Fanfic: Lembranças

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Como não chorar, ou se quer se emocionar? Eu o amo tanto, que não
há explicação. Além do que, mesmo ele morrendo, ele se preocupou
comigo, se preocupou com o que iria acontecer comigo. Além disso
tudo, ele citou nossos livros favoritos. Não explicação para dizer
o quanto eu o quero. O quero agora, quero ele comigo, e para sempre.
Quero ele além de qualquer coisa.

Eu guardei a carta, numa caixinha onde eu e ele guardávamos todas as
coisas importantes da nossa vida. E fui começar a fazer o que ele me
pediu, antes que eu mudasse de ideia.

Comecei separando tudo que ele não usaria mais, e daria tudo para
instituições de caridade. Depois eu comece a arrumar a casa, de
uma maneira, que eu não sentisse tanto a falta dele, e que parecesse
a casa de uma pessoa. Eu nunca esqueceria ele, como havia me pedido,
mas também queria aprender a aceitar que ele se fora; aprender a
lidar com a dor.

Hoje eu sei que sou capaz, mas na época foi muito difícil superar,
quando se ama muito alguém, a dor não vai embora, ela permanecesse
ali, te fazendo sofrer e sofrer.

Passaram-se vários dias, e eu finalmente, havia terminado de fazer o
que ele havia me pedido. Eu acabara de arrumar toda casa.

Eu aproveitei meu tempo livre, e fui até as entidades carente doar
tudo. Eu ´pensei que me sentiria mal lá, mas ao contrário me senti
extremamente bem. Vi que havia pessoas, que estão bem piores do que
eu, e que precisavam de ajuda muito mais do que eu. E decidi que iria
dedicar um pouco de meu tempo a visitar aquelas pessoas, pois percebi
que com um simples carinho, elas ficavam superfelizes, e aquilo me
fazia sentir importante.

E foi assim que começou a grande mudança da minha vida.

Eu era escritora, então todos os dias de manhã, eu levantava cedo e
fazia todas as minhas obrigações matinais e logo em seguida, ia
para meu note escrever e escrever. Confesso que no começo meus
textos ficavam extremamente melosos, mas era a dor que estava em meu
peito que fazia escreve-los assim. Mas escrever me fazia bem, eu
botava para fora tudo que estava sentndo.

Depois de escrever, eu almoçava, e logo em seguida ia para as
entidades, me dedicar as pessoas que precisavam de mim.

Eu havia me esquecido de mencionar, mas com tanta dor, a gente acaba
se esquecendo de algumas coisas. Naquela época eu já era uma
escritora famosa. Não era best-seller como sou hoje, mas já era bem
conhecida. Acho que eu também superei toda a dor, devido aos meus
fãs. Não vou dizer que foi totalmente mérito deles, mas receber o
carinho deles, e mensagens de apoio, me incentivou muito e me fez
buscar ir mais além. Era por eles que eu sempre escrevi, e foi por
eles que continuei escrevendo.

Mas acho que o que mais me ajudou, foi eu simplesmente ajudar as
pessoas, e não apenas dando coisas, ou dinheiro, mas me aproximando
delas, as vezes só ouvindo, as vezes dando conselhos, ou então,
outras vezes, dando lhe apenas um pouco de atenção.

Foi assim, mais ou menos, que eu fui começando a mudar minha vida. A
tapar aos poucos o grande buraco que havia em meu peito.

Meu amor, minha salvação.

Quando o médico de Christopher soube da minha grande mudança, ele
veio me fazer uma visita, e nessa visita ele me trouxe mais uma linda
carta.

Querida Dul, você deve estar melhor agora, creio eu, que
seguiu todos os meus conselhos. Eu espero que sim. Pois não quero te
ver derramar lágrimas por mim; não mais. Te amo pra sempre viu.
Fico feliz que você tenha feito uma grande mudança na sua vida.
Fico feliz que esteja se encontrando consigo mesmo. Isso me faz tão
bem em saber que você está assim. Quisera eu poder estar do seu
lado, mas já que não posso, essa foi a forma que encontrei para não
te abandonar e te ajudar. Talvez seja um plagio de muitos livros, mas
nessa hora, não é isso que conta. Sabe, consigo até ouvir o
barulho da sua risada, pois sei que você vai rir do meu comentário.
E parabéns por isso, continue sorrindo.

