Fanfics Brasil - CAPÍTULO XVII - A "Voz de Ouro do Reino" — Primeiro beijo Os Amores de Anahí *AyA (terminada)

Fanfic: Os Amores de Anahí *AyA (terminada)


Capítulo: CAPÍTULO XVII - A "Voz de Ouro do Reino" — Primeiro beijo

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A voz calara-se. O desconhecido aproximou-se de Anahí. No braço firme que a enlaçou, na mão que lhe ergueu o queixo com uma doçura imperiosa, o instinto de Anahí reconheceu um mes­tre que certamente havia conseguido mais de uma vitória amoro­sa. Sentiu certo arrependimento. Mas, quando os lábios do trovador tocaram os seus, uma vertigem a empolgou. Não sabia que uns lábios de homem podiam ter aquele frescor de pétala, aquela ter­nura derretida. Um braço musculoso a esmagava, mas a boca ain­da fremia com palavras encantadoras, e esse encanto e essa força arrastavam Anahí num torvelinho em que ela tentava em vão pôr em ordem os pensamentos.


"Não devo fazer isso... Não fica bem!... Se Alfonso nos surpreen­desse..."


Depois tudo se confundiu. Os lábios do homem entreabriam os dela. Seu hálito ardente invadia-lhe a boca, espalhando-lhe pe­las veias um delicioso bem-estar. Com os olhos fechados, ela se abandonou ao interminável beijo, voluptuosa posse que já prefigurava e sugeria outra. As vagas do prazer refluíam nela, prazer muito novo para seu corpo de jovem donzela, a tal ponto que ela sentiu de súbito uma espécie de irritação e de dor, que a fez re­cuar num estremecimento.


Parecia-lhe que ia desmaiar ou pôr-se a chorar. Viu que os de­dos do homem lhe acariciavam as pomas nuas, que ele tinha sor­rateiramente despido de seu corpete enquanto a beijava.


Ela se afastou um pouco a fim de se compor.


-    Perdoe-me - balbuciou -, deve achar-me bem nervosa, mas eu não sabia... não sabia...



  • -Que é que você não sabia, coração? Como ela não respondeu, ele cochichou:

  • -Que um beijo podia ser tão doce?


Anahí se levantou e foi apoiar-se na entrada do caramanchão. Lá fora, a lua tingia-se de ouro, descendo na direção do rio. Fazia horas que Anahí devia estar naquele jardim. Sentia-se feliz, imen­samente feliz. Nada tinha mais importância que poder reviver aque­las horas.



  • -Você foi feita para o amor - murmurou o trovador. - Percebe-se isto só em tocar sua pele. Aquele que souber despertar seu corpo sedutor a levará ao cume do prazer.

  • -Cale-se! Não deve falar assim. Sou casada, bem o sabe, e o adultério é um pecado.

  • -Pecado bem maior é que tão bela dama aceite por marido um senhor coxo.

  • -Eu não o aceitei: ele me comprou.


Arrependeu-se logo daquelas palavras que perturbavam a sere­nidade daqueles momentos.


-    Cante outra vez - suplicou. - Só uma vez, e depois nos se­ pararemos.


Ele se levantou para pegar a guitarra, mas no movimento que fez uma coisa insólita despertou a atenção de Anahí. Olhou-o melhor. Sem saber por que, de repente sentiu medo.


Enquanto ele cantava em voz baixa um refrão de estranha nos­talgia, ela o examinava atentamente. Um momento antes, enquanto ele a beijava, ela havia tido, por um breve instante, a impressão de uma presença familiar, e agora recordava: no hálito do cantor mesclava-se o perfume de violetas com o aroma característico do tabaco... O Conde de Peyrac às vezes mascava pastilhas de viole­ta... E também fumava. Uma terrível suspeita invadiu a jovem... Pouco antes, ao levantar-se para apanhar a guitarra, ele havia tro­peçado de maneira estranha...


Anahí soltou um grito de espanto, depois um grito de cólera, e pôs-se a arrancar as trepadeiras do caramanchão batendo com os pés.


-    Oh! E demais, é demais!... É monstruoso... Tire a máscara, Alfonso de Peyrac... Cesse sua farsa, ou eu lhe arranco os olhos, eu o degolo, eu o...


