Fanfics Brasil - CAPITULO VI - Chegada do primo nobre de Paris Os Amores de Anahí *AyA (terminada)

Fanfic: Os Amores de Anahí *AyA (terminada)


Capítulo: CAPITULO VI - Chegada do primo nobre de Paris

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Fora de si, o ancião ergueu-se, e, como a refeição havia termina­do, todos o imitaram. Anahí, que não tinha podido comer na­da, saiu da sala sem se fazer notar. Inexplicavelmente, sentia-se gelada e tinha calafrios. Tudo o que acabara de ouvir rodopiava em sua cabeça: o rei dormindo sobre palha, o Parlamento rebela­do, os grandes senhores servindo sopa, Paris, um mundo cheio de vida e de atrativos. Diante daquela agitação, sentia-se como mor­ta, vivendo encerrada em uma cripta.


Subitamente postou-se num canto do corredor. Seu primo Fili­pe passou perto dela sem vê-la. Ouviu-o subir ao pavimento supe­rior e interpelar seus criados, que, à pálida luz de algumas velas, preparavam os quartos para seus amos. A voz de falsete do rapaz elevava-se raivosa:


-   É incrível que nenhum de vocês se tenha se lembrado de obter brandões na última parada. Poderíamos ter suspeitado de que, nestas remotas paragens, os pretensos nobres não valem mais do que os seus vilões. Aqueceram ao menos a água para o meu banho?


O homem respondeu qualquer coisa que Anahí não ouviu. Filipe tornou resignadamente:


-   Tanto pior! Lavar-me-ei em uma tina! Felizmente, meu pai me disse que no Castelo do Plessis há dois banheiros florentinos. Estou impaciente por chegar. Tenho a impressão de que o odor desta tribo dos Sancé nunca me vai sair do nariz.


"Desta vez", pensou Anahí, "ele me pagará." Viu-o descer de novo à luz da lanterna colocada sobre o conso­lo da antecâmara. Quando ele estava bem perto, saiu da sombra da escada.



  • -Como se atreve a falar de nós com tal insolência aos lacaios? - interrogou com voz firme, que ressoou sob as abóbadas. - Você não tem sentido da dignidade da nobreza? Isso se deve, sem dúvida, a des­cendentes de um bastardo de rei. Quanto a nós, temos o sangue puro.

  • -Tão puro o sangue como suja a cara - replicou o jovem friamente.


Dando um salto inesperado, Anahí atirou-se contra ele, dis­posta a enterrar-lhe as unhas no rosto. Mas o rapaz, com força já varonil, segurou-a pelos pulsos e atirou-a violentamente contra a parede. Em seguida afastou-se sem aligeirar o passo.


Atordoada, Anahí sentia que o coração lhe batia precipitada­mente. Afogava-a um sentimento misto de vergonha e desespero.


"Odeio-o", pensava, "e me vingarei algum dia. Terá de curvar-se, de me pedir perdão."


Mas por enquanto não passava de uma menina miserável à som­bra de um castelo velho e úmido.


Rangeu uma porta, e Anahí percebeu a silhueta maciça do velho Guilherme, que entrava trazendo dois baldes de água fumegante para o banho do jovem senhor. Ao vê-la, deteve-se.



  • -Quem está aí?

  • -Sou eu - respondeu Anahí em alemão.


Quando estava a sós com o velho soldado, falava sempre nessa língua, que ele lhe havia ensinado.



  • -Que faz aí? - retrucou Guilherme no mesmo idioma. - Faz frio. Vá para a sala escutar as histórias do senhor marquês, seu tio. Assim poderá alegrar-se para todo o ano.

  • -Detesto essa gente! - disse Anahí. - São impertinentes e em nada se parecem conosco. Destroem tudo o que tocam e deixam-nos depois sozinhos e com as mãos vazias, enquanto par­tem para seus belos castelos, cheios de objetos magníficos.

  • -Que se passa com você, minha filha? - perguntou lentamente o velho Lützen. - Seu espírito não poderia estar acima de algu­mas brincadeiras?


Crescia o mal-estar de Anahí. Um suor frio molhava-lhe a fronte.



  • -Guilherme, você, que nunca esteve em uma corte de prínci­pes, diga-me: quando alguém encontra de uma só vez um malva­do e um covarde, que deve fazer?

  • -Estranha pergunta para uma menina! Já que me pergunta, dir-lhe-ei que deve matar o malvado e deixar que o covarde fuja.


E acrescentou, depois de um momento de reflexão, tornando a pegar os baldes:



  • -Mas seu primo Filipe não é nem covarde nem malvado. É um pouco jovem, eis tudo...

