Fanfic: Tú, solo tú ♥

Onde estivera com a cabeça? Como poderia ter sido idiota a ponto de
aparecer na hora que bem entendesse na casa de Christopher, deixar um
recado e ir embora? E o pior, de onde tirara a idéia estúpida de
rabiscar em um pedaço de papel amassado que encontrara dentro de sua
bolsa, uma parte de um de seus poemas e deixar em cima da mesa da sala
de Christopher, como se fosse à coisa mais normal do mundo?
Nunca
deixava recados para ninguém. Para seus pais, amigos, nem para os seus
namorados... Agora lhe baixava um santo e escrevia algo profundo – até demais – para alguém que ela nem sabia se queria saber de sua existência outra vez.

Dulce: Parabéns, Dulce María, parabéns — rugiu para si própria enquanto
estacionava o carro e batia a cabeça no volante, sentindo alguns poucos
flashes se debatendo contra o vidro — Era só o que me faltava! —
reclamou, referindo-se as fotos e pegando a bolsa, saiu do carro,
esperando um segurança para escoltá-la para dentro da boate.

Ignorou
totalmente as perguntas feitas diretamente para ela, pois não estava
com cabeça. Estava em seu mundo, se lamentando mentalmente por não
sofrer um enfarte e cair morta ali mesmo, pois pelo menos assim se
auto-pouparia das idiotices que estava sempre fazendo.

Dulce: Daqui a pouco você enlouquece, casa com um dançarino, tem dois filhos,
raspa o cabelo e sai batendo nos paparazzis com um guarda-chuva! — foi
resmungando baixinho até as portas da boate serem abertas e se ver
livre dos braços de algum homem de terno com dois metros de altura — Ai
você ira se envolver com uma socialite, ter um caso lésbico, depois
aparecer diante do mundo inteiro cantando uma música menosprezando os
homens e...
Sam: GOOOOOOOOOLFA!

Dulce não pode
terminar de falar consigo mesma, pois três de suas amigas haviam se
pendurado – já levemente bêbadas – em seu pescoço, chacoalhando-a para
direita e para a esquerda.

Sam: Gatissima! Como está? — deu um beijo na bochecha da amiga e
a abraçou mais um pouco, antes de outra empurrá-la para o lado e se
apossar do abraço de Dulce.
Paty: Hola pelirroja! — deu um
abraço apertado em Dulce — Sam, já disse para você não chamar a Dulce
de prostituta na frente de todo mundo! — censurou a outra — Tem que
chamá-la de señora del noche ou tortillera!
Dulce: Olha quem
está chamando de ninfomaníaca, Patty! Não sou eu que conheço todas as
posições do Kama Sutra! — deu uma risada e foi abraçar Nica, que
acenava sorridente para ela da mesa — Hola guapas!
Ivalu: Hola cochina! — levantou-se para dar um beijo na bochecha dela — Estávamos pensando que você não vinha mais.
Sam: Eu disse que quando tem álcool a Dul sempre vem!
Nica: Siempre!
Paty: Alcohólica — brincou e lhe entregou um copo com alguma bebida em
seguida — Vamos nos sentar porque daqui a pouco é possível que eu caia!
Dulce: Começaram a beber sem mim — negou com a cabeça — No creo.
Ivalu: Mas é claro, golfa! Você se atrasou... Quantas horas ela se atrasou, meninas?
Sam: Duas horas! — disse sorridente — O que significa?
Todas: Punición! — riram divertidas.
Nica: Garçom, traga sete copos de água-ardente, por favor? — pediu.
Dulce: Porque três copos direto? — choramingou enquanto se acomodava na
cadeira, olhando ao seu redor e notando o quanto a boate estava cheia.
Sam: Dois pelas duas horas de atraso, e uma só porque você é uma alcohólica
mesmo! — riu de besteira e bateu de leve a mão no braço de Dulce,
fazendo-a sorrir.
Paty: Guey, preciso de muitas bebidas essa noite! Quero beber até cair!
Dulce: Que te passa?
Nica: A rechoncha aqui brigou com o novio! Está super para baixo, no és
verdad? — perguntava enquanto apertava as bochechas de Patty, que
revirou os olhos e se afastou.

Paty: Mas ele mereceu cada palavra e tabefe que lhe dei! Aquele galopín não pede por esperar! — bufou — Hombres.
Sam: Nem me fale de homens! Estou aproveitando minha vida de solteira! Agora
só que beijar e muuuuuucho! — deu um gole na bebida e em seguida, um
tapa na bunda de um homem que passara por ali — Me procura depois,
cariño! — piscou um olho para o mesmo, que deu um sorriso sedutor e
sumiu da vista delas.
Dulce: Você não existe, Samguijuela! — dava altas risadas.
Nica: Agora estou entendendo o porquê a Dulce deu o apelido de sanguessuga
para a Sam! — começou a rir ainda mais e prenderam as risadas quando o
garçom apareceu na mesa, levando o que elas pediram.
Ivalu: Hey, hinchado, três copos são para a rica ali! — apontou para Dulce que
tragou a saliva vendo três copos grandes pararem em sua frente —
Gracias, guapo! — disse ao garçom que sorriu timidamente enquanto se
retirava dali.
Paty: Agora vamos lá, dulzura, bebendo tudo! — bateu na mesa fazendo barulho.

Dulce
olhou para os três copos outra vez, suspirando pensativa. Pegou um dos
entre os dedos, encarando o liquido amarelo balançar, fazendo uma
risada escapar da garganta de suas amigas. Não estava em seus planos
sair dali totalmente bêbada, pois no dia seguinte teria que passar o
dia inteiro dentro de um salão de beleza, se arrumando para a grande
festa de fim de ano que a Televisa iria proporcionar aos seus
funcionários, porém, quando se lembrou do que fizera poucas horas
atrás, percebeu que seria melhor se sim, saísse dali tão bêbada a ponto de não se lembrar das loucuras que cometera... Não se lembrar dele.

Sam: Vira direto, golfa! — escutou a amiga dizer e, respirando fundo, virou
tudo de uma vez em sua boca, rezando intimamente para que a bebida
fizesse efeito logo.