Fanfic: Muito Amigos!!! (terminada)

Balançou a
cabeça. Seus hábitos tinham diferenças abismais nos últimos anos ela costumava
vir cozinhar para Alfonso duas vezes por semana. Mas desde que deixara de
freqüentar o apartamento dele, querendo evitá-lo, era óbvio que Alfonso adotara
seus antigos hábitos de comer somente o que era prejudicial á sua saúde.

Pensando bem,
ela poderia passar aquelas duas horas preparando algo para ele comer. Em dez
minutos, seria capaz de preparar algo nutritivo, algo mil vezes melhor e mais
saudável do que burrito congelado.

Uma omelete
fofa e saborosa seria ideal, Anahí pensou ao pegar o telefone e discar o número
do seu escritório.

Dulce atendeu.

- Olá, Dulce,
sou eu. Como vão as coisas por aí? - Ela perguntou e prendeu o fôlego, enquanto
aguardava a resposta da assistente.

- Tudo indo
bem... - Dulce hesitou.

Anahí sentiu
um calafrio percorrê-la, apesar do calor.

- Diga, Dulce.

- Bem... Nós
recebemos telefonemas de dezesseis pessoas solicitando serviço de bufê, mas
servido por garçonetes nuas. Três ligações de pessoas querendo saber se você
serviria hors d´oeuvres em formato de
pênis em uma despedida de solteiro. E uma outra solicitou uma prostitua para
alegrar a festa, e fazia questão que ela usasse um cupido como tapa-sexo.

- Mas como...

- E te mais.
Você lembra dos Sr. Benjamin, aquele doce velhinho em cujo aniversário de
oitenta anos servimos no mês passado? Exige um reembolso, já que a festa dele
não havia garçonetes nuas. - Dulce fez uma pausa e tomou fôlego. - E para
terminar, eu peguei três dos nossos funcionários imprimindo cinqüenta cópias do
site.

- Oh, não! - Anahí
recostou-se à pia.

Estava
arruinada. Completa e totalmente arruinada. O que lhe restava fazer era fechar
as portas do bufê, arrumar as malas e voltar a morar no estacionamento de
trailers onde morava anteriormente.

Como um
fracasso total.

- Quem haveria
de imaginar que tantas pessoas aqui em Pittsburgh gostariam de um serviço de
bufê servido por garçonetes naus? - disse Dulce, confusa.

Essa era uma
pergunta para os filósofos responderem.

- Fique calma,
Dulce. Alfonso garantiu que em duas horas tudo votará ao normal. Vocês está
fazendo um bom trabalho, e eu agradeço. - O que mais ela poderia dizer estando
para desmoronar no chão da cozinha?

- Rasguei
todas as cinqüentas cópias que os funcionários imprimiram, mas não há nada que
os impeça de imprimirem mais. Acho que na primeira oportunidade, você deve
reunir todos eles e repreendê-los. Tenho uma forte suspeita de quem teve essa
idéia...

Anahí
rapidamente tratou de interrompê-la.

- Esqueça, Dulce.
Farei o que você sugeriu.

Ela não tinha
o menor interesse em saber quais dos seus funcionários achara necessário fazer
cinqüenta cópias da sua fotografia nua.

Além disso,
achava difícil visualizar a si mesma chamando seus três funcionários ao
escritório para lhes dizer que estavam proibidos de imprimir cópias dela nua
durante o horário de trabalho, e de desperdiçar material de escritório tão
caro.

Não que na
verdade fosse o seu corpo. Droga. Essa era a pior parte da história toda.
Tinham lhe dado um corpo que parecia ter sido formado com partes de três ou
quatro mulheres diferentes, coladas juntas. Peitos enormes, cintura de
ampulheta, quadris estreitos e pernas de saracura.

O próprio
serviço de bufê da Barbie sem roupa. Completo com bandeja.

- Uma última
coisa - disse Dulce, seu tom de voz em nada combinando com o tom das palavras
casuais.

- Diga.

Anahí começou
a caminhar de um lado para outro na cozinha, passando várias vezes pela lata de
lixo transbordando. Nada do que Dulce dissesse poderia piorar ainda mais as
coisas;

Ela estava
pronta para ouvir.

- O grupo de
caridade da igreja ligou.

Oh, não. Isso
era pior do que qualquer coisa.

- E?

- Cancelaram o
evento para quinhentas pessoas marcado para setembro.

O que Alfonso
faria se ela de repente começasse a gritar impropérios a todo pulmão? Aquele
jantar de caridade para quinhentas pessoas era tudo do que precisava para pôr
as contas em dia e ainda providenciar as pequenas reformas necessárias na
cozinha do bufê.

- Eles fizeram
isso sem nem ao menos falar comigo? - Talvez se oferecesse uma promoção,
servindo o vinho grátis, por exemplo.

Dulce então
disse:

- Tentei de
tudo para fazê-los mudar de idéia. Falei que ninguém aqui tem culpa do que
aconteceu, e que sua nudez no site havia
sido oba de hackers. Mas eles não
quiseram nem saber.

Anahí fechou
os olhos.

- Está bem,
vou ver se consigo convencê-los de que tudo não passou de uma armação de hackers.

Ela estava
arruinada, mas não era por culpa de Dulce. Sua assistente estava claramente
chateada com a situação e Anahí não queria que ela se sentisse culpada. A culpa
toda era dos integrantes dos Três Comandos, aqueles famosos surfistas da
internet que se divertiam interferindo na vida de pessoas que faziam seu papel
na sociedade, trabalhando para viver.

- Volto a
chamar mais tarde, Dulce...

Anahí desligou
o telefone e fez uma lista mental de todos os eventos agendados para os meses
de agosto e setembro. Se apenas uma quarta parte deles fosse cancelada, seu
prejuízo seria imenso, e ela sairia perdendo ainda mais, por excesso
desnecessário de pessoal.

Com a visão
embaçada, deixou as lágrimas correrem livremente por seu rosto.

- Ouça isso, Anahí.
Você não vai acreditar...

Alfonso entrou
abruptamente na cozinha, um largo sorriso no rosto.

Ela deu-lhe as
costas, tentando esconder as lágrimas, mas o sorriso dele desabando demonstrou
seu insucesso.

Alfonso parou
onde estava.

- Ei, você
está chorando? O que aconteceu? - perguntou aflito.

Homem
estúpido. O que ele achava que podia ter acontecido? Que ela chorava porque
perdera a remarcação de inverno na JC Penny?

- Nada, não
aconteceu nada. Caiu perfume no meu olho.

- Perfume? Em
seu olho? Mas como isso aconteceu? - Alfonso chegou mais perto, franzindo a
testa, como se pensasse seriamente na resposta que recebera.

- Foi só um
acidente, Alfonso.

Anahí
inclinou-se sobre a pia e fingiu jogar água nos olhos, embora, na verdade,
tentasse lavar qualquer vestígio de lágrimas. Foi então que sentiu as mãos
másculas pousarem em seus antebraços, quando Alfonso parou às suas costas.

Ele não devia
tê-la tocado. Aquilo não era certo. O toque denunciava sua presença bem próxima
a ela, tão próxima que, com um leve movimento para trás, Anahí poderia colar
seu corpo ao dele, fundir-se contra sua rigidez. Podia sentir sua respiração
entrecortada contra sua nuca. Podia colar as nádegas nele e senti-lo crescer
com a estimulação.

Devia se
afastar, sair dali correndo para bem longe. Em vez disso, contorceu-se de
encontro a Alfonso.

Se continuasse
a agir daquele modo, estaria arriscando vê-lo chocado, horrorizado com seu
comportamento, e ela então perderia sua melhor amigo.

- Deixe-me
ver.

Alfonso estava
bem ali, quase sobre ela, sua sensual proximidade enchendo-a de pânico. Se ele
lhe desse um chega pra lá, Anahí até conseguiria superar isso, mas aquela sua
doce preocupação era mais do que ela seria capaz de controlar.

- Consegui
limpar. - A voz de Anahí tremeu um pouco.

As mãos fortes
e firmes a forçavam a virar. Anahí piscou os olhos como um cervo míope diante
de potentes faróis. Virou ligeiramente a cabeça, tentou afastar-se, querendo
evitar o enorme embaraço de se ver implorando por um beijo.

Durante alguns
instantes, os dois ficaram parados, em silêncio, de frente um para o outro. Anahí
debatia-se numa confusão de emoções. O medo e a vontade, o terror e o desejo
sexual conflitavam na mente e no corpo dela, que ansiava por mais proximidade
entre eles.

- Vocês está
chorando - Alfonso murmurou. Com o dedo polegar, esfregou os últimos vestígios
de lágrimas de suas faces.

- Não estou
chorando... Meus olhos estão lacrimejando porque caiu um cílio de um deles.

- Um cílio?
Mas você não acabou de dizer que caiu perfume?

Mas que homem
insistente! Ela o fuzilou com o olhar. Começava a se sentir cansada, talvez porque
precisava fazer um grande esforço para controlar aquela atração esmagadora,
cada vez mais forte que a dominava. Era mesmo um mistério essa coisa de sexo e
atração. Conhecia aquele homem havia tanto tempo, era sua amiga há tantos anos,
mas sentia uma vontade enorme de beijá-lo, de se enroscar em seus braços e
fazer amor com ele, ali e agora.

- Oh, Poncho...
- Anahí murmurou, finalmente cedendo e deixando que ele a envolvesse num abraço
cheio de ternura.

Alfonso,
então, se inclinou em sua direção e beijou a ponta do seu nariz e levemente os lábios,
um beijo doce e gentil, mas que a incendiou. Outra vez Anahí sentiu aquela
traiçoeira onda de desejo tão forte que foi difícil sufocá-la.

Um pequeno
suspiro escapou de seus lábios.

- Eu sinto
muito pelo seu site, Anahí. Você não merecia isso, não depois de ter trabalhado
tanto...

Os lábios dele
mais uma vez roçaram os dela, enchendo-a de calor.

- O que você
está fazendo? - Anahí sussurrou, enquanto os braços forte de Alfonso a rodearam
e puxaram contra seu peito firme e nu.

- Estou
tentando confortá-la.

e ai? alguém também ta afim de ser confortada... rsrsrsrs

comentem ok, besos e até mais!!!