Fanfics Brasil - Capitulo I - A infância de Anahí no castelo campestre (1645) Os Amores de Anahí *AyA (terminada)

Fanfic: Os Amores de Anahí *AyA (terminada)


Capítulo: Capitulo I - A infância de Anahí no castelo campestre (1645)

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Uma das muralhas do Castelo de Monteloup deitava para os pân­tanos. Era a parte mais antiga, construída por um antigo senhor de Ridoué de Sancé, companheiro de Du Guesclin no século XII. Era flanqueada por duas grossas torres, com caminhos de ronda cobertos de madeira, e quando Anahí subia até lá com Gontran ou Dionísio divertiam-se cuspindo nos balestreiros por onde os soldados da Idade Média haviam despejado baldes de azeite fer­vendo sobre os assaltantes. As muralhas surgiam de um pequeno promontório de calcário, além do qual começavam os pântanos. Nos velhos tempos dos primeiros homens, o mar chegava até ali. Ao retirar-se, deixou um aranhol de rios, canais e lagoas, que ago­ra estavam cobertos por uma trama de ervas e salgueiros, domí­nio das enguias e das rãs, no qual os aldeões não circulavam senão em canoas. As aldeias e as choças isoladas eram construídas sobre as ilhas do antigo golfo. Havendo percorrido aquela província das águas, o Sr. Duque de Ia Trémoille, que em certo verão foi hóspe­de do Marquês du Plessis e tinha a mania do exotismo, deu-lhe o nome de Veneza Verde.


A vasta planície líquida, o pântano doce, estendia-se desde Niort e Fontenay-le-Comte até o oceano. Juntava-se um pouco antes de Marans, de Chaillé e mesmo de Luçon com os pântanos amargos, isto é, as terras ainda salgadas. Depois já era a verdadeira praia, com sua alva barreira de sal precioso, disputado avidamente por guardas alfandegários e contrabandistas.


Se a ama não costumava contar as histórias dos agentes aduanei­ros em sua luta com os contrabandistas de sal, as quais apaixona­vam todo o pântano, era porque tinha nascido em terra firme e jactava-se de desprezar as pessoas que viviam com os pés dentro da água, e que, além do mais, eram protestantes.


Pelo lado da terra o Castelo de Monteloup apresentava uma fa­chada mais moderna, com inúmeras janelas. Somente uma velha ponte levadiça, de correntes enferrujadas, e ocupada por galinhas e perus, separava a entrada principal da pradaria em que pastavam os muares. A direita havia o pombal senhorial, com sua cobertu­ra de telhas redondas, e uma das fazendas cultivadas por um meeiro. As outras ficavam para além do fosso. Mais adiante se via o campanário da aldeia de Monteloup.


Depois começava a floresta espessa de carvalhos e castanheiros. Essa mata podia conduzir, sem a menor clareira, até o norte da Gâtine e do Bocage vendeano, e quase até o Loire e o Anjou, a quem se dispusesse a atravessá-la de lado a lado sem medo dos lo­bos e salteadores.


O bosque de Nieul, o mais próximo, pertencia ao senhor do Plessis. Os habitantes de Monteloup aí faziam pastar os seus por­cos e estavam sempre envolvidos em disputa com o administra­dor do marquês, um tal Molines, de mãos rapaces. Também andava por ali alguns fabricantes de tamancos, carvoeiros e uma bruxa, a velha Melusina. Esta, no inverno, por vezes saía do bos­que e se aproximava para beber uma escudela de leite nas casas do povoado, em troca de algumas plantas medicinais.


Seguindo-lhe o exemplo, Anahí recolhia flores e raízes, punha-as para secar, fervia-as, triturava-as e metia-as em saquinhos num esconderijo que só o velho Guilherme conhecia. Pulquéria esganiçava-se horas inteiras chamando-a, e ela não aparecia.


As vezes Pulquéria chorava, quando pensava em Anahí. Via nela o malogro não apenas do que pensava ser uma educação tra­dicional, mas também de sua raça e nobreza, que iam perdendo toda a dignidade por causa da pobreza e da miséria.


Ao romper da aurora, a menina escapulia, cabelos ao vento, ves­tida com uma camisa, um ralo corpete e uma saia desbotada, e seus pés, miúdos como os de uma princesa, eram duros como cor­nos, porque escondia o seu calçado na primeira moita que apare­cesse, para correr mais depressa. Se a chamavam, voltava um pouco o rosto redondo e dourado pelo sol, no qual cintilavam dois olhos verde-azulados, da mesma cor de uma planta que cresce nos pân­tanos e tem o seu nome.


- Deveriam mandá-la para um convento - gemia Pulquéria.


Mas o Barão de Sancé, taciturno e roído de preocupações, enco­lhia os ombros. Como poderia mandar para o convento sua segunda filha, quando não podia mandar nem a maior, pois tinha somente quatro mil libras de renda por ano e precisava dar qui­nhentas para a educação de seus dois filhos mais velhos nos agostinianos de Poitiers?



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Autor(a): Bela

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Para o lado dos pântanos, Anahí tinha um amigo: Valentim, o filho do moleiro. Do lado dos bosques, seu amigo era Nicolau, um dos sete filhos de um lavrador e que já era pastor a serviço do Sr. de Sancé. Com Valentim andava de barco, percorrendo os canais margea­dos de miosótis, hortelãs e angélicas. Valentim colhia ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 109



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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:35

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:23

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:19

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:16

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  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:41

    ops doca nao, dica!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • unposed Postado em 16/08/2010 - 17:16:23

    Ai ela ta começando a ficar com ciume dele, que fofo!

    Posta maisss!


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