Fanfics Brasil - CAPÍTULO IV Verão eterno!!! (Terminada)

Fanfic: Verão eterno!!! (Terminada)


Capítulo: CAPÍTULO IV

289 visualizações Denunciar


Pelo inesperado
friozinho daquela noite, podia-se saber que o inverno estava para chegar. O ar
estava bastante seco, as estrelas brilhavam num céu sem nu­vens e a brisa
fresca indicava que o vento Norte seria mais forte do que se pensava.


Anahí fechou os
botões da jaqueta de brim e correu em direção ao celeiro. Um galo já ciscava
nervosa­mente, apesar de o sol ainda não ter despontado, e as galinhas
cacarejavam como se já fosse de manhã. Co­locou ração para as aves e checou os
ninhos. Feliz­mente a seca não incomodava as aves e os ovos eram recolhidos
regularmente todos os dias.


Anahí só percebeu
que Poncho já havia levantado quan­do viu que a égua já tinha sido escovada e
estava co­mendo. Por um momento, pensou que ele nem tivesse dormido. Pegara no
sono enquanto tomava banho só acordando ao ouvir o som do caminhão-pipa sendo
di­rigido para a frente da casa.


Poncho já havia
saído com o caminhão pela noite aden­tro, antes que Anahí terminasse o banho.


Mesmo sem
perguntar, ela sabia onde ele tinha ido.


Lee já havia se
retirado para seu barracão, que Lucy, sua finada esposa, havia transformado
numa confor­tável casinha. Desde que ela morrera, ele mesmo cui­dava dos
afazeres domésticos de lá, não querendo que ninguém o ajudasse. Por esse
motivo, Poncho teria que ficar ou no outro barracão ou na casa principal.


Já era muito tarde
para arrumar o barracão para Poncho dormir, por isso, naquela noite, ele teria
que dormir no sofá da sala. Anahí arrumou o lugar e deixou um bilhete para ele,
retirando-se para o quarto. Depois de algum tempo, o som do caminhão acordou-a.
Ouviu o barulho do chuveiro e a porta da sala sendo fechada. Depois, nenhum
ruído mais foi feito e Anahí pôde dor­mir até o despertador acordá-la às cinco
horas da manhã.


Carregando os ovos
frescos numa cesta, ela correu de volta à casa. Ao passar pela porta da sala,
hesitou por alguns segundos; depois, abrindo apenas um espa­ço por onde pudesse
enxergar, viu que suas suspeitas eram verdadeiras: Poncho já havia partido,
deixando tudo arrumado como se nem tivesse dormido lá. Era como se ela tivesse
apenas sonhado que ele dormira lá: não havia nenhum sinal dele.


Pela janela, Anahí
viu que a caminhonete também não estava mais no lugar habitual. Desapontou-se
por alguns segundos. Gostaria de poder tomar o café da manhã com Poncho,
conversar com ele, um estranho que já lhe parecia mais familiar do que muitos
conhecidos, mas tudo indicava que naquela manhã isto não seria possível.


Lee também não
estava na cozinha como era de cos­tume. Havia apenas um bilhete sobre a mesa
dizendo que havia levado Poncho até a fazenda de James e estaria de volta antes
do meio-dia. Anahí tomou o café da manhã rapidamente, colocou o café restante
numa gar­rafa térmica e dirigiu-se rapidamente ao caminhão-pi-pa. Havia mais
três tanques no rancho onde a água era estocada. É claro que não conseguiria
enchê-los completamente, pois não haveria tempo suficiente. Tudo que poderia
fazer seria enchê-los o suficiente para evitar que o gado morresse de sede.


Com um suspiro, Anahí
abriu a barulhenta porta do caminhão e entrou na cabine. O motor custou a pegar.
Em seguida, ela virou a direção e ia dirigindo-se à estradinha quando percebeu
pelo peso que o caminhão já estava totalmente cheio de água. Poncho não só
enchera o tanque do gado, como também deixara o caminhão cheio, tudo para
economizar trabalho a Anahí. Ela nem acreditava nos próprios olhos. Teve
vontade de cho­rar de alegria.


Entre lágrimas,
pensava que não se emocionava en­quanto quase se matava de trabalhar, mas era
só al­guém preocupar-se com ela e ajudá-la, que ela não parava de chorar. Teve
que enxugar os olhos várias vezes antes de conseguir dirigir o caminhão até o
tan­que mais próximo. Era tarde e o gado deveria estar com sede, entretanto,
curiosamente eles não estavam se amontoando ao redor do bebedouro como
normalmen­te faziam.


Anahí tremeu de
pavor. O que teria acontecido aos animais? Estariam perdidos? Teriam sido
roubados? Ou pior, teriam morrido de sede?


Aproximando-se do
bebedouro, entendeu o que se passava: Poncho já o havia enchido de água e os
animais já estavam saciados. Para que os animais pudessem ter bebido e o tanque
ficasse cheio novamente, enquanto ela descansava na banheira e dormira
profundamente pela primeira vez em muitos meses, Poncho fizera duas via­gens
até a fazenda de James. Ele trabalhara em silên­cio, pois sabia o quanto era
teimosa para admitir que não teria tempo nem forças para transportar água so­zinha
até a fazenda.


- Oh, Poncho, assim
não vale! - murmurou para si mesma, sentindo o gosto das próprias lágrimas.
Percebeu que Poncho apenas demonstrara o que deveria ser feito caso ela não
quisesse se desfazer dos animais que ainda restavam.


Anahí perguntava-se
se iria usar aquela água ou con­tinuar sentada chorando. Enxugando os olhos,
dirigiu-se ao próximo tanque, com medo de descobrir que Poncho tinha chegado
primeiro do que ela. Contudo, de longe concluiu que ele não tinha estado lá
porque o gado es­tava reunido ao redor do bebedouro quase vazio. Ime­diatamente
ela parou o caminhão ao lado do tanque, colocou a mangueira dentro dele, e
esperou que se en­chesse enquanto o sol começava a despontar seus pri­meiros
raios luminosos. Adorava ver o dia amanhecer, com seus pálidos tons rosados
rodeando a esfera ala­ranjada e incandescente. Milagrosamente, um novo dia
nascia sempre, renovando as esperanças. Apesar da seca e do medo de perder
tudo, aquele momento era sagrado para Anahí e ela sabia apreciá-lo em todo seu
esplendor.


Logo seria hora de
buscar mais água e o caminho até a fazenda de James era longo e cansativo. Além
disso, o caminhão-pipa era velho e desconfortável, pio­rando as agruras, da
viagem. Dirigir aquele monstro de lata era um verdadeiro teste de bravura, por
isso Anahí aproveitava cada segundo enquanto a água era despe­jada, descansando
e recuperando as forças.


Ao entrar no
pequeno vale onde se localizava o poço de James, sabia que só pararia de
trabalhar quando o caminhão estivesse cheio novamente. O jipe cuidadosa­mente
polido de James estava estacionado em frente ao poço. Anahí gelou: a última
coisa que ela queria era encontrá-lo, mas depois da seca e da hipoteca no banco
da tia dele, ele estava sempre por perto, como uma ave de-rapina.


- Bom-dia, Derrick.
Você se levantou cedo - disse Anahí, enquanto retirava a mangueira de trás do
ca­minhão.


-  Onde está Lee? - perguntou ele, abruptamente.
Anahí olhou para ele espantada, sem entender o por­quê daquela pergunta.


-    
Não
sei, você precisa dele para alguma coisa? - inquiriu ela.


-    
Eu
não, mas está na cara que você precisa dele! Veja só, dirigindo esse velho
caminhão e arrastando essa mangueira pesada para lá e para cá como um va­queiro
qualquer. Se Lee está velho demais para tra­balhar, despeça-o. Só um idiota
continuaria pagando salário a um homem que não faz nada - vociferou James.


Anahí arrumou a
mangueira de modo que nenhuma água vazasse quando o gerador fosse ligado,
tentando se controlar ao máximo para não estourar com a arro­gância desmedida
de James.


-    
E
então? - reiterou ele, indo atrás de Anahí.


-    
Então
o quê? - perguntou ela, desembaraçando a mangueira.


-    
Eu
fiz uma pergunta!


-    
E
eu respondi. Não sei onde está Lee - disse ela.


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): annytha

Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

-     Não foi isso o que eu quis dizer e você entendeu muito bem - falou James irritado, tirando o chapéu da cabeça e batendo com ele na perna. Pelo canto dos olhos, Anahí viu o cabelo vermelho brilhar à luz do sol, e lembrou que uma vez seu coração já batera forte por aquele homem. To ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 467



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:41

    Por favor, não abandona! Continua postando.

  • unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:40

    Por favor, não abandona! Continua postando.

  • meybely Postado em 02/08/2010 - 12:55:45


    NUM ABANDONA!
    posta logo

  • unposed Postado em 19/07/2010 - 22:53:20

    Adoro todas as suas webs. Não para não, posta mais, please!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:50:00


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:56


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:51


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:46


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:39


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:34


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais