Fanfic: Muito Amigos!!! (terminada)

Ela deu um
tapa nas costas de Alfonso. Não um tapinha só para provocá-lo. Tampouco foi um
contato sedutor, e sim mais amigável.

- Eu queria
ver como você se sentiria se o mundo inteiro o visse nu pela internet.

Alfonso
sorriu, um sorriso quase de gratidão. O "tapinha" que Anahí lhe deu nas costas
o fez retornar á realidade. Talvez se ela o golpeasse com força na cabeça, ele
recuperasse a sanidade.

- Mas você
disse há pouco que essa mulher escandalosamente nua na internet não é você!

-
Tecnicamente.

Anahí passou
as mãos no cabelo, o movimento fazendo sua blusa subir bem acima da cintura,
revelando uma faixa de sua pele firme e macia.

Deus, ele a
amava. A amava quase havia tanto tempo quanto a conhecia. Era um amor que
crescera além da amizade, um amor profundo, sólido e eterno. Nos últimos dois
anos, aquele amor tinha se desenvolvido para ao amor físico. E atualmente,
sempre que estavam juntos, Alfonso mal continha o desejo de estender as mãos e
acariciar-lhe o corpo.

Mas, com
certeza, algum dia ele conseguiria, antes que morresse, ou então, que ela se
casasse com alguém imbecil.

Alfonso a
fitou, contemplando a idéia de chegar mais perto e abocanhar a pele da cintura
de Anahí, de enfiar a língua naquele umbigo sedutor. Sentia-se por demais
excitado naquela manhã, resultado, provavelmente, do fato de não ter saído com
nenhuma mulher nos últimos seis meses.

Durante anos,
ele tinha evitado, lutado com vigor contra os seus sentimentos em relação a Anahí,
saindo com todas as mulheres que encontrava pela frente. Ultimamente, porém,
não conseguia mais, nem mesmo fingir um pouco de calor ou interesse, quando
estava com uma delas.

Anahí acenou a
mão de um lado para o outro diante dos rosto de Poncho.

- Ei! Você aí
na frente do computador. Será que vai conseguir consertar o meu site hoje? Ou não será melhor chamar
outra pessoa para fazer isso?

Enquanto seu
ego sofria, melindrado, as palavras dela distraíram sua atenção da pele lisa da
sua cintura e abdômen. Como Anahí podia duvidar de sua competência? Ele não era
o seu guru de informática? Como tal, saberia como desfazer a oba do maldito hacker e devolvera ela seu site como era antes. Conseguiria fazer
isso até com uma das mãos atadas nas costas, debaixo d´água, e, até mesmo o
consertaria se Anahí estivesse acariciando-o e beijando-o na boca, pronta para
ele.

Pensando bem,
talvez nem tanto. E com aquela protuberância crescendo assustadoramente dentro
de seu short de pugilista, se ela o beijasse e o acariciasse como nos seus
sonhos, ele não seria capaz de fazer outra coisa além de fechar os olhos e
desfrutar.

Não que Alfonso
acreditasse que alguma vez tivesse passado pela cabeça de Anahí fazer amor com
o homem a quem ela amava como um irmão. Mas não custava nada sonhar, fantasiar
um pouco. Como fazia agora.

- E então?

Então o quê? Alfonso
tinha esquecido totalmente da pergunta dela.

- Oh, sim.
Claro que conseguirei. Posso levar umas duas horas para ultrapassar as
barreiras a prova de fogo que os hackers com certeza devem ter erguido. Mas isso eu tiro de letra.

- Você
conseguirá refazer o site exatamente
como era antes?

- Sem
problema.

O único
problema ali era que ela precisava se afastar, caso contrário, ele não
conseguiria se concentrar.

Anahí sentia
que precisava se afastar de Alfonso. Aquela proximidade perturbadora e o som da
voz dele a enlouquecia.

Não o tipo de
loucura de tia Ginny, mas um tipo selvagem de loucura. Na verdade, um tipo
doloroso de loucura.

Ela não tinha
estado com ninguém desde o fiasco da relação com Lewis, o aventureiro
trapalhão. E naquele instante, dado o calor que Anahí sentia, parecia ser uma
aposta segura o fato de dois anos serem longos demais para se passar em brancas
nuvens.

O escudo da
amizade lhe oferecia segurança. Mas não havia nada seguro em ter Alfonso como
amante. quantas vezes o vira passar de uma namorada para outra em questão de
dias? Em são consciência, ele jamais a magoaria, mas seria capaz de destruí-la.

- Posso pegar
seu celular emprestado? - Ela se afastou lentamente, um dois passos. Isso, ali
estava melhor. Dali não dava para sentir seu cheiro perturbador. - Quero chamar
meu escritório e colocá-los a par do que está acontecendo.

- Claro, fique
à vontade... - A voz profunda soou distraída enquanto Alfonso observava
atentamente a tela do computador. Começou a mover o mouse, clicando ícones em rápida sucessão.

Anahí ficou
mais aliviada, ciente de que deixara o problema em mãos capazes. Foi para a
cozinha onde ele ainda mantinha dentro da pia os pratos do jantar da noite
anterior. Pelo jeito, seu jantar constara de Cheetos e burritos congelado.