Fanfic: Do fundo da Escuridão

O espetáculo só seria de noite e era recém de manhã. Os alunos foram
levados para o Hotel Glamurouse, um dos mais conhecido da cidade. Dulce
pegou a chave do seu quarto e subiu correndo para seu aposento, pois já
não estava mais agüentando ficar cercada de pessoas, queria e ao mesmo
tempo precisava ficar sozinha.
Ela jogou-se na sua cama e finalmente
começou a relaxar. Sua tensão estava mil, devido ao fato de ter muitas
pessoas ao ser redor e ter que se controlar para não ser grossa e muito
menos injusta.
Dulce odiava injustiça. Muitas vezes ela era injusta e
se culpava amargamente por causa disso.
Ela ouvia o barulho da festa
que seus colegas estavam fazendo e começou a sentir-se extremamente
mal. Como queria estar no meio deles. Como queria se divertir. Como
queria ser feliz. Mas infelizmente isso não era possível. Não na visão
dela e principalmente no seu mundinho.
O dia demorou a passar e foi o
tempo todo maçante e frustrante para ela. Mas finalmente a noite
chegou. Era a hora de ir ao famoso espetáculo. A Ruiva estava um pouco
empolgada, o que era um milagre. Estava empolgada devido ao fato de
nunca ter assistido nem um show de mágica, na verdade era mais
curiosidade.

Dulce saiu, juntamente com seus colegas, e foram caminhando até o local
da apresentação; o velho Teatro Renascer. Elaenquanto caminhava para o
teatro, prestou atenção em tudo; não perdia um detalhe. Aquela cidade a
estava fascinando, ela sentia que alguma coisa iria mudar, ela até já
estava começando a se sentir um pouquinho menos triste.
Após uma
curta caminhada, eles chegaram no Teatro. Maria, quando entrou, olhou-o
de cima a baixo, não perdendo um detalhe sequer. Aquele Teatro era
simplesmente magnífico.
Dul, admirou tudo, tudo mesmo e só depois
disso é que foi sentar-se no lugar que guardaram para ela. Os
professores e até mesmo os alunos ficaram felizes por ver que ela se
interessou por alguma coisa. Era literalmente um milagre. Mas o mais
feliz de todos era o Professor Alberto, afinal sua insistência estava
valendo a pena.
O espetáculo começaria daqui a alguns minutos e ela
já estava super ansiosa.
As luzes se apagaram e a platéia ficou
naquela ansiedade para começar logo.
Não chegou a passar um minuto e
as luzes no palco se acenderam, levando a platéia a bater palmas.
Christopher surgiu do nada, bem ao fundo, criando um clima de suspense e
magia em todos.

Tocava Carruagem de Fogo ao fundo. Christopher, enquanto aguardava a
música terminar e dava um clima de suspense, ficou observando a platéia.
Ele sempre gostou de ver o rosto de expectativa das pessoas. Aquilo o
deixava contagiado.
Foi quando ele a viu, a pessoa que sempre esteve
procurando. Aqueles olhos, aqueles olhos que sempre procurou estavam
ali, com aquele olhar não havia dúvidas. Era ela, a mulher da lenda, a
mulher que estava procurando há anos. Era muita sorte encontrá-la ali.
Essa apresentação beneficente estava trazendo lucros que ele não
esperava.
Christopher nasceu rico, só que a aprendeu desde cedo a não
dar valor ao dinheiro, ele havia destruído a vida de seus pais. Seu pai
era um drogado e sua mãe uma alcoólatra. Era órfão há muitos anos, e
nunca sentiu a falta dos pais, pois na realidade nunca os tivera. Seu
tio, que era o diretor do colégio, era sua única família; seu apoio
maior. Ele havia cobrado a mais no show anterior, mesmo as pessoas tendo
achado barato, para os que pagaram é claro, ele havia cobrado a mais do
que costumava cobrar. Ele não era ganancioso, mas precisava do seu
dinheiro para investir nas suas pesquisas; portanto não poderia perder
dinheiro, mesmo que fosse beneficente. Por isso cobrou mais dos ricos,
para pagar pelos pobres. Era uma troca justa.
Christopher não
conseguia parar de olhá-la, aqueles olhos o cativavam demais. Por alguns
segundos desceu seu olhar e ficou a olhá-la. Como alguém tão lindo como
ela poderia ser tão infeliz? Ela era desejável demais, mas era o seu
olhar que o atraía, era nele que Christopher concentrava todas suas
forças. Aquele olhar de tristeza que mudaria não só a sua vida, mas como
de toda a humanidade. Era ela a mulher das lendas.
Ele também
percebeu que ela estava junto com o grupo de seu tio, portanto concluiu
que seria fácil ter acesso a ela.
A musica acabou, era hora de entrar
em ação, de surpreender a todos, mostrá-los o fascinante mundo da
magia.