Fanfics Brasil - CAPÍTULO VIII Verão eterno!!! (Terminada)

Fanfic: Verão eterno!!! (Terminada)


Capítulo: CAPÍTULO VIII

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Lee não sabia o que
fazer, preocupado com a come­moração do dia de Ação de Graças:


-    
Tem
certeza de que quer que eu vá? Não estou disposto a viajar até Salt Lake City
só para comer um peru recheado. Também há perus muito gostosos aqui em Nevada -
falou ele, franzindo a testa.


-    
Lee,
vá visitar sua cunhada. Não ficarei sozinha, e mesmo se ficasse não seria tão
ruim assim.


-    
Não
sei, não. Anahí. Poncho fica fora a maior parte do tempo e você vai acabar se
sentindo sozinha.


-    
Lee,
se você não for, juro que vou selar Campeã, cavalgar até Campo Pinon e só vou
voltar depois do dia de Ação de Graças.


-    
Não
acredito - respondeu ele com alguma an­siedade.


-    
Pois
pode acreditar que farei mesmo - disse ela com firmeza.


Lee suspirou. Sabia
que não tinha outra alternativa. Arrumou uma mala e dirigiu-se até a
caminhonete, sen­do seguido por Anahí:


-   Não me sinto bem em deixá-la e ainda ir com
a caminhonete.


-    
Poncho
me autorizou a usar o jipe se eu precisar ir à cidade. Não vai haver nenhum
problema - falou Anahí, para despreocupar Lee.


- Também não
precisa me mandar embora des­se jeito. Sei que não sou querido - disse ele,
abrindo a porta da caminhonete e atirando a mala dentro.


Ia revidar quando
percebeu que Lee estava apenas brincando. Resolveu então agir do mesmo modo:


-    
É
isso mesmo. Vá logo porque eu não gosto de você - declarou, abraçando-o
afetuosamente. Ele a segurou longamente nos braços antes de entrar no car­ro. O
vento soprava e desalinhava os cabelos de Anahí, e então Lee lhe afagou a
cabeça com carinho.


-    
Estarei
de volta no fim do mês, antes que Poncho encontre um bom lugar para perfurar.
Mantenha o ri­fle sempre junto à você. Com essa chuva que caiu, as cobras estão
todas saindo por aí...


Anahí ficou calada,
sabendo que ele se referia a James. Entretanto, além de alguns poucos
telefonemas, ele não a incomodara mais. Talvez tivesse finalmente aceitado um
"não" como resposta.


-    
Cuide-se
bem, Lee - disse ela, acenando com a mão.


-    
Você
também, querida, não se sinta sozinha.


-    
Não
precisa se preocupar - respondeu ela, sor­rindo.


Apesar de estar
sorrindo, havia um certo ar de tris­teza em Anahí. Mesmo com Poncho por perto,
ela se sen­tia solitária e aquilo era algo novo para ela. Antes da chegada de Poncho,
vivia sozinha mas não se sentia soli­tária. Depois, com a vinda dele, tudo
mudara. Apesar de todos os esforços para não se envolver emocional­mente o que
ela mais desejava agora era falar com ele, estar com ele, e até mesmo tocá-lo.
Entretanto não podia. Ele parecia chuva de verão, que rápido chega e rápido se
vai. E ela era como a terra, imóvel, e sabia ­que a chuva, assim como o vento,
nunca ficam para sempre.


O vento às vezes
até pode voltar. E Poncho voltaria também, de tempos em tempos, mas apenas para
pegar alguma de suas éguas. Anahí não podia evitar, mas imaginava quantas
mulheres no Oeste ficavam ansio­sas e saudosas, esperando que ele voltasse. Mas
ela não queria ser mais uma delas.


Contudo, ela já
sentia saudades dele, mesmo sem Poncho tê-la tocado.


Anahí estava triste
e ao mesmo tempo grata por ele tê-la deixado sozinha desde o dia em que
estiveram em Campo Pinon. Conversava com ela, é verdade, mas apenas sobre
assuntos referentes à fazenda. Na sua voz não havia mais emoção, nem desejo em
seus olhos. Ele não mais a tocara desde aquele dia. Nem uma única vez, mesmo
que fosse de uma maneira casual.


Lee estava certo. Poncho
tinha muito respeito por ela e por si mesmo para começar algo que depois
termina­ria abruptamente.


Às vezes Anahí não
sabia se ria ou se chorava pela peça que o destino lhe pregara. Sempre ouviu
seus pais discutirem por não saber se ficavam definitivamente na fazenda, ou se
a vendiam. Ela sempre achou que se eles se amassem, tudo seria resolvido porque
o amor era a única coisa que importava. Depois, viu seus pais se separarem
apesar de se amarem muito. Ela jurou, então, que jamais amaria um homem, porque
o preço era alto demais, e a dor da separação interminável. Ainda podia se
lembrar das cartas de seus pais e de como o amor poderia machucar.


"Eu te amo,
Debbie. Volte para mim. Preciso de você. Sinto desesperadamente sua falta no
fim do dia, quando tudo parece incompleto e vazio."


E a resposta de sua
mãe, sempre a mesma:


"Venda a
fazenda. Não posso vê-lo destruir-se por essa maldita terra. Nada vale esse
sacrifício. Eu te amo muito, Wayne, te amo demais".


No final, a Vale do
Sol matara o pai de Anahí, como a mãe previra. E matara a mãe dela também. