Fanfics Brasil - CAPITULO IX - O cofrezinho e a grande conspiração Os Amores de Anahí *AyA (terminada)

Fanfic: Os Amores de Anahí *AyA (terminada)


Capítulo: CAPITULO IX - O cofrezinho e a grande conspiração

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Anahí, que se detivera à entrada do salão maior, avistou o Prín­cipe de Conde, rodeado pela Sra. du Plessis, a Duquesa de Beaufort e a Condessa de Richeville. O Marquês du Plessis e seu filho Filipe também partilhavam a mesa do príncipe, bem como algumas outras damas e jovens senhores. O burel do italiano Exili punha uma nota insólita no meio de tantas rendas, fitas, tecidos preciosos recamados de ouro e prata. Se o Barão de Sancé estivesse presente, estaria cor­rendo parelhas com a austeridade monástica. Mas Anahí, embo­ra tivesse olhado com atenção, não viu seu pai em nenhum lugar.


De repente, um dos pajens que passava conduzindo uma garra­fa de prata dourada a reconheceu. Fora ele quem a motejara grosseiramente a propósito da bourrée.


-   Oh! Eis a Baronesa do Triste Vestido! - chasqueou. - Que quer beber, Nanon? Aguapé de maçã ou uma boa coalhada?


Ela pôs a língua para o pajem, e, deixando-o meio confuso, con­tinuou caminhando nas proximidades da mesa do príncipe.


-   Senhor, que é aquilo que vem ali? - exclamou a Duquesa de Beaufort.


A Sra. du Plessis seguiu a direção de seu olhar, descobriu Anahí, e mais uma vez chamou o filho em seu socorro:


-   Filipe! Filipe! Meu filho, tenha a bondade de conduzir sua prima de Sancé à mesa das donzelas de honor.


O rapaz lançou a Anahí seu olhar aborrecido.



  • -Eis um tamborete - disse indicando um lugar vazio ao seu lado.

  • -Aqui não, Filipe, aqui não! Tinha reservado esse lugar para a Srta. de Senlis.

  • -A Srta. de Senlis podia ter-se apressado. Quando ela se jun­tar a nós, verá que foi substituída... vantajosamente - concluiu com um sorriso irônico.


Seus vizinhos de mesa puseram-se a rir de maneira ruidosa.


Entrementes, Anahí se sentara. Tinha ido muito longe para retroceder. Não ousava perguntar onde estava seu pai, e os raios luminosos refletidos pelos copos, frascos, argentaria e diamantes das damas a deslumbravam a ponto de entontecê-la. Reagindo, ela se entesou, estufou o peito, lançou para trás sua abundante cabe­leira dourada. Pareceu-lhe que alguns homens lhe dirigiam olha­res que não eram destituídos de interesse. Quase defronte dela, os olhos de ave de rapina do Príncipe de Conde a examinaram por um instante com arrogante atenção.



  • -Pelo diabo, o senhor tem estranhos parentes, Sr. du Plessis. Quem é essa patinha cinzenta?

  • -Uma jovem prima de província, monseigneur. Ah! Sou digno de pena: durante duas horas, esta tarde, em lugar de escutar os nos­sos músicos e a encantadora conversa das damas, tive de suportar o requisitório do barão seu pai, cujo hálito ainda faz que eu me sinta indisposto - como exclamaria nosso cínico poeta Argenteuil:


"Digo-lhes, sem mentir, que o hálito de um morto Ou o odor de uma sentina não cheiram tão forte".


Uma gargalhada servil agitou a reunião.



  • -E sabe o que me pedia? - continuou o marquês, enxugando as pálpebras num gesto afetado. - Não adivinharia. Queria que eu lhe conseguisse isenção de impostos para alguns muares de sua estrebaria e para a produção - saboreie a palavra - de chumbo que pretende encontrar já fundido em lingotes debaixo dos can­teiros de sua horta. Jamais ouvi tamanhos disparates.

  • -Ao diabo esses mendigos! - resmungou o príncipe. - Eles ridicularizam nossos brasões com suas maneiras camponesas.


As damas perdiam o fôlego de tanto rir.


-   Viram a pluma de seu chapéu?


-   E os seus sapatos, que ainda tinham palha aderida aos tacões!...
O coração de Anahí batia tão violentamente que lhe dava a impressão de que seu vizinho Filipe o ouvia. Ela lançou-lhe um olhar e surpreendeu os olhos azuis e frios do belo rapaz pregados nela com uma expressão indefinível.


"Não posso consentir que insultem assim meu pai", pensava ela.


Anahí devia estar muito pálida. Recordou o rubor da Sra. de Richeville, algumas horas antes, quando sua própria voz se havia erguido num silêncio glacial. Tinha, pois, algo que aquelas pes­soas impertinentes temiam...


A "pequena De Sancé" aspirou profundamente.


-   Pode ser que sejamos pobres - disse em voz muito alta e clara­mente -, mas nós, ao menos, não buscamos meios de envenenar o rei!


Como da outra vez, os risos morreram nas faces. Pouco a pou­co as conversas foram perdendo a animação, a alegria dos comensais foi-se extinguindo; todos olhavam para o Príncipe de Conde.



  • -Quem... quem... quem?... - balbuciou o Marquês du Plessis. E não disse mais nada.

  • -Eis palavras curiosas - disse enfim o príncipe, que se domi­nava com dificuldade. - Esta jovem não tem prática do mundo. Ainda ouve histórias da carochinha...


