Fanfic: Tú, solo tú ♥

Não conseguindo evitar um sorriso entre o beijo, Dulce deixou um pouco
da emoção que sentia transbordar nos movimentos de suas mãos.
Afagava-lhe todos os pedaços de carne que tocava, desde o cotovelo até
o pouco que encontrava por debaixo da manga da camiseta que ele
vestia... Aquela pele sempre tão macia e quente atraia e agradava os
seus sentidos e ela não podia negar, Christopher era a perdição em
forma humana.
Se naquela casa só estivesse os dois, talvez ela
pudesse dar um presente muito melhor naquele exato momento... E,
sorrindo ainda mais, expulsou os pensamentos pecaminosos, afastando-lhe
com delicadeza e subindo as mãos em direção as bochechas levemente
coradas do aniversariante.

Dulce: E como vamos fazer com a minha escova de dentes?
Christopher: Eu tenho várias escovas reservas, pequena. Isso não será problema.
Dulce: E posso saber o porquê de você ter várias escovas reservas? – as
sobrancelhas se arquearam, indicio de que ataques de ciúmes estavam por
vir. – Por acaso todas as mulheres que você convida para virem dormir
aqui sempre são pegas de surpresa e esquecem a escova de dentes?

Christopher: Normalmente elas usam a minha mesmo. – revirando os
olhos e já se defendendo do tapa que saberia que levaria no tórax,
Christopher segurou com uma mão o punho dela no ar, aproximando-a outra
vez e escutando-a soltar bufos como um verdadeiro touro. – Celosa.
Dulce: Vai procurar as suas outras mulheres anti-higiênicas que usam a sua
escova de dentes e me solte. – fez uma careta composta por um enorme
bico e uma pequena ruga entre as sobrancelhas. – Vai! O que você está
esperando?

Sim, Dulce era e sempre seria muito ciumenta.

Christopher: Minhas outras mulheres... – deu uma risada provocadora, roçando cada
vez mais o corpo no dela e sentindo-a encolher em seus braços. – Hum,
eu não as quero... E as outras escovas de dentes eu posso jogar fora,
se você quiser... Deixarei apenas uma azul ao lado da minha.
Dulce: Azul? – os olhos castanhos começaram a derreter.
Christopher: Sim... E se você quiser, eu coloco até o seu nome.
Dulce: Como? Como colantes? – percebendo que o ciúme se esvairava pelo
corpinho dela, ele passou os dois braços por cima dos ombros dela e
colocou as mãos entre os cabelos tão longos e sedosos, obrigando-a a
pousar a cabeça no contorno de seu pescoço e sentindo-a puxar a beirada
de sua camisa.
Christopher: Com mágica. – a risada dela o acalentou e, beijando-lhe no topo da cabeça, voltou a se afastar, tendo a certeza de que domara a fera.
Dulce: E você vai jogar mesmo as outras escovas fora?
Christopher: Na verdade não, porque seria um desperdício. Vou dá-las a Nena, porque pelo menos assim elas serão aproveitadas... Está bem?
Dulce: Si. – deu um sorriso gigantesco. – Y ahorita me voy. Vou deixá-lo conversar com os seus outros amigos...
Christopher: Tem certeza? – olhou para os lados com um sorriso levado, como se
quisesse dizer que fugiria dali, caso ela pedisse. – Estamos perto da
porta... Podemos sair correndo que ninguém vai perceber.

Dulce: É a sua festa de aniversário, cielo! Seus amigos estão
aqui para vê-lo e felicitá-lo! Não sou tão estraga-prazeres a ponto de
roubá-lo justamente hoje.
Christopher: Ah, mas…
Dulce: Beso. – beijou-lhe rapidamente na boca mais uma vez e, antes que ele percebesse, tinha saído de seus braços e de sua vista.

E sim, Dulce ainda sabia como fazê-lo ficar incrivelmente bobo.

Com a música bem agitada tocando ao fundo e os copos de cristal
flutuando de mãos em mãos, vozes entretidas em conversas empolgadas
soavam por todo o cômodo, acompanhando a batida e tornando-a ainda mais
dançante.
Dulce, jogada no sofá, nem ao menos recordava que estava
na sala da casa de Christopher. Marciel, Plínio e Sam sabiam como
distraí-la.

