Fanfic: Tú, solo tú ♥

Parecia que uma breve explosão fosse acontecer e era como se lava
fervente habitasse onde antes seu cérebro se localizava. Seu corpo
parecia desinflar, seus membros pinicavam em seu intimo e sua cabeça
doía tanto que seus olhos chegavam a se contrair de tanta dor. Era como
se tudo ao seu redor fosse uma imensa caixa negra, onde apenas alguns
borrões coloridos se movimentavam de um lado para o outro, aumentando
sua vontade de regurgitar. Aquele som estridente ao fundo acelerava sua
respiração, e naquele momento Dulce se lamentava pela milésima vez de
conhecer perfeitamente bem os sintomas da ressaca.
Tantos
rostos – até então, desconhecidos – já haviam se voltado para
cumprimentá-la, para dedicar um sorriso somente para ela, mas todos
pareciam tão iguais. Pareciam tão rosas e... Borrados.
Odiara
por um momento todas as suas amigas, até mesmo o garçom que lhe servira
inúmeros copos daquelas bebidas desgraçadas... Se bem que no fundo
sabia que a culpada era ela mesma, que, tentando se afundar na bebida,
achara que conseguiria destruir os sentimentos confusos que ainda
habitavam por sua cabeça.
Era um desastre. Tudo aquilo era
um desastre. A maior festa do ano e ela sentada, com a cabeça entre os
joelhos e o corpo semi-morto. A ânsia lhe atormentando e o cheiro do
próprio perfume piorando sua situação. Precisava de um anjo... Ou pelo
menos de uma cama e um analgésico super forte.

Christian: Hola adorable Dulce.

Sua salvação. Seu anjo.

Dulce: Christian, me tire daqui.
Christian: Reformulando a frase: Olá, não-tão-adorável-hoje Dulce.

Ele
fez uma piadinha sem graça enquanto contornava a mesa, segurando a
amiga pela cintura e ajudando-a a se levantar. No primeiro instante
sentiu o cheiro forte de álcool e entendeu o porquê do estado em que
ela se encontrava, preparando uma bronca tão ácida para lhe dar, que
ela nem precisaria mais de remédio para melhorar.

Christian: Cañaera! — afirmou — Não acredito que você encheu a
cara ontem, Dulce! O que passa na sua cabeça oca? — bateu dois dedos de
leve contra a cabeça dela, esperando o som de um vazio — A Televisa em
geral está aqui! Há paparazzis até no banheiro! Se alguém ver você
nessa situação degradável, adivinha qual será a manchete de amanhã?!
Dulce: “Dulce Idiota Maria és encontrada borracha en fiesta de Televisa...”
Christian: Por ai — ele riu e a apertou contra o seu corpo, não deixando-a cair —
Adorable Dulce tonta! — riu outra vez, enquanto chegavam a sacada.

Ele
a colocou apoiada na mureta, encostando-se em seguida na mesma, de
costas para a paisagem, observando a festa que permanecia a ocorrer
dentro do salão. Virou a cabeça para mirar Dulce, que esticara os
braços e encurvara o corpo, talvez para conseguir respirar melhor. As
mãos dela se prendiam firmemente no gesso e os olhos se deixavam pesar.

Christian: Que passa em sua cabeça? Você acabou de melhorar de uma daquelas suas
doenças loucas e já está assim? Desse jeito você ira se matar, mareada!
Não quero nunca mais vê-la cometendo tamanha burrice, ok? Ivalu deveria
se comportar! Sei que tem dedo dela nessa história. E Sam também está
envolvida... Cachaça me cheira a Sam!
Dulce: Sim, cheira
mesmo! — deu uma risada fraca, mas sincera — E não as culpe... Elas
estavam com saudades das nossas noitadas, não mediram as
conseqüências... Sem contar que elas são minhas amigas, não minhas
enfermeiras, como você é.
Christian: E agora você me vem
dizendo que eu não sou seu amigo, e sim, seu enfermeiro? — deu um
sorrisinho lateral, cruzando os braços e dando uma trombada nela,
fazendo-a se desequilibrar um pouco.
Dulce: Bobo. — sorriu para ele — Você é meu anjo.

Christian: Promovido de enfermeiro para anjo... É, Dulce Maria,
você sabe como se safar de uma encruzilhada... — ambos sorriram e ele a
abraçou, vendo como a cor de seu rosto voltava pouco a pouco ao normal
— Não sei mesmo o que te passa na cabeça, cérebro. Todos estão ali
dentro comemorando um ótimo ano e você desse jeito.
Dulce: Sou mesmo uma anta.
Christian: Uma anta que deixou uma Anahí extremamente aborrecida.
Dulce: Anahí está aqui? — ergueu o rosto para encontrar o olhar dele — E o que fiz para aborrecê-la?
Christian: Ela disse que foi a cumprimentar toda “happy” e você nem ligou para ela, então você já sabe... A bicha está uma fera.
Dulce: De Anahí, nem você me salva — deu uma risada baixa, levantando os braços para retribuir o abraço.
Christian: A fera Any rugi, os animais indefesos fogem — gargalhou e a apertou
contra si — Todos estão me perguntando sobre você. Já esbarrei com
Karla, Angelique, Enrique... Até mesmo Ninel está aqui! Está sendo como
um grande reencontro de Rebelde, porém, com mais gente... — parou de
falar, subindo uma das mãos para o rosto de Dulce, afastando assim, a
franja castanha que caia sobre os olhos dela, escondendo pelo menos um
pouco, as olheiras — Se eu contar um segredo, você não conta para
ninguém?
Dulce: Sabe que não, Pink... Que passa hoy?
Christian: Acho que Anahí e Alfonso... Hmmm...
Dulce: No! — se afastou dele, com a mão na boca e expressão de extremo choque
— Como así? Dios Mio! — em seguida abriu um sorriso enorme, mostrando
quase todos os dentes — Esses dois não perdem tempo! Foi só Any
confirmar o divórcio que pimba! Me surpreende que eles tenham demorado
tanto tempo para relembrar o passado! Qual é? Eles se comiam vivos, nos
tempos de RBD.