Fanfic: Tú, solo tú ♥

Christian!

Fora como uma luz! Era sempre ele que passava
informações dos outros, e ele, pelo que Dulce sabia, mantinha contato
com todos! Christian deveria ter o telefone ou endereço de Christopher!
Ela
procurou o telefone celular pelo quarto inteiro até encontrá-lo debaixo
de baixo da cama. Procurou, com pressa, o número do amigo e sentiu o
coração pulsar em usa garganta assim que escutou as chamadas...

Christian: Olá flor do dia! – escutou a voz dele e sorriu – Como está? Melhor?
Dulce: Ay naco, estou melhor. Não é uma doença que me coloca para baixo...
Christian: Nunca foi – ele riu – Então já está disposta a voltar a gravar? Sinto
sua falta aqui no estúdio. Ninguém mais quer colocar laxante no café do
Pedro comigo...
Dulce: No creo! – ela riu – Daqui uns dois dias eu volto, parça, e nós voltamos com os nossos planos maquiavélicos.
Christian: E não era hora! – os dois riram e logo ficaram em silêncio – Mas e ai,
Dul, me ligou para relembrar o quanto é linda a minha voz?
Dulce: Não só para isso... Queria saber também se você pode... – as palavras
entalaram na ponta de sua língua e ela precisou engolir a vergonha para
perguntar – Me passar... Não sei... O telefone de Christopher?
Christian: Que te passa, mujer? – ele perguntou surpreso – Tem certeza que você melhorou da doença mesmo?
Dulce: Não exatamente... – a voz dela soou como um sussurro – Por favor,
Christian, eu só quero falar um pouco com ele... Explicar umas coisas...
Christian: Ay, Dul, olha as frias que me meto por você! Você sabe que eu não posso
ficar passando o telefone de famosos para qualquer um... – Dulce
gargalhou, mexendo a cabeça sem acreditar no que ele falava – Sei que
você é do fã clube dele, pero, sabe como é, posso ser processado por
isso...
Dulce: Prometo que tentarei não morrer quando escutar a voz dele através do telefone... – os dois riram outra vez.
Christian: O problema é que o Uckermann está mudando de casa... Sabe como é, ele
terminou o noivado com a Terraz e eles estavam morando juntos e tudo
mais... Bem que eu sabia que aquele noivado ia por ralo abaixo. A
Terraz que me perdoe, mas que ela tinha cara de resfriado, ela tinha.
Dulce: Ay, mi padre! – prendeu uma risada e continuou: – Nem o celular, você tem?

Christian: Christopher não atende o celular, só se for à mamãe
chamando... – ele tirou uma com a cara do amigo – A Alexandra deve
estar feliz, quer dizer, pelo fim do noivado... Agora ela pode ter o
bebê dela de volta só para si mesma...
Dulce: Não é? – mais risadas – Alexandra continua com Christopher em suas asas?
Christian: Bom, não posso dizer nada porque olha para quem eu estou falando... Para a queridinha da dona Blanca.
Dulce: Cala-te! – ela sorriu – Mas Christian, deixe de enrolar e me fale: você pode me ajudar a encontrar Christopher?
Christian: Poder eu posso, pero... O que é tudo isso, Dul? Falta de sexo?
Dulce: Chávez! – ela gritou estupefata ao telefone, corando absurdamente – Quero resolver as coisas com ele, só isso.
Christian: Esse tal de resolver as coisas seeempre termina em sexo.
Dulce: Ay, caray! Passa o número, pelo amor…
Christian: Posso passar o endereço da casa nova, serve?
Dulce: Serve qualquer coisa...
Christian: Ui que desesperada...

Com
o endereço anotado, Dulce só precisava tomar coragem para pegar o carro
e ir até a rua indicada. Não fazia a menor noção de onde que era, porém
pelo que conhecia Christopher, deveria ser um condomínio que chamasse
atenção, por isso seria mais fácil encontrar do que pensava... E não se
enganou. Com algumas ajudas do GPS, logo conseguiu encontrar e teve
sorte que o porteiro a reconheceu, pois como não tinha autorização de
ninguém para entrar, ficaria do lado de fora. Bastou andar mais um
pouco, depois da entrada para achar a casa dele e era exatamente como
pensava: grande!
Ela riu sozinha, parando o carro na rua e
respirando fundo para conseguir sair do carro. Era assustador pensar
que depois de oito anos, quase 2920 dias, ela estava ali, diante a casa
de Christopher, para falar algo que não sabia exatamente muito bem o
que era...

E amaldiçoou a irmã por pensamento, sabendo que grande parte da razão
de estar ali era culpa dela... Quer dizer, ela estava bem sem
Christopher. Tinha passado oito anos bons, tirando as partes de ser
usada, trocada por um homem ou guardada a sete chaves... Fora isso, ela
estava bem. Bons trabalhos, a carreira continuava em alta, recebia o
dinheiro de antes, se mantinha, estava bem, e falar com Christopher não
mudaria aquilo...