Amor, se lembra de quando a gente se conheceu? Acabei de me
lembrar disso agora. Nós eramos tão jovens, mas mesmo assim, tão
apaixonados. Lembro-me até hoje, do sorriso enorme que você abriu
quando me viu. Sei que você estava com aquele vestidinho roxo, e com
uma linda faixa rosa na cabeça. Foi por acaso que nos encontramos.
Eu estava voltando de meu primeiro emprego e você estava apenas
passeando pelo parque sozinha. Na verdade, como descobri depois, você
havia fugido de casa, para refrescar as suas ideias. Quem poderia
imaginar que uma simples garota andando sozinha pelo parque, pudesse
pertencer a uma das mais ricas e importantes famílias do país. Eu
não sabia quem você era, e talvez se soubesse não teria olhado
duas vezes para você, mas eu olhei. Lembro-me que sorri torto quando
te vi sorrindo para mim, e num ato de loucura me aproximei de você.
Foi tão lindo nossa passeio, nossa conversa. Me lembro da sensação
te beijar pela primeira vez, de não querer ir embora, para não te
perder, e ter que ir mesmo assim.

Eu não sabia quando a reencontraria, mas sabia, que você seria a
dona do meu coração para sempre. Você já o havia conquistado na
primeira noite. Não foi fácil lutar, contra o preconceito de sua
família, por eu não ser rico, mas sei que aos poucos, eles foram
vendo meu valor. Sei que nossa história de amor, não foi fácil,
mas foi linda, porque foi plenamente vivida. Porque não importava o
que acontecesse, nós sempre estávamos juntos. Pena que essa fase
acabou, mas as recordações, são eternas, meu amor! E sempre que
sentir saudades de mim, pode me encontrar em suas lembranças, ou
então no seu coração. Quando sentir suas lágrimas caírem por
mim. Lembre-se que aqui onde estou, já não me dói mais nada. E
lembre-se sempre que nós vivemos uma linda história de amor, o que
muita gente gostaria de ter, mas não tem.

Te amo, minha pequena.

Cuide-se direitinho,

porque eu te amo e te amo.

Do seu Christopher.

PS: Remember Me

Como não chorar lendo isso? É impossível. Deixei minhas lágrimas
correrem soltas. Mas ao mesmo tempo meu coração sentia-se mais
leve. Era verdade, nós havíamos vivido uma linda história de amor,
que havia sido plena enquanto durara.

Larguei a carta no meu colo e acariciei minha barriga. Ela já estava
crescidinha. E nela continha o fruto do nosso amor. Christopher nunca
seria esquecido, nem pelo meu coração, nem pelas minhas lembranças,
e agora por ninguém mais. Pois seu filho estava vindo, e seria ele
de uma forma diferente. Eu sabia que era um pedacinho dele, e aquilo
me dava forças para viver.

Eu já não queria mais morrer, eu queria viver, para estar com meu
filho e compartilhar minha vida com ele. E poder sentir o pedaço de
Christopher nele, e assim poder matar a saudade. Christopher não
sabia, mas havia me dado o maior presente que eu poderia ganhar. Eu
ficava triste em saber, que ele partira sem saber que iria ser pai,
mas eu sabia que lá do céu, ele estaria olhando por mim e por nosso
bebê.

Eu agora, não apenas, me dedicava as instituições e meu livros,
mas me dedicava de corpo e alma, a essa criança que viria ao mundo.

Numa coisa o Christopher estava certo, ele conquistara meus pais,
meus pais sofreram tanto quanto eu com a morte dele. E tenho certeza
de que se eles pudessem mudar o passado não o teriam trato tão mal
no começo.

Como eu amava e ainda amo aquele homem. E nossa história seria
linda, não importa como tivesse acabado, nós tínhamos vivido nosso
amor plenamente.