Sam: Orale hermosura, que passa? – batendo
palmas e empurrando Plínio em seguida com o quadril para espremê-lo no
sofá, a sorridente Sam movia a cabeça de forma engraçada, fazendo com
que Dulce gargalhasse cada vez mais alto. – Ele está tímido, gente! –
revirou os enormes olhos com um sorriso malicioso. – O que foi, meu
bem, a música é sensual demais para você?
Dulce: Deixe-o em paz, sam-lerosa! Quanta sinverguenzada!
Sam: Eu só quero um parceiro para me acompanhar nessa dança, poxa, nem é pedir demais.
Dulce: Olhe para a cara de Mario! Ele está com cara de quem quer chamá-la para dançar!
Mario: Yo?
Sam: Si! – ficando de pé de imediato, Sam pegou nas mãos dele e puxou-o, sem dar chances maiores para mais palavras.

Sam, quando empolgada daquela forma, era mais engraçada do que sedutora.
Plínio
olhou para Dulce, com um sorriso pequeno de alivio nos lábios. Não que
não quisesse dançar com Sam, mas no estado em que ela se encontrava,
era provável que não restasse nada dele no final da música. Antes que
Plínio pudesse abrir a boca, uma cabeleira loira apareceu diante dos
olhos de Dulce e com um grito ela recebeu Anahí.

Anahí: Eu estou brava com você.
Dulce: Sem cu doce! – levantou-se para abraçá-la e riu, ao recordar-se de
algo. – Amanhã provavelmente vão falar que nós nos matamos hoje.
Anahí: Si, como no? Eu arranquei um tufo do seu cabelo e você me esbofeteou por todo o rosto.
Dulce: Porque eu sou a mais assassina?
Anahí: Porque eu sou um anjo. – os olhos azuis piscaram de forma lenta e
angelical, mas que não enganavam nem Dulce, nem ninguém. Depois de
segundos, ambas começaram a rir. – Só passei para cumprimentá-la mesmo.
Estão querendo jogar pôquer e eu não posso perder isso...
Dulce: E desde quando você joga pôquer?
Anahí: Ay compañera, quando se está em Acapulco, de férias, solteira, rodeada
de um bando de estrangeiros que querem jogar pôquer, há, você aprende
em segundos.
Dulce: E não era você o anjo da conversa?
Anahí: Do pau oco! – deu uma risada meiga, jogando o cabelo e vendo que Plínio
estava presenciando a conversa. – Hey, nem pense em contar para alguém
o que está sendo dito aqui, Ninio, porque se não eu vou precisar
matá-lo.
Plínio: Boca fechada, chefe.
Anahí: Já
vou, já vou. – deu um beijo estralado na bochecha da amiga e sorriu. –
E Dulce, você não precisava ter me batido tanto, caray! Amanhã vou
acordar com um olho roxo e um dente fora do lugar.
Dulce: Hey, pelo menos você não vai ter que colocar aplique ou peruca.

As duas riram mais um pouco e quando uma foi, outra chegou, e outro
chegou, e outro foi, e mais um se juntou, outro partiu, mais um veio,
outra se aproximou e, durante muito tempo surgiram e sumiram copos de
tequila e cerveja e vodka e quaisquer que fosse a bebida. O sofá
pareceu o local mais aconchegante da terra para Dulce.
Uma das últimas coisas que ela se lembrava com nitidez era de Guille apontando para ela e berrando: Christopher mandou essa música para você! e as batidas de Beautiful tocando ao fundo. Ela, é claro, não deixou de rir e corar enquanto, naquele mar de gente, o seu olhar se misturou com o de Christopher que, do outro lado da sala, lhe sorriu.
Os lábios de Dulce se moveram de forma inconsciente, cantando alguns trechos da música ainda afogada no castanho dos olhos dele.

Dulce: En tu abrazo, quisiera volver a nacer. Paso a paso perderme en tu piel,
perderme en tu piel... Quiero que me ames más, más, más y no quiero que
me digas bye, bye, bye... – enrolada, tombou a cabeça em uma das mãos,
sem quebrar a conexão de olhar e terminou cantando um: - Sólo quiero
que me ames más, más, más...

Deus, todas as bebidas da festa
deveriam estar misturadas no estômago de Dulce! Christopher negou com a
cabeça assim que os olhos de sua pequena fecharam de forma pesada e a
cabeça escapou do poder de suas mãozinhas, fazendo-a abrir os olhos de
imediato, pega pela surpresa. Aquele era o maior problema de Dulce: ela era radicalista.
Ou era tudo ou era nada. O meio termo só existia quando se tratava dele.