Fanfic: Os Amores de Anahí *AyA (terminada)
- -Isso mesmo. Entre nós, e pela nossa honra de gentis-homens, imagine que o Rei Filipe IV chega a oferecer ao nosso grande general bem como ao Sr. de Turenne, um exército de dez mil homens a cada um.
__ Para fazerem o que? .
___ para submeterem a regente e, principalmente, esse cardeal ladrão! Graças aos exércitos espanhóis comandados pelo Sr. de Condé este entraria em Paris, e Gastào d`Orléans, isto é, Monsieu, irmão do finado Rei Luís XIII, seria proclamado rei. A monarquia estaria salva e finalmente livre de mulheres, de crianças e de e um estrangeiro que a desonra. Com todos esses belos projetos, pergunto-lhe: que devo eu fazer? Para manter o nível de vida que acabo de lhe expor, não posso dedicar-me a uma causa perdida. Pois bem, o povo, o Parlamento, a corte, todo mundo odeia Mazarino. A rainha continua a se agarrar a ele e não cederá nunca. É indescritível a existência que há dois anos levam a corte e o pequeno rei. Só pode ser comparada com a dos ciganos do Oriente: fugas, retornos, disputas, guerras, etc. Assim é demais. A causa de Luís XIV está perdida. Acrescento-lhe que a filha de Gastão d`Orléans, a Srta. de Montpensier - essa ilustre moça de verbo inflamado -, é uma ferrenha partidária da Fronda. Já lutou ao lado dos rebeldes, há um ano. Só deseja combater de novo. Minha mulher adora-a, e ela lhe retribui. Mas desta vez não consentirei que Alice se comprometa com outro partido que não o meu. Cingir o torso com uma faixa azul e prender no chapéu uma espiga de trigo não seria grave se a separação entre esposos não acarretasse outros transtornos. Ora, Alice, por sua natureza, é francamente do "contra". Contra as ligas e a favor dos laços de seda; contra a franja de cabelos e a favor da fronte descoberta, etc. É uma original. Agora está contra Ana d`Áustria, a regente, porque esta lhe observou que as pastilhas que ela usava para o trato da boca lhe recordavam certo purgante. Não haverá força humana que faça Alice voltar à corte, onde acha que se aborrece entre as devoções. Da rainha e as traquinagens de seus pequenos príncipes. Seguirei, pois, minha mulher, já que minha mulher não quer seguir-me. Tenho o fraco de achar nela certa graça e algumas habilidades amorosas que me agradam...
- -Mas... mas não quer dizer que o Sr. de Turenne, também ele...? - balbuciou Armando de Sancé, que estava a ponto de desfalecer.
- -Oh! O Sr. de Turenne! O Sr. de Turenne! É como todo mundo... Não gosta que se menosprezem os seus serviços. Pediu Sedan para sua família. Recusaram-lha. Aborreceu-se, como é natural.
Dir-se-ia até que já aceitou as propostas do rei da Espanha. O Sr. de Conde é menos apressado. Aguarda primeiro as notícias de sua irmã de Longueville, que foi com a Princesa de Conde sublevar a Normandia. Aqui, é preciso que eu lhe diga, entra a Duquesa de Beaufort, cujos encantos não lhe são indiferentes... Desta vez, nosso grande herói se mostra menos ansioso de partir para a guerra. Desculpa-lo-á quando tiver encontrado a referida deusa... Tem uma pele, meu amigo!...
Anahí, que se encostara ao tapiz de uma parede, viu de longe que seu pai puxava seu enorme lenço e enxugava a fronte.
"Nada conseguirá", pensou, com o coração apertado. "Que lhes importam nossas histórias de muares e de chumbo argentífero?"
Uma angústia intolerável constringia-lhe a garganta. Afastou-se e desceu para o parque, sobre o qual já começavam a descer as sombras. Do fundo dos salões continuava a chegar o som dos violinos e das guitarras. Os lacaios, em filas, traziam candelabros. Outros, trepados em escabelos, acendiam as velas de castiçais fixados às paredes, cujos espelhos lhes refletiam as luzes.
"Quando penso", dizia Anahí consigo mesma, caminhando devagarzinho pelas alamedas, " que meu pobre pai sentia escrúpulos por algumas bestas que Molines queria vender à Espanha em tempo de guerra! Traição?... Bem indiferente a todos esses príncipes, que, entretanto, só vivem graças à monarquia. E possível que pensem realmente em fazer guerra ao rei?"
Havia contornado o castelo e agora se achava ao pé da parede que tantas vezes havia escalado para contemplar os tesouros do aposento encantado. O lugar estava deserto, pois os pares que não fugiam da bruma crepuscular, muito fresca naquele anoitecer de outono, permaneciam de preferência na relva da frente.
Um instinto familiar fê-la tirar os sapatos, e, com agilidade, a despeito de sua saia comprida, subiu até a cornija do primeiro andar. Já tinha anoitecido completamente. Ninguém que passasse por ali poderia vê-la, encolhida, além do mais, à sombra de uma toninha que ornava a ala direita.
