Fanfics Brasil - CAPÍTULO VII - A visita do homem de negro — O irmão mais velho de Anahí foge para a América Os Amores de Anahí *AyA (terminada)

Fanfic: Os Amores de Anahí *AyA (terminada)


Capítulo: CAPÍTULO VII - A visita do homem de negro — O irmão mais velho de Anahí foge para a América

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Ocorreu depois do incidente do "visitante negro".


Foi recordado por Anahí mais profundamente e por muito mais tempo. Longe de abater e mortificar, como o haviam feito os hóspe­des anteriores, o visitante trouxe, com suas palavras estranhas, uma esperança que haveria de acompanhar a jovem no transcurso de sua vida, uma esperança tão arraigada que nos momentos de angústia vi­vidos mais tarde bastava-lhe fechar os olhos para rever aquela tarde chuvosa de primavera, na qual o homem havia aparecido.


Anahí estava na cozinha, como de costume. A seu redor brin­cavam Dionísio, Maria Inês e o pequeno Alberto. O caçula estava no berço, perto do fogão. Para as crianças, a cozinha era a mais bela peça da casa. O fogo ali ardia todas as horas e quase sem fu­maça, pois a chaminé era muita alta. A luz daquele fogo perene dançava e refletia-se nos fundos vermelhos de caçarolas e de pesa­dos tachos de cobre, que pendiam das paredes. O retraído e pensativo Gontran passava horas inteiras observando a cintilação daqueles reflexos, nos quais enxergava estranhas visões, e nos quais Anahí reconhecia os gênios tutelares de Monteloup.


Naquela tarde Anahí estava preparando um pastelão de lebre. Já tinha dado à massa a forma de torta, e estava  picando a carne. Ouviu-se o tropel de um cavalo.


-         É seu pai que volta - disse tia Pulquéria. - Anahí, creio que devemos ir ao salão.


Depois de curto silêncio, durante o qual o cavaleiro deve ter-se apeado, soou a campainha da porta de entrada.



  • -Vou atender - gritou Anahí.


E precipitou-se, com as mangas arregaçadas e os braços sujos de farinha. Através da chuva e da bruma distinguiu um homem alto e magro de cuja capa escorria água.



  • -Abrigou seu cavalo? - perguntou. - Aqui os animais se resfriam facilmente. Há demasiada névoa, por causa dos pântanos.

  • -Agradeço-lhe, senhorita - respondeu o forasteiro, tirando o grande chapéu de feltro e fazendo uma reverência. - Tomei a liberdade, segundo o costume dos viajantes, de levar o meu cava­lo e a bagagem para a sua estrebaria. Como me achava demasiado longe do meu destino, e passava perto do Castelo de Monteloup, decidi-me a solicitar do senhor barão hospitalidade por uma noite.


Pelo traje de grosso tecido negro, apenas adornado com um co­larinho branco, Anahí pensou que se tratasse de um pequeno comerciante ou de um camponês em roupa domingueira. Mas seu acento, que não era da região e parecia um pouco estrangeiro, desconcertava-a, bem como a linguagem rebuscada.


-   Meu pai ainda não voltou para casa, mas venha aquecer-se na cozinha. Um moço cuidará do animal.


Quando voltou à cozinha, à frente do visitante, seu irmão Josselino acabava de entrar pela porta dos fundos. Coberto de lama, com o rosto vermelho e sujo, ia arrastando pelo chão um javali por ele morto.


-   Boa caça, senhor? - perguntou o forasteiro com muita cortesia.
Josselino lançou-lhe um olhar pouco amável e respondeu com um grunhido. Sentou-se, depois, em um tamborete e estendeu os pés para o lume. Mais modestamente, o visitante sentou-se também junto ao fogo e aceitou um prato de sopa que Fantina lhe ofereceu. Explicou que era originário da região, pois havia nascido perto de Secondigny, mas que, por ter passado muitos anos viajando, falava com sotaque estrangeiro a sua própria língua.


-   Mas perdê-lo-ei prontamente - afirmou. Não fazia mais de uma semana que desembarcara em La Roche.


Ao ouvir as últimas palavras, Josselino levantou a cabeça e fitou-o com olhos brilhantes. Os meninos rodearam-no e começaram a crivá-lo de perguntas.



  • -Que países visitou?

  • -Muito distantes daqui?

  • -Qual é sua profissão?

  • -Não tenho profissão - respondeu o desconhecido. - Por enquanto, creio que gostaria bastante de percorrer a França e contar a quantos queiram escutá-las as minhas viagens e aventuras.

  • -Como os poetas, como os trovadores medievais? - pergun­tou Anahí, que, apesar dos pesares, havia aproveitado algumas das lições de tia Pulquéria.

  • -Qualquer coisa assim, embora eu não saiba cantar nem fazer ver­sos. Mas poderei contar-lhes coisas muito belas das terras em que não é preciso plantar vides. As uvas pendem das árvores das florestas, mas os habitantes não sabem fazer vinho com elas. É melhor assim, por­que Noé se embriagou e o Senhor não quer que os homens se trans­formem em porcos. Ainda existem povos inocentes sobre a Terra. Também poderia falar-lhes dessas extensas planícies, onde, para con­seguir um cavalo, basta espreitar, atrás de uma rocha, a passagem das recuas selvagens, que galopam com as crinas ao vento. Lança-se-lhes uma corda comprida com um nó corrediço, e fica-se dono do animal.

  • -E podem-se domá-los facilmente?

  • -Nem sempre - disse sorrindo o forasteiro.


Anahí compreendeu que aquele homem devia sorrir poucas vezes. Parecia ter uns quarenta anos, mas existia em seu olhar al­go inflexível e apaixonado.



  • -Para chegar a esses países é preciso atravessar o mar? - per­guntou com desconfiança o taciturno Josselino.

  • -Atravessa-se todo o oceano. Além, no interior das terras, encontram-se grandes rios e lagos. Os habitantes são de cor vermelho-acobreada. Enfeitam a cabeça com penas de aves e via­jam em canoas feitas com peles de animais. Também estive nu­mas ilhas onde todos os homens são negros. Alimentavam-se de plantas grossas como o punho de um homem, chamadas cana-de-açúcar, e é delas, na verdade, que provém o açúcar. Com o melaço fazem uma bebida mais forte que a aguardente dos cereais, mas que embriaga menos e dá alegria e força: chama-se "rum".

  • -Trouxe um pouco dessa bebida maravilhosa? - perguntou Josselino.

  • -Tenho uma garrafa na bolsa de minha sela. Mas deixei vários tonéis em casa de meu primo, que mora em La Rochelle e que tenciona tirar deles bons lucros. É esse o seu negócio. Quanto a mim, sou apenas um viajante curioso de ver terras novas, ávido de co­nhecer esses lugares onde ninguém tem fome nem sede e onde o homem se sente livre. Foi ali que compreendi que todo o mal pro­vém dos homens de raça branca, que não atenderam à palavra do Senhor, mas a desviaram de seu verdadeiro sentido. Porque o Se­nhor não mandou matar nem destruir, mas amar uns aos outros.



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Autor(a): Bela

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Houve um silêncio. As crianças não estavam acostumadas àquela linguagem tão insólita. -A vida nas Américas é, pois, mais perfeita que em nossos países, onde Deus reina há tanto tempo? - perguntou a voz tranqüila de Raimundo. "Também ele se tinha aproximado, e Anahí notou em seu olhar ia ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 109



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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:35

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:16

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  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:41

    ops doca nao, dica!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • unposed Postado em 16/08/2010 - 17:16:23

    Ai ela ta começando a ficar com ciume dele, que fofo!

    Posta maisss!


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