Fanfics Brasil - CAPITULO VIII - O claustro dos monges dissolutos — Singular conclusão do negócio dos Os Amores de Anahí *AyA (terminada)

Fanfic: Os Amores de Anahí *AyA (terminada)


Capítulo: CAPITULO VIII - O claustro dos monges dissolutos — Singular conclusão do negócio dos

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Anahí levou à palma aberta seus dedos miúdos, que ignorava serem tão lindos. Em silêncio, o jovem a conduziu até a entrada de uma galeria, onde os pajens e as pessoas jovens tinham o direi­to de se divertir à sua maneira.


-   Abram alas, abram alas! - gritou subitamente. - Amigos, apresento-lhes minha prima, a Baronesa do Triste Vestido!


Houve risadas e todos se precipitaram para os dois. Os pajens usavam curiosos calçôezinhos abalonados que desciam à altura das coxas e, com suas longas e magras pernas de adolescentes, empoleirados em tacões altos, pareciam aves pernaltas.


"Afinal de contas", pensava Anahí, "não estou mais ridícula com meu `triste vestido` do que eles com essas morangas nas ca­deiras."


Teria sacrificado seu amor-próprio para ficar perto de Filipe. Mas um dos jovens perguntou-lhe:



  • -Sabe dançar, senhorita?

  • -Um pouco.

  • -De verdade? Que danças?

  • -A bourrée, o rigodão, a ronda...

  • -Ah, ah, ah! - riram estrondosamente os jovens. - Filipe, que passarinho nos trouxe! Vamos, vamos, senhores, tiremos a sor­te! Quem vai dançar com a camponesa? Onde estão os apreciado­res da bourrée? Puf! Puf! Puf!


Num gesto brusco, Anahí retirou sua mão da de Filipe e fugiu.


Atravessou os grandes salões repletos de criados e senhores, o vestíbulo mosaicado, onde dormiam os cães sobre almofadas de veludo. Procurava seu pai, e, principalmente, não queria chorar. Tudo aquilo não valia a pena. Seria uma recordação que teria de apagar da memória, como um sonho um tanto louco e grotesco. Não fica bem para a codorniz sair de seu mato. Por haver obede­cido com um pouco de boa vontade aos ensinamentos da tia Pulqueria, Anahí  dizia a si mesma que tinha recebido o justo castigo da vaidade inspirada pelo convite lisonjeiro da Marquesa du Plessis.


Ouviu, finalmente, vinda de uma salinha afastada, a voz um tanto aguda do marquês.


_- Mas não, de maneira alguma! Não está no caminho certo, meu pobre amigo - dizia em aflitivo crescendo. - Engana-se pen­sando que nos é fácil a nós, nobres sobrecarregados de despesas, obter isenções. Além disso, nem eu nem o Príncipe de Conde es­tamos capacitados para concedê-la a você.



  • -Peço-lhe unicamente que seja meu advogado ante o superin­tendente de Finanças, o Sr. de Trémant, que você conhece pes­soalmente. O negócio não deixa de ter interesse para ele. Isentar-me-ia de impostos e direitos de trânsito exclusivamente sobre o que fosse do Poitou ao oceano. Tal isenção, aliás, só se aplicaria à quarta parte de minha produção de muares e de chumbo. Em compensação, a intendência militar do rei poderá reservar-se a com­pra do restante ao preço corrente, e do mesmo modo o Tesouro Real terá exclusividade semelhante sobre o chumbo e a prata pela tarifa oficial. Não é mau para o Estado contar com alguns produ­tores certos de matérias diversas no país, ao invés de comprá-las no estrangeiro. Por exemplo, para puxar os canhões tenho belíssi­mos animais, impetuosos e resistentes.

  • -Suas palavras cheiram a estéreo e suor - replicou o marquês, tapando o nariz. - Pergunto-me até que ponto rebaixa sua condi­ção de gentil-homem, lançando-se a um empreendimento que se parece muito, permita que lhe diga, a um comércio.