Dulce: A quem você está tentando
enganar? – ela disse para si mesma e revirou os olhos, enquanto
trancava o carro e guardava as chaves dentro da bolsa – Você é uma
grande, grande, derrotada... Tipo, Christopher não pode expulsá-la da
casa a gritos, sem contar que agora vocês são mais velhos e vão
conversar como adultos... – continuava falando sozinha – Tudo bem que
ele pode encará-la com desprezo, mas é só você falar com jeitinho... –
chegou à porta e olhou para a campainha – Lembre-se de chamá-lo de
cielo. Ele adorava quando você o chamava de cielo... – levou um dedo
até o botão, porém recuou – Mas ele pode achar que estou desesperada,
se o chamar de cielo... Chame o de Christopher – e colocou outra vez a
mão na campainha – Sorria, não chore, peito para frente, cabeça
erguida, barriga para dentro e...
xxx: Posso ajudá-la?

A
porta se abriu e uma velha senhora saiu dali, encarando-a com os
enormes olhos azuis e limpando a mão no avental impecavelmente branco.
Dulce congelou. Não tinha mais como voltar atrás. Não tinha mais saída
de emergência.

Dulce: Eu... Christopher... Vim… Bem…
xxx: Você veio ver o garoto Uckermann? – perguntou gentilmente, enquanto
Dulce somente conseguia confirmar com a cabeça – Ora, então entre,
menina. Ai fora está um calor escaldante... – a puxou delicadamente
para dentro – O garoto não me disse que esperava visita, senão teria
preparado algo para vocês lancharem.
Dulce: Não... Não precisa. Quer dizer... Christopher não sabe... Que eu... Bem, que eu estou aqui.

xxx: Oh – a boca fina da mulher se comprimiu – Por acaso você
não é... – se calou – Venha, menina, sente-se um pouco... – entraram em
uma grande sala e Dulce recuou assim que seus olhos encontraram um
grande quadro com um pôster do RBD em cima da lareira – Você é ela –
apontou para sua imagem – Dulce, não é mesmo?
Dulce: Sim...
xxx: Minha neta adora sua novela atual... Minha filha acompanhava Rebelde.
Era fã! – as duas sorriram – Meu nome é Amaro, mas o menino me chama de
Nena – Dulce corou sem motivo e concordou com a cabeça – Lembro
direitinho da música: “E sou rebelde quando não sigo os demais...” –
riu – Quando minha filha não queria tomar banho ela usava essa
desculpa. “Mãe, não vou tomar banho porque sou rebelde e não sigo os
demais...” – Dulce jogou a cabeça para trás e gargalhou – Em dias bons,
o menino desce as escadas cantando essa música ou aquela outra, como é
mesmo? “E é assim, assim é... Alguma coisa nosso amor...”
Dulce: Nuestro amor – disse sorrindo – Não acredito que ele ainda canta essas músicas...
Nena: Pois sim! Às vezes minha neta vem aqui passar umas horas e quando o
menino está aqui, ele sempre coloca um DVD da RBD na TV... A minha neta
pira! Nem abre a boca, você acredita?
Dulce: Ela deve ser uma graça.
Nena: Ah, ela é. E é apaixonada pelo menino, acredita? Ela tem três anos e
sonha em casar com o meu menino! – deu uma risada baixa e viu como
Dulce arregalava os olhos – É uma paixão platônica, é claro, e deixe
contar para ela que conheci a protagonista da novela que ela tanto ama.
Dulce: Se quiser, posso autografar algo para ela?
Nena: Oh, menina, ela adoraria. Monique tentava brincar com ela, mas ela
sempre emburrava a cara, sentava na cozinha e falava: “Vovó, não quero
que ela fique com o meu namorado!” – Dulce riu – Essas crianças de hoje
em dia... Penso que ela jogou alguma praga naquele namoro para não dar
certo. Monique era um doce, mas era tão feia para Christopher...

Dulce: Porque todo mundo fala isso? – sussurrou para si mesma e
voltou a encarar a mais velha – Desculpe mudar de assunto, Nena? –
perguntou se poderia chamá-la daquele jeito e ela confirmou com a
cabeça, sorridente – Mas gostaria de saber se Christopher está... Há
muito tempo não o vejo e...
Nena: Não está, menina. Ele está
trabalhando. Hoje ele saiu cedinho, nem tocou no café-da-manhã direito,
e aquele menino come como ninguém de manhã! – Dulce sorriu ao perceber
que os hábitos de Christopher continuavam iguais – Daqui a pouco ele
deve estar de volta. Que horas são? Quase cinco?
Dulce: Sim... São cinco em ponto.
Nena: Mas me conte, menina, lembro que nos episódios que assisti com a minha
filha, você e o menino faziam um par romântico... Já namoraram? – a
pergunta fez com que Dulce corasse e negasse com a cabeça devagar.
Dulce: Solo amigos, Nena.
Nena: Uma pena... Que a Monique me perdoe, mas você, menina, é bem mais
bonita do que ela. Acho que até minha neta concordaria com o namoro da
“diva” dela com o “bebê” dela... Você acredita que ela a chama de diva?
– Dulce corou outra vez e soltou uma leve risada – Bebê e Diva... Essas
crianças de hoje em dia.
Dulce: Ay – abriu a bolsa e retirou
uma caneta e um pedaço de papel – Antes que eu me esqueça! – escreveu
algumas palavras e entregou para a outra – O autógrafo...
Nena: Orale, que amor! – sorriu – Gracias. Ela vai adorar... Menina, por
favor, se sente. Prepararei um café para você enquanto você espera,
está bem?