Fanfic: Muito Amigos!!! (terminada)

Fazendo força
para expulsar a imagem de Alfonso da cabeça, vestido ou sem roupas, e a reação
escandalosa de seu corpo a ele. Anahí deixou o escritório tentando adivinhar
quem poderia ter feito aquilo com ela.

Que droga!
Sempre procurara ser agradável com as pessoas, sempre tratara bem os
funcionários, jamais sucumbira à violência no trânsito, e sempre se esforçara
para encontrar refúgio para os sem-teto. Claro que isso não a qualificaria como
merecedora de ter uma halo de luz sobre a cabeça, mas ela não era uma pessoa
maldosa, e jamais tinha sido. Não conseguia imaginar como alguém podia set tão
deliberadamente cruel.

Dez minutos depois,
ao bater na porta do apartamento de Alfonso, Anahí estava à beira das lágrimas.
Todos aqueles anos de trabalho árduo no bufê poderiam desaparecer com mais
rapidez do que aquele Cupido levaria para disparar suas flecha.

Não que ela
gostasse de ser lembrada da existência daquele Cupido descarado entre aquelas
pernas que nem mesmo eram suas. Mas naquele instante, nada no mundo seria capaz
de fazê-la esquecê-lo.

A porta se
abriu.

Como por
encanto, diante de Alfonso Herrera, Anahí dói capaz de esquecer do Cupido.

Surpreendente.

Alfonso era um
homem lindo, atraente, musculoso. Um corpo perfeito dentro daquele seu shorts
de pugilista. Suas pernas longas e fortes sustentavam uma figura rude e, ao
mesmo tempo, delicada.

Alfonso
piscou, os olhos cor de chocolate pesados de sono, o cabelo cor de caramelo
despenteado. Sem camisa, exibia seu belo físico bronzeado de verão. Sua mão
deslizou preguiçosamente pelo peito.

Anahí sentiu a
boca seca. Seus olhos se fixaram em seu shorts verde de pugilista, que não fora
puxado até onde deveria, revelando aquele tufo macio de pêlos castanhos que
descia até aquele fabuloso...

O homem de
fato era deslumbrante. E embora tecnicamente não estivesse nu, estava perto
disso o bastante para incendiá-la.

- Anahí? - Alfonso
tornou a piscar e inclinou-se um pouco para a frente, como se a iluminação
fosse insuficiente e ele não conseguisse enxergar.

Deus, como ela
estava? Que roupas usava? De repente lhe ocorreu que havia algumas semanas não
o via, e simplesmente correra para o seu apartamento sem nem ao menos verificar
que roupa trajava, passar uma escova no cabelo e aplicar um pouco de batom.

Olhou para si
mesma e respirou aliviada. Certo. Calças Capri caqui e blusa de alças marrom.
Não poderia dizer que eram roupas sensuais, do tipo que faziam um homem
fantasiar, mas sentia-se bem e confortável dentro delas.

Então, Anahí
concluiu o inventário mental lembrando a si mesma que dois anos antes perdera a
cabeça, começara discretamente a insinuar-se para ele, e que não hesitaria em
recebê-lo em sua casa, mesmo usando pijamas de flanela durante uma crise de
enxaqueca.

Perdera a
cabeça, começara discretamente a insinuar-se... lembrava-se muito bem de quando
aquilo havia começado:

Fora durante
um fim de semana na praia, em Key West. Então, eles eram dois casais, ela com Derrick
Malone, e Alfonso com Berlinda Phipps.

Anahí não
podia acreditar, mas desde que chegaram á praia, começara a sentir a tendência,
a sutil provocação entre ela e Poncho. Na segunda noite, na claridade fornecida
pela tocha acesa na areia. Anahí o fitou, o ar preso na garganta, o sangue
correndo mais rápido nas veias. O olhar que ele lhe lançou deixou claro que a
queria consigo.

Em um dia
normal, aquela idéia a aterrorizaria. Mas não havia nada de normal ou racional
naquela noite na praia em Key West. Aquilo a excitara.

- Acho que
minha amiga Anahí está querendo dançar... O que vocês acham de irmos ao clube?
- Alfonso havia sugerido. E todos concordaram em ir dançar.

Pouco depois,
os quatro entraram no clube, o ar carregado de perfume, e a fumaça de cigarro
os recebeu. Casais lotavam a pequena pista. A melodia alta e de ritmo
empolgante contagiou Anahí, impedindo conversas e acabando com as inibições.

Logo os quatro
juntaram-se à multidão aglomerada, e Anahí rendeu-se de vez, girando,
ondulando, seu corpo respondendo ao ritmo com movimentos sedutores, a música
dentro dela, impelindo-a em direção a um lugar além de suas usuais fronteiras.

Em minutos a
aglomeração parecera ter engolido Derrick e Berlinda. Alfonso, no entanto,
continuava ali. Anahí chegou mais perto dele, ainda dançando, a boca junto a
seu ouvido para poder ser ouvida naquela barulheira.

- Onde estão Berlinda
e Derrick?

Alfonso deu de
ombros e balançou a cabeça.

- Não sei...
Está preocupada com eles?

A boca
sensual, o fogo do desejo cintilando em seus olhos, seu corpo musculoso contra
o dela na confusão da pista, o ritmo da música, tudo aquilo a empolgava.
Atrevida, enlaçou o pescoço de Alfonso, num convite irresistível. Então recuou,
sorrindo, maliciosa.

Alfonso
pareceu ter aceitado o desafio e o seguia.

A pista
oferecia uma oportunidade única de seduzir sem conseqüências. Dançando, Anahí
cruzou a Linha da qual jamais considerara sequer se aproximar.

Em meio àquela
atmosfera de sonhos, parecera a coisa mais natural do mundo deixar-se abraçar
por Alfonso. Audaciosa, exigiu-lhe um beijo. Ele gemeu contra seus lábios, as
mãos moldando suas costas.

Anahí então
redera-se à fervente fusão. Cerrou as pálpebras enquanto Alfonso, com a língua,
explorava sua boca. Abraçando-o com mais força, sentiu o pulsar da sua
excitação contra si.

Alfonso de
repente interrompeu o beijo.

- Anahí? -
perguntou, surpreso, e certamente pasmado com sua ousadia.

O que dera
nela? O que estava fazendo? Aquele que a incendiava a ponto de enlouquecê-la
era Alfonso, seu melhor amigo.

- Desculpe-me,
Alfonso... Eu não devia... Mas me empolguei com a dança...

Anahí então
fizera o que qualquer covarde teria feito.

Deixara-o
parado ali e saíra correndo.