • -Mas não posso atirar-me, sem pedir conselhos, a um negócio que, além do mais, me parece contrário aos interesses do meu próprio país!

  • -Que é também o meu, senhor barão...

  • -Ninguém o diria, Molines!

  • -Então não falemos mais nisto, senhor barão. Vejo agora que me enganei. Diante dos seus excepcionais resultados, supus que o senhor fosse o único capaz de estabelecer um grande plantei, e sob seu nome, nestas terras.


O barão sentiu-se justamente lisonjeado.



  • -Essa não é a questão...

  • -Então, permita-me o senhor barão observar-lhe quão próxi­ma se acha essa questão da que o preocupa, isto é, o cuidado de instalar condignamente sua numerosa família...

  • -Mereceria uma chicotada, Molines, porque estes são assun­tos que não lhe dizem respeito!

  • -Seja como deseja, senhor barão. Entretanto, embora meus re­cursos sejam mais modestos do que alguns pensam, tinha cogita­do de acrescentar imediatamente - a título de adiantamento sobre nosso futuro negócio, naturalmente - um empréstimo de soma igual: vinte mil libras, que lhe permitiriam dedicar-se a sua pro­priedade sem cuidados excessivamente fatigantes acerca de seus fi­lhos. Sei por experiência própria que os trabalhos não caminham muito rápido quando se tem o espírito distraído pela inquietação.

  • -E quando o fisco o aperta - disse o barão, um tanto agitado.

  • -Para que esses empréstimos entre nós não pareçam suspei­tos, penso que não teríamos nenhum interesse em divulgar nosso acordo. Insisto em que, qualquer que seja sua decisão, não repita a ninguém nossa conversa.

  • -Entendo-o perfeitamente. Mas deve compreender que minha mulher deve ser sabedora da proposta que o senhor acaba de fazer-me. Trata-se do futuro de nossos dez filhos.

  • -Desculpe-me o senhor barão por lhe fazer essa indiscreta per­gunta, mas será a senhora baronesa capaz de silenciar? Nunca ou­vi dizer que uma mulher soubesse guardar um segredo.

  • -Minha mulher tem fama de falar pouco. Além do mais, não temos relações com ninguém. Se eu lhe pedir, não falará.


Nesse momento o intendente viu a ponta do nariz de Anahí, que, apoiada na ombreira da porta, os escutava sem procurar esconder-se. O barão, voltando-se, viu-a também e franziu o sobrolho.



  • -Venha aqui, Anahí - disse secamente. - Creio que você está começando a adquirir o mau hábito de escutar atrás das portas. Aparece sempre nos momentos inoportunos e não se percebe a sua chegada. Essas maneiras são deploráveis.


Molines fixava na pequena um olhar penetrante, mas não pare­cia tão contrariado quanto o barão.



  • -Os camponeses dizem que é uma fada - comentou sorrindo. Ela se aproximou sem se alterar.

  • -Você ouviu nossa conversa? - perguntou o barão.


 



  • -Ouvi, meu pai! Molines disse que Josselino poderia ir para o exército e Hortensia para o convento, se o senhor produzisse muitos muares.

  • -Você tem uma curiosa maneira de sintetizar as coisas. Ago­ra, escute-me. Vai prometer-me não contar esta história a ninguém.


Anahí levantou para eles seus olhos azuis.



  • -Posso prometer... Mas que é que ganho? O administrador sufocou o riso.

  • -Anahí! - exclamou o pai com assombro e decepção. Molines foi quem respondeu:


-   Comece por provar-nos sua discrição, Srta. Anahí. Se, co­mo espero, se realizar a nossa sociedade com o senhor barão seu pai, será necessário esperar que o negócio prospere sem dificulda­de, para o que é preciso que não se divulgue nada de nossos projetos. Então, como recompensa, dar-lhe-emos um marido...


Anahí fez um muxoxo, pareceu refletir, e disse:


-   Está bem. Prometo.


Em seguida retirou-se.



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Autor(a): Bela

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Na cozinha, a Sra. Molines, afastando as cria­das, colocou ela mesma no forno sua torta coberta de creme e cerejas. -Sra. Molines, vamos comer logo? - perguntou Anahí. -Ainda não, querida. Se você está com muita fome, eu lhe da­rei uma fatia de pão com manteiga. -Não é isso, mas eu queria saber se tenho tempo para ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 109



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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:35

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:16

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  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:41

    ops doca nao, dica!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • unposed Postado em 16/08/2010 - 17:16:23

    Ai ela ta começando a ficar com ciume dele, que fofo!

    Posta maisss!


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