  • -Então, também você o defende? - exclamou Anahí com voz aguda. - Também você. Porque é formoso... porque é rico...


Enchia-lhe a boca um gosto amargo. Vacilou e, escorregando ao longo da parede, tombou desmaiada.


A enfermidade de Anahí era coisa naturalíssima. A Sra. de Sancé deu à menina explicações tranqüilizadoras sobre os sinto­mas que a inquietavam: havia-se transformado em mulher. Avisou-a de que aquilo lhe aconteceria daí em diante todos os meses, até uma idade avançada.



  • - E desmaiarei todos os meses? - perguntou Anahí, surpreen­dida de não haver percebido mais amiúde os desmaios obrigató­rios das mulheres que a rodeavam.

  • - Não, o desmaio foi um acidente. Logo você se recobrará e se acostumará perfeitamente ao seu novo estado.

  • - De qualquer maneira... falta muito para ser velha! - suspirou a menina. - E, quando for velha, já não poderei subir nas árvores.

  • - Pode continuar subindo nas árvores - disse a Sra. de Sancé, que punha muita delicadeza na educação de seus filhos e parecia compreender os dissabores de Anahí. - Mas, como você mesma compreende, já é hora de renunciar a algumas criancices que não ficam bem para a sua idade e para a sua condição de senhorita nobre.


Acrescentou pequeno discurso em que tratou da alegria de tra­zer filhos ao mundo e do castigo original que pesa sobre todas as mulheres por culpa de nossa mãe Eva.


"Juntemos isso à miséria e à guerra", pensou Anahí.


Estirada entre os lençóis, escutando a chuva que caía, experimen­tava certo bem-estar. Sentia-se fraca e, ao mesmo tempo, engran­decida. Tinha a impressão de se achar estendida em um navio que se afastava de uma praia conhecida, rumo a outro destino. De vez em quando pensava em Filipe e cerrava os dentes.


Depois do seu desfalecimento, velada no leito pela tia Pulquéria, Anahí não percebera a partida do marquês e de seu filho. Soube que não haviam demorado muito em Monteloup. Filipe queixava-se dos percevejos, que não o tinham deixado dormir. - E minha petição ao rei? - perguntou o Barão de Sancé no momento em que seu ilustre parente subia para a carruagem. - Você pôde apresentá-la?


- Apresentei-a, meu bom amigo, mas não creio que você tenha direito a esperar dela grande coisa; o pequeno rei está agora mais pobre do que você e não tem, por assim dizer, nem um teto sob o qual repouse a cabeça. Contaram-me - prosseguiu desdenhosamente - que você preenche seus lazeres criando belos muares. Venda alguns.


-   Refletirei sobre sua sugestão - disse Armando de Sancé, em tom irônico. - Atualmente, é melhor para um gentil-homem ser trabalhador do que contar com a generosidade de seus pares.


 - Trabalhador! Oh! Que palavra feia! - disse o marquês com gesto amaneirado. - Adeus, meu primo! Envie seu filho para o exército, e os seus mais robustos aldeões para o meu regimento. Adeus! Beijo-lhe mil vezes.


A carruagem afastou-se aos solavancos, enquanto uma bem tra­tada mão se agitava na portinhola.


Não houve outras visitas dos senhores do Plessis. Soube-se que davam algumas festas; depois, que se preparavam para voltar à He de France com seu exército inteiramente novo. Os sargentos recrutadores já tinham passado por Monteloup.


No castelo, somente João Couraça e um dos trabalhadores do cam­po se deixaram tentar pelo glorioso porvir reservado aos dragões do rei. A ama Fantina chorou copiosamente quando seu filho partiu.


-   Não era mau, e agora se converterá em um soldado-cavaleiro como você - disse a Guilherme Lützen.


-   É questão de herança, minha cara. Não teve por pai um soldado?
Para marcar as épocas, adquiriu-se, no castelo, o hábito de dizer:


"Isso aconteceu antes, ou depois, da visita do Marquês du Plessis".



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Autor(a): Bela

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Ocorreu depois do incidente do "visitante negro". Foi recordado por Anahí mais profundamente e por muito mais tempo. Longe de abater e mortificar, como o haviam feito os hóspe­des anteriores, o visitante trouxe, com suas palavras estranhas, uma esperança que haveria de acompanhar a jovem no transcurso de sua vida, uma esperança tão arr ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 109



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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:35

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  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:41

    ops doca nao, dica!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • unposed Postado em 16/08/2010 - 17:16:23

    Ai ela ta começando a ficar com ciume dele, que fofo!

    Posta maisss!


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