"Daqui a pouco, ele vai me ridicularizar e vão expulsar-me da mesa prometendo-me uma sova", pensou Anahí. Inclinou-se um pouco e olhou para a cabeceira da mesa.


-   Disseram-me que o Signor Exili é o maior perito do reino na arte dos venenos.


Aquela nova pedra atirada no charco produziu ondas violentas. Houve um murmúrio de espanto.



  • -Oh, esta menina está possessa do Demônio! - exclamou a Sra. du Plessis, mordendo com raiva seu lencinho de renda. - É a se­gunda vez que ela me cobre de vergonha. Fica aí como uma bone­ca de olhos de vidro e de repente abre a boca e diz coisas terríveis!

  • -Terríveis? Por que terríveis? - discordou calmamente o prín­cipe, cujo olhar não se apartava de Anahí. - Sê-lo-iam se fossem verdadeiras. Mas não passam de fantasias de garota que não sabe estar calada.

  • -Calar-me-ei quando quiser - disse Anahí com clareza.

  • -E quando vai querer, senhorita?

  • -Quando cessar de insultar meu pai e lhe houver concedido os modestos favores que solicita.


O rosto do Sr. de Conde ensombreceu-se bruscamente. O es­cândalo havia chegado ao auge. No fundo da galeria convidados trepavam em cadeiras.


-   Ao diabo... Ao diabo... - murmurou o príncipe.
Ergueu-se de repente, o braço estendido como se lançasse suas tropas ao assalto às trincheiras espanholas.


-   Acompanhe-me! - rugiu.


"Vai matar-me", pensou Anahí. E o aspecto daquele grande senhor a dominou, fazendo-a tremer de medo e de prazer.


Entretanto, ela o seguiu, pequena pata cinzenta atrás daquele gran­de pássaro enfitado.


Observou que ele tinha debaixo dos joelhos grandes folhos de rendas engomadas, e sobre seus calções uma espécie de saia curta enfeitada com inúmeros galões. Nunca ela havia visto um homem trajado de maneira tão extravagante. No entanto, admirava sua anda-dura, o modo pelo qual ele pisava com seus altos e arqueados tacões.


-   Eis-nos a sós - disse bruscamente Conde, voltando-se. - Não quero, senhorita, zangar-me com você, mas é preciso que respon­da a minhas perguntas.


Esta voz adocicada assustou mais Anahí do que o teria feito um ímpeto de cólera. Ela estava num aposento deserto, sozinha com aque­le homem poderoso cujas intrigas ela acabava de transtornar, e com­preendeu que se havia enredado e perdido nelas como numa teia de aranha. Recuou, balbuciou, fingindo ser uma camponesa meio pateta.



  • -Não pensava estar dizendo alguma coisa que não devia.

  • -Por que inventou semelhantes insultos à mesa de um tio que respeita?


Ela compreendeu o que ele queria fazê-la confessar, hesitou, pe­sou os prós e os contras. Dado o que sabia, um protesto de total ignorância da sua parte não seria crido.


-   Não inventei... apenas repeti coisas que me disseram - mur­murou ela: - que o Signor Exili era um homem muito hábil em preparar venenos... Mas, acerca do rei, eu inventei. Não deveria fazê-lo, mas estava com raiva.


Ela enrolava canhestramente o pano da cintura.


-   Quem o disse a você?


A imaginação de Anahí trabalhava ativamente.



  • -Foi um... um pajem. Não sei seu nome.

  • -Poderia mostrar-me?

  • -Posso.


O príncipe conduziu-a a entrada dos salões. Ela indicou o pa­jem que a tinha escarnecido.



  • -Ao demo esses malandros que escutam as portas! - rosnou o príncipe. - Como se chama, senhorita?

  • -Anahí de Sancé.

  • -Escute, Srta. de Sancé. Não é bom repetir levianamente pala­vras que uma jovem da sua idade não pode compreender. Isso pode prejudicar-lhe, a você e à sua família. Passarei uma esponja sobre este incidente. Examinarei mesmo o caso de seu pai e verei se é possível fa­zer alguma coisa em seu favor. Mas que garantia terei do seu silêncio?


Ela ergueu para ele seus olhos azuis.


-   Eu sei tão bem calar quando satisfazem aos meus desejos co­mo falar quando me injuriam.


-   Pelo diabo, quando for mulher, já estou prevendo que haverá homens que se enforcarão por tê-la encontrado - disse o príncipe.


Mas um vago sorriso flutuava em seu rosto. Ele não parecia suspeitar que ela pudesse saber mais do que lhe havia dito. Impulsivo e, por outro lado, irrefletido, Conde era falho em psicologia e aten­ção. Passada a primeira agitação, ele decidiu que não havia mais do que tricas de corredor.



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Autor(a): Bela

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Como homem habituado à lisonja e sensível aos encantos femi­ninos que era, a emoção daquela adolescente de uma beleza já no­tável ajudava a abrandar-lhe a cólera. Anahí insistia em dirigir-lhe um olhar de cândida admiração. -Gostaria de perguntar-lhe uma coisa! - disse ela, exageran­do ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 109



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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:35

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:16

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  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:41

    ops doca nao, dica!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • unposed Postado em 16/08/2010 - 17:16:23

    Ai ela ta começando a ficar com ciume dele, que fofo!

    Posta maisss!


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