  • -Comércio ou não, preciso viver - retrucou Armando de Sancé, com uma persistência que reconfortou Anahí.

  • -E eu - exclamou o marquês erguendo os braços -, pensa que não tenho as minhas dificuldades? Pois bem, saiba que até o último de meus dias não me entregarei a nenhum trabalho plebeu que possa prejudicar minha qualidade de gentil-homem.

  • -Meu primo, seus rendimentos não são comparáveis aos nos­sos. De fato, vivo em estado de mendicância relativamente ao rei, que me nega auxílio, em relação aos usurários de Niort, que me devoram.

  • -Já sei, já sei, meu bom Armando. Mas você já se perguntou como é que eu, cortesão e com dois cargos reais importantes, pos­so equilibrar meu orçamento? Tenho certeza de que não! Pois bem, saiba que minhas despesas ultrapassam inevitavelmente minhas rendas. É certo que, contando com as rendas do meu domínio do Plessis e as de minha mulher na Touraine, meu cargo de oficial-camareiro do rei - umas quarenta mil libras - e de mestre-de-campo-de-brigada do Poitou, tenho uma renda média bruta de cento e sessenta mil libras...

  • -Eu - disse o barão - me contentaria com a décima parte.

  • -Um instante, meu primo. Tenho cento e sessenta mil libras de renda. Mas saiba que as despesas de minha mulher, o regimen­to de meu filho, meu palácio em Paris, meu pavilhão de Fontai-nebleau, meus deslocamentos com a corte, os juros que tenho de pagar por empréstimos diversos, as recepções, as roupas, as car­ruagens e cavalos, a criadagem, etc, somam cerca de trezentas mil libras de despesas.

  • -Quer dizer que lhe faltariam mais de cento e quarenta mil libras por ano?

  • -Você diz apenas a verdade, meu primo. E se me permiti fazer-lhe esta enfadonha exposição, foi para que compreendesse meu pon­to de vista quando lhe digo que no momento não posso falar ao Sr. de Trémant, superintendente das Finanças.

  • -Mas você o conhece.

  • -Conheço-o, mas já não tenho relações com ele. Estou cansa­do de dizer-lhe que o Sr. de Trémant está a serviço do rei e da regente, e que é mesmo ardoroso partidário de Mazarino.

  • -Pois bem, precisamente...

  • -Precisamente por esta razão não nos encontramos. Não sabe que o Sr. Príncipe de Conde, ao qual sou fiel, está brigado com a corte?

  • -Como havia de sabê-lo? - disse confuso Armando de Sancé. - Faz poucos meses que os vi, e naquela época a regente não ti­nha melhor servidor que o senhor príncipe.

  • -Ah, desde então correu muita água! - suspirou o Marquês du Plessis. - Não posso contar-lhe a história detalhadamente. Saiba somente que, se a rainha, seus dois filhos e esse diabo vermelho, o cardeal, puderam voltar ao Louvre, em Paris, devem-no ao Sr. de Conde. Em recompensa, tratam esse grande homem de manei­ra indigna. Há várias semanas que houve a ruptura. Ao príncipe pareceram interessantes algumas propostas da Espanha, e veio a minha casa para estudá-las.

  • -Propostas espanholas? - repetiu o Barão Armando.



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Autor(a): Bela

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-Isso mesmo. Entre nós, e pela nossa honra de gentis-homens, imagine que o Rei Filipe IV chega a oferecer ao nosso grande general bem como ao Sr. de Turenne, um exército de dez mil homens a cada um. __ Para fazerem o que?    . ___ para submeterem a regente e, principalmente, esse cardeal ladrão! Graças aos exércitos esp ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 109



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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:35

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:19

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:16

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  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:41

    ops doca nao, dica!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • unposed Postado em 16/08/2010 - 17:16:23

    Ai ela ta começando a ficar com ciume dele, que fofo!

    Posta maisss!


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