Interrompeu-se a canção. A guitarra emitiu um decrescendo lúgubre. Sob a máscara de veludo, os dentes brancos do Conde de Peyrac brilhavam em um grande riso.


Aproximou-se de Anahí com seu passo desigual. Anahí es­tava terrificada, mas sobretudo fora de si.



  • -Arrancar-lhe-ei os olhos - repetia ela com os dentes cerrados. Ele a segurou pelos pulsos sem deixar de rir.

  • -E que restará a este medonho coxo se lhe arrancar os olhos?


- Você mentiu com um descaramento inqualificável. Fez-me crer que era o... a Voz de Ouro do Reino.


- Mas eu sou a Voz de Ouro do Reino.
E como ela o encarasse perplexa:


-    Que tem isso de extraordinário? Eu tinha alguma vocação. Estudei com os maiores mestres da Itália. Cantar é uma arte de sociedade que se pratica muito em nossos dias. Francamente, que­rida, não lhe agrada a minha voz?


Anahí deu meia-volta e enxugou as lágrimas indignadas que lhe desciam pelas faces.



  • -Como não adivinhei, não desconfiei de nada até agora?

  • -Eu havia pedido que não lhe falassem disto. E talvez você não pusesse muito empenho em descobrir meus talentos.

  • -Oh! E demais! - repetiu Anahí.


Mas, passado o primeiro momento de furor, teve vontade de rir.


Dizer que ele tinha levado seu cinismo a ponto de encorajá-la a "traí-lo" com ele mesmo! Verdadeiramente, aquele homem ti­nha o demônio no corpo!... Ele era o diabo em pessoa!



  • -Jamais lhe perdoarei esta odiosa comédia - disse ela, con­traindo os lábios com a maior dignidade que podia revelar.

  • -Adoro representar comédias. Veja, minha cara, a vida não foi sempre indulgente para comigo, e tanto me têm escarnecido à minha passagem que eu sinto por meu turno uma infinita satis­fação em zombar dos outros.


Anahí fixou no rosto mascarado um olhar grave.


-    Zombava de mim verdadeiramente?



  • -Não de todo, bem o sabe - respondeu ele. Sem uma palavra de despedida, Anahí se retirou.

  • -Anahí! Anahí!


Ele a chamava em voz baixa.


De pé na soleira do caramanchão, na típica atitude de um arlequim da Itália, ele punha um dedo sobre os lábios.



  • -Rogo-lhe, minha senhora, que não conte esta história a nin­guém, nem mesmo a sua aia preferida. Se alguém souber que aban­dono meus convidados, que me disfarço e me mascaro para ir roubar um beijo a minha própria esposa, serei ridicularizado.

  • -Você é insuportável! - gritou ela.


Arrepanhou as saias e subiu correndo a aléia saibrosa. Na esca­da, percebeu que ria. Tirou as vestes arrancando os colchetes e espetando-se nos alfinetes em seu enervamento. Revolvia-se entre os lençóis, ardente, sem poder conciliar o sono. O rosto mascara­do, o rosto marcado, o perfil de traços puros passavam e repassavam diante dela. Qual era o enigma daquele homem enganador? De súbito se revoltou, mas a lembrança do prazer que sentira en­tre seus braços a fez enlanguescer.


"Foi feita para o amor, senhora..."


Finalmente adormeceu. Em seu sono, os olhos de Alfonso de Peyrac apareciam-lhe "incendiados pelo fogo de suas fráguas".


 



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Autor(a): Bela

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Prévia do próximo capítulo

Anahí estava sentada na galeria de espelhos venezianos do pa­lácio. Ainda não sabia o que ia fazer nem que atitude tomaria. De­pois de seu regresso do pavilhão do Garonne, naquele mesmo dia, não tinha visto Alfonso de Peyrac. Clemente a informou de que o senhor conde se havia encerrado com o mouro Kuassi-Ba nos aposentos da ala dire ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 109



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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:35

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:19

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  • luccaitalo Postado em 25/09/2010 - 13:34:16

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  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:41

    ops doca nao, dica!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • carolvondy Postado em 07/09/2010 - 17:44:23

    doca: coloca quem está falando na frente das falas.
    ex.
    anahi: ----------
    ok?
    fica mais fácil de entender quem está falando cada fala!

  • unposed Postado em 16/08/2010 - 17:16:23

    Ai ela ta começando a ficar com ciume dele, que fofo!

    Posta maisss!


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