Fanfic: Tú, solo tú ♥

Christopher: O que você gostaria de beber? – ele perguntou, fingindo analisar o cardápio e observando-a detalhadamente sob o mesmo.
Dulce: Você sempre foi bom para bebidas – disse envergonhada, sem conseguir voltar a cor normal – Porque não escolhe?
Christopher: Está bem – sorriu, chamando o garçom com um olhar e pedindo assim que ele se aproximou – Uma garrafa de Chianti, por favor.

Dulce nada disse. Chianti era um vinho francês caro, e não que ambos
não tivessem condições para pagar, mas ele com certeza pedira aquele
para impressioná-la... Ou talvez quisesse embebedá-la, não sabia.
Respondeu timidamente um sorriso que ele lhe lançou, abaixando o olhar
para o cardápio para disfarçar o tom avermelhado que ganhara – e pelo
visto não conseguiria perder tão cedo – e para fugir também e
principalmente do olhar dele.
Ainda não tinha aprendido a controlar
as sensações e emoções que borbulhavam em sua pele quando recebia
aquele olhar... Talvez nunca conseguisse.

Dulce: Não
disse que você sempre foi bom para escolher bebidas? – deu uma
risadinha e quis xingar o garçom quando esse retirou o cardápio de suas
mãos.
Christopher: Certas manias e costumes nós não perdemos nunca – falou – e acho que sempre terei costume de pedir boas bebidas...

A verdade é que ele realmente pedira para impressioná-la. Não podia
pedir algo muito simples, também não podia ser algo muito complexo, e
um vinho sempre combinava com uma boa massa, sem contar que o clima
frio que se instalara no México ajudava. Poderia criar um ambiente
romântico com toda aquela iluminação fraca, mesa afastada, vinho caro e
tudo mais, contudo era exatamente aquilo que ele queria. Um ambiente
silencioso e sereno, onde poderiam conversar a vontade e onde ele
poderia mirá-la o quanto quisesse, tendo certeza que nenhum fotógrafo
ou jornalista conseguiria interromper.

Dulce: Eu estava falando com Sam antes de vir para cá – começou
a falar, sem saber qual seria o rumo de sua frase. Percebeu que
Christopher a encarou divertido, já esperando alguma bobagem vinda de
uma frase que envolvesse Sam. – E ela me disse que não conseguia
imaginar nós dois... Aqui e... Assim.

Parou de juntar palavras,
regressando a sentir um calor efervescente em suas bochechas e mordendo
o lábio inferior, sem saber como continuar.

Christopher: E o que você respondeu?
Dulce: Que eu não fazia a menor idéia do que esperar. – foi sincera – Claro
que ela disse mais algumas coisas que não valem à pena ser comentadas –
riu de vergonha – e tudo mais, mas quando ela disse isso, mesmo que
tenha sido sem pensar, me fez pensar muito também. Pensei no caminho
todo para cá...
Christopher: E qual foi a sua conclusão?
Dulce: Que eu espero algo bom... Muito bom. – começou, retirando coragem da
última célula de seu ser para conseguir dizer às verdades que há muito
estavam guardadas – Você sabe que eu sou complicada e muitas vezes
penso até não conseguir mais, procurando as minhas próprias explicações
ou soluções... Penso nos defeitos e posso ficar receosa ou até mesmo
com medo, e confesso que estou com muito medo do que pode vir a
acontecer, Christopher, porque eu gosto de coisas previsíveis, e sempre
quando se trata de nós dois tudo é tão... Imprevisível. Mas quero que
você acredite quando eu digo que tenho coragem o suficiente para tornar
o que acontece aqui em algo bom. Já errei muito e espero não cometer
mais tantos erros. Claro que se você estiver confiando em minhas
palavras e aceitando o meu pensamento, quero que você saiba desde já
que por mais que eu evite errar, eu poderei errar várias vezes... Eu
continuo sendo a mesma cabeça-dura de sempre, talvez um pouco menos,
mas continuo sendo.