A janela estava aberta e Anahí inclinou-se para a frente. Adivinhava que, pela primeira vez, o aposento estaria habitado, porque a luz dourada de uma lamparina de azeite o iluminava. O mistério dos belos móveis e da tapeçaria acentuava-se ainda mais. Via-se luzirem como cristais de neve os nácares de uma pequena secretária de ébano.
De repente, olhando em direção do alto leito adamascado, Anahí teve a impressão de que o quadro do deus e da deusa se animava.
Dois corpos brancos e nus estreitavam-se em meio à desordem dos lençóis rejeitados, cujas rendas se arrastavam no chão. Eles se confundiam de tal maneira que ela acreditou, à primeira vista, estar assistindo a um combate de adolescentes, a uma luta entre pajens batalhadores e impudicos, antes de distinguir que ali havia um homem e uma mulher.
A cabeleira escura e anelada do participante masculino cobria quase inteiramente o rosto da mulher, que seu longo corpo parecia querer esmagar inteiramente. Entretanto, o homem se movia com doçura, ritmadamente, animado de uma espécie de tenacidade voluptuosa, e os reflexos da lamparina revelavam o jogo de seus músculos magníficos.
Da mulher, Anahí não percebia senão detalhes meio apagados na penumbra: uma perna delgada, erguida contra o corpo masculino, um seio ressaltando de entre os braços que a envolviam, uma mão delicada e branca, que ia e vinha, qual uma borboleta, acariciando maquinalmente a ilharga do parceiro, para se afastar subitamente, a palma distendida, pendente da beira da cama, enquanto um profundo gemido se perdia entre as cortinas de seda.
Durante os momentos de silêncio, Anahí ouvia duas respirações a se confundirem, cada vez mais aceleradas, semelhando o vento de uma tempestade. Depois um súbito repouso os aquietava. Novamente os queixumes da mulher ascendiam na sombra, enquanto sua mão tombava vencida sobre o alvo lençol, como uma flor cortada.
Anahí achava-se a um só tempo extremamente perturbada e vagamente maravilhada. Por haver muitas vezes contemplado o quadro do Olimpo, apreciado sua frescura e seu arrojo prenhes de majestade, teve finalmente uma impressão de beleza que se desprendia daquela cena e que ela, como camponesa sagaz que era, compreendia em todo o seu sentido.
"E isso então o amor!", disse ela consigo mesma, enquanto a percorria um frêmito de medo e de prazer.
Separaram-se finalmente os dois amantes. Repousavam agora um ao lado do outro, como pálidos mortos na obscuridade de uma cripta. Seus hálitos se enlanguesciam numa beatitude sonolenta. Nenhum dos dois falava. Foi a mulher quem se moveu primeiro.
Esticando o braço muito branco, apanhou sobre o consolo, junto ao leito, um frasco em que brilhava o rubi de um vinho escuro. Teve um pequeno riso.
- Oh! querido, eu estou exausta - murmurou ela. - É preciso que repartamos entre nós este vinho do Roussillon que seu previdente criado colocou aqui. Quer um copo?
O homem, do fundo da alcova, respondeu com um grunhido que podia ser tomado por assentimento.
A dama, cujas forças pareciam restauradas, encheu dois copos, estendeu um a seu amante, e bebeu o outro com alegria gulosa. Repentinamente, Anahí pensou que adoraria estar lá, naquele leito, assim inteiramente nua e estirada, saboreando o vinho quente do Midi.
"E o chaudaut dos príncipes", pensou.
Não percebia o incômodo de sua posição. Agora ela enxergava completamente a mulher, admirava seus seios redondos, acentuados por um bico arroxeado, seu ventre flexível, suas pernas longas, que ela havia cruzado.
Sobre a bandeja havia frutas. A mulher escolheu um pêssego e mordeu-o gostosamente.
- Ao diabo os importunos! - exclamou de repente o homem, saltando do leito por cima da companheira.
Anahí, que não tinha ouvido baterem à porta do quarto, julgou-se descoberta e agachou-se a um canto da torrinha, mais morta que viva.
Quando olhou de novo, viu que o deus se havia envolvido em um amplo chambre escuro, atado por um cordão de prata. Seu rosto, de jovem de uns trinta anos, era menos belo que seu corpo, pois tinha o nariz comprido e olhos duros, mas brilhantes, que lhe davam certa aparência de ave de rapina.
- Estou em companhia da Duquesa de Beaufort - gritou, voltado para a porta.
Autor(a): Bela
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 109
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luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:35
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luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:19
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luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:16
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carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:41
ops doca nao, dica!
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carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23
doca: coloca quem está falando na frente das falas.
ex.
anahi: ----------
ok?
fica mais fácil de entender quem está falando cada fala! -
carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23
doca: coloca quem está falando na frente das falas.
ex.
anahi: ----------
ok?
fica mais fácil de entender quem está falando cada fala! -
unposed Postado em 16/08/2010 - 17:16:23
Ai ela ta começando a ficar com ciume dele, que fofo!
Posta maisss!