Fanfic: Verão eterno!!! (Terminada)
-
Minha
avó as chamava de "flores da chuva"; só aparecem quando a chuva está
para chegar.
Anahí tocou as
pétalas delicadas, imaginando como gostaria de acariciar a pele de Poncho.
- Como seu avô as chamava? - perguntou ela,
lembrando-se que Lee uma vez lhe dissera que o avô de Poncho havia sido um
feiticeiro da tribo Zuni.
Poncho fechou os
olhos, tentando visualizar os rituais que presenciara quando criança. As
delicadas flores eram usadas como remédio e admiradas por sua grande duração.
Lentamente, Poncho voltou à sua infância, lembrando-se de frases ritualísticas,
sons sagrados e uma cultura a que ele há muito tempo não mais pertencia. As
tradições de seus avós eram uma união de credos das tribos Zuni, Navajo, Apache
e até mesmo de rituais cristãos, mas Poncho não podia mais entendê-los ou
fazer uso deles.
- Não há uma tradução real para o nome
destas flores. Eu sempre as chamei de "flores da esperança", porque
florescem em épocas e lugares onde nada mais consegue brotar - explicou ele.
Houve um silêncio
entre eles, mas um silêncio que muito queria dizer. Quando Anahí olhou para as
profundezas daqueles olhos azuis, teve a certeza, pela primeira vez em sua
vida, que ela queria muito aquele homem. A simples ideia de não ter Poncho, de
jamais tê-lo, causava-lhe uma dor tão intensa que a obrigava a afastar aquele
pensamento de sua mente o mais rápido possível.
Com as mãos
trémulas, Anahí pôs água sobre um pires de porcelana e delicadamente colocou as
flores sobre o líquido transparente. Depois, depositou o pires na mesa entre o
lugar dela e o de Poncho. As flores se mexiam suavemente na água, como se
quisessem transmitir alguma mensagem secreta.
-
Como
você quer seus ovos? - perguntou Anahí, com a voz embargada de emoção.
-
De
um jeito que não dêem trabalho - respondeu ele.
Poncho então passou
por Anahí e pegou o grande bule de café de cima do fogo. inadvertidamente o
braço dele tocou o dela. O breve contato transmitiu um forte calor a ele,
surpreendendo-o e perturbando-o; mas, no entanto, nenhuma emoção pôde
ser`percebida em seu semblante. Há muito que ele aprendera a disfarçar seus
sentimentos, conseguindo controlar-se ao extremo. Quase no mesmo instante, Anahí,
ao pegar ovos na cesta, esbarrou a mão no braço de Poncho. Imediatamente ela
percebeu o calor e a força que aqueles músculos lhe transmitiam, sentindo-se
tentada a aumentar o contato físico e passar a palma da mão por todo o braço
de Poncho.
-
Desculpe
- disse ela, retirando a mão imediatamente como se tivesse tocado em fogo.
Então, perguntou para desviar a atenção:
-
Quantos
ovos você quer?
-
Quatro
- respondeu Poncho, percebendo que os dedos de Anahí tremiam.
Saber que aquele
rápido contato físico também deixara Anahí perturbada, fazia com que algo
explodisse dentro dele.
Observava-a
enquanto tomava seu café: os cabelos sedosos presos na nuca caíam-lhe
gentilmente sobre o pescoço, em cachos maravilhosos. Ele queria muito pegar
uma mecha daqueles fios entre os dedos, levá-los aos lábios, e então beijar a
pele acetinada do pescoço de Anahí. Poncho só percebeu que queria tanto
acariciar aquele cabelo sedoso, quando, num gesto impensado, já esticava a mão
para tocá-lo. Conseguiu controlar-se a tempo, maldizendo-se pela atitude que
quase poria todo o relacionamento deles a perder.
Poncho sentou-se à
mesa, e tentou conversar com Anahí para diminuir a tensão que pairava entre
ambos:
-
Estive
dando uma olhada nos relatórios que o último geólogo fez. Homem sério, não há
dúvida, mas não conhece absolutamente nada sobre esta região.
-
Ele
era recém-formado, rapaz de cidade grande. Ficou muito aborrecido por não achar
água na Vale do Sol - falou Anahí, fritando os ovos.
Ela
colocou os ovos no prato aquecido de Poncho, e depositou na mesa a travessa com
as batatas tostadas, o bacon dourado e as torradas recobertas com manteiga
derretida. Depois, serviu também mel, um pote de cerejas em conserva e começou
a preparar sanduíches que comeriam na hora do almoço. Entre alguns goles de
café, cortava fatias de pão feito em casa, recheando-as com suculentos bifes
acebolados. Algumas maçãs e um pacote com biscoitos caseiros completaram a cesta
que levariam para o trabalho.
Quando tudo estava
cuidadosamente embrulhado, ela colocou mais um pouco de café em sua caneca, e
sentou-se à mesa em frente a Poncho. Ele devorava sua refeição em silêncio, mas
Anahí não se incomodava com aquela ausência de palavras. Sabia que trabalho
pesado dava muito apetite e que qualquer conversa naquele momento não seria
bem-vinda. Poncho sentia-se à vontade, sabendo que Anahí entendia e respeitava
seu silêncio. Comeu tudo, limpou o prato com um pedaço de pão, e depois suspirou,
demonstrando estar satisfeito:
-- Você realmente
cozinha muito bem - disse ele com sinceridade.
Ela sorriu
levemente. Há muito tempo aprendera a cozinhar e gostava de lidar na cozinha.
-
Obrigada.
Mas é fácil preparar um bom café da manhã quando se tem tudo à mão e um
acompanhante faminto.
-
Isso
é o que você pensa! Os cozinheiros das fazendas onde já trabalhei não têm a
mesma opinião.
Anahí sorriu.
Aprendera a cozinhar aos sete anos de idade, já que sua mãe detestava cozinha e
tudo que se relacionasse a ela. Depois, lembrou-se de um fato divertido:
- Uma vez fui fazer um bolo de chocolate e
colo quei sal no lugar do açúcar. Ficou tão ruim que nem o cachorro conseguiu
comê-lo.
Poncho abriu-se
numa deliciosa gargalhada e, para Anahí, aquele riso inesperado era a melhor
recompensa por seu café da manhã. Ela riu também, lembrando-se da reação de
Lee:
-
Até
hoje, toda vez que eu faço um bolo de chocolate, Lee pega um pedacinho para
experimentar. Só depois é que ele come à vontade.
-
Nesse
caso, obrigado pelo aviso, vou me lembrar de fazer o mesmo - disse Poncho,
ainda sorrindo.
Ele então terminou
de tomar seu café, levantou-se bem disposto, deixando Anahí imersa em pensamentos.
Como seria bom que Poncho fosse o homem da casa, o seu homem, da sua casa. Entretanto,
no instante seguinte ela afugentou tais ideias da mente. Poncho não era homem
de criar raízes; era, isto sim, como o vento que alisa a terra, sempre em
movimento, à procura de algo sem nunca encontrar um ponto de chegada. Ela até
podia ler aquela verdade nos olhos azuis cristalinos e no silêncio que muitas
vezes pairava entre os dois.
Poncho percebeu um
certo ar de tristeza em Anahí. Imaginava que ideias teriam apagado aquele doce
sorriso de seus lábios. De repente, quis muito saber o que a teria preocupado.
Mas nada perguntou, pois sabia que qualquer pergunta só causaria mais tristeza,
mais ressentimentos. Afinal, ele era assim. . . Irmão do Vento.
JA SABEM QUERO MUITOS COMENTÁRIOS OK.
BESOS E ATÉ MAIS.
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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gente desculpa o sumiço, mas sabem como é; Copa do Mundo... muito trabalho na faculdade, e agora MDWT... pust... minha cabeça tava pra estoura. mas agora Brasil classificado, férias da Facu, e ingresso pra MDWT GARANTIDO, VOLTO A POSTA MINHAS WEBS AQUI COM UMA NOVA ANIMAÇÃO. E EM DESCULPAS COM O TEMPO PERDIDO, VÁRIOS CAPITU ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 467
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unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:41
Por favor, não abandona! Continua postando.
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unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:40
Por favor, não abandona! Continua postando.
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meybely Postado em 02/08/2010 - 12:55:45
NUM ABANDONA!
posta logo -
unposed Postado em 19/07/2010 - 22:53:20
Adoro todas as suas webs. Não para não, posta mais, please!
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meybely Postado em 08/07/2010 - 14:50:00
NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA! -
meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:56
NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA! -
meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:51
NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA! -
meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:46
NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA! -
meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:39
NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA! -
meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:34
NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!