Fanfic: Lembranças

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Meu
lindo bebê havia nascido; era a vida me dando uma nova chance. Meu
Christopher ainda era um bebe, mas estava crescendo em minutos. Pelo
menos era o que parecia para mim. E esse bebê, como vocês podem
imaginar, mudou minha vida. Mas não é sobre ele que vim contar
nessa história. Eu sei que vocês querem saber um pouco mais sobre
nós dois, e que também estavam torcendo por mim e por ele, e por
isso ele vai aparecer bastante aqui. Mas o nosso foco principal, pelo
menos por enquanto, é o mistério. Hohohohoho. O mistério que vou
revelar para vocês agora, daqui algumas linhas. Essa história vai
ser tão emocionante quanto à outra, mas dessa vez estou um pouco
mais descontraído, em conseqüência disso, vai haver muitas ironias
e brincadeiras no meio do post. Acho que isso ajuda há descontrair
um pouco o clima.

Pare
de enrolar Dulce, e conte logo de uma vez. Desculpem-me acho que
estou ficando bobona. Mas mais adiante lhes conto o porquê, se não
estraga toda a história. Eu e meu língua enorme.

Quando
júnior já estava um pouquinho maior, tinha mais ou menos uns sete
meses. Eu tomei coragem para fazer uma faxina geral lá em casa. Eu
tinha que dar um jeito nas coisas do Christopher, e aceitar de vez
que ele não iria voltar. Que ele se fora para sempre. Eu havia
tomado a decisão, não que faltasse espaço lá em casa, mas sim,
porque as coisas dele poderiam ser úteis para alguém. Eu passei
vários dias separando, selecionando e organizando tudo, pois havia
coisas que decidi guardar para o júnior, para ele poder saber quem
fora seu pai. Foi aí que definitivamente minha vida mudou, pois
quando fui revistar o sótão, porque o Christopher vivia metido lá.
Achei o que mudaria minha vida para sempre.

Era
um caderno grande e velho, que estava jogado em cima da mesa que
havia ali, no inicio nem havia reparado nele. Mas mais pro fim da
arrumação reparei nele e quando o abri, meu mundo virou de ponta
cabeças.

           
Era o caderno de
Christopher, eu às vezes o via escrevendo, mas não sabia o que
continha nele. Minha curiosidade foi tanta, que eu sentei-me na
cadeira que havia ali e comecei a ler o caderno.

 Acabei
de comprar esse caderno, e nem sei o que fazer com ele, acho que vou
aproveitar para utilizá-lo como um diário. Acho que nós vamos ser
grandes amigos, e será com você que desabafarei toda minha dor, e
também contarei todos os meus segredos.

Sim,
eu sei que não parece, mas estou sofrendo bastante. Penso nela todos
os dias. Sei que parece loucura, mas eu a amo. Pena que eu sou pobre
demais, e por isso, seus pais não me aceitam. Sei que ela tem a vida
dela, sei que o padrão dela é outro, sei que ela não quer brigar
com os pais, e o pior de tudo, até entendo, mas nem por isso, meu
pobre coração deixa de amá-la. Sim, eu a amo. Mesmo sendo
inferior, eu a amo, mais do que se quer posso imaginar.

Nem
sei por onde começar nossa história. Ela é tão complicada, mas ao
mesmo tempo tão linda e tão triste. Foram apenas alguns instantes,
mas foi o suficiente para ganhar meu coração. E por mais que tenha
sido pouco, valeu a pena. Prefiro sofrer como estou sofrendo, a nunca
tê-la conhecido.

Não
sei dizer, se dos meus olhos, caem gostas de lágrimas, ou gotas de
sangue. O fato é que elas doem, e cada uma delas apunhala o meu
coração. Deixam cicatrizes, que talvez nem o tempo possa curar.

Queria
poder beijá-la novamente. Tê-la em meus braços. Protegê-la de si
mesma. Queria ser feliz com ela. Mas como não posso estou tentando
de todas as outras formas possíveis, mas confesso que está muito
difícil.

Seu
nome, sempre está sempre sendo usado por meus lábios. Eles não
cansam de repetir, Dulce, Dulce.

Aonde
eu vou parar? Não sei. Gostaria de poder saber. Mas ainda não
consegui encontrar respostas. Às vezes penso em morrer, outras em
tentar fazer alguma maluquice, no entanto, a que geralmente ganha, e
sofrer calado,e deixar pelo menos você estar feliz. Porque no fundo,
quem ama, quer ver o outro feliz. E eu te amo, e quero vê-la feliz.
E se pra isso eu tenho que sumir da sua vida, eu o farei, é o que
estou tentando fazer todos os dias. É o que luto para manter em
minha cabeça, para simplesmente não seguir aos impulsos do meu
coração.

Eu
quero gritar para o mundo inteiro ouvir que eu te amo, mas não sai,
quer dizer, sair sai, mas sei que é errado, e acabo não gritando.

Pombas,
eu abro mão de tudo, eu sei que tenho pouco, mas abro mão disso, só
para tê-la ao meu lado.

Porque
alguns têm muito e outros tão pouco?

Só
o vento sabe a resposta. Mas mesmo assim, não consigo me conformar.

Ouço
passos e solto o caderno de susto, era a minha mãe. E pela cara
dela, eu teria que explicar porque eu estava chorando. Pelo visto
seria uma longa conversa, e eu teria que deixar a leitura do caderno
para mais tarde.

Christopher,
como eu te amo. E como dói saber que você sofreu tanto assim por
mim. Eu sempre soube que nós dois havíamos sofrido, e as lembranças
do começo de nossa história sempre forma dolorosas, mas nunca
pensei que pudesse ser assim. Nunca pensei que o sofrimento pudesse
ser tão grande.

Como
você é lindo meu amor, como você é perfeito, e como queria que as
coisas pudessem ter sido de outra forma. Amo-te Christopher. E
obrigada por sempre ter me amado. Não sei mais o que dizer ou o que
pensar, estou confusa, vou simplesmente conversar com minha mãe, e
pensar. Depois subo aqui, para ler mais. Estou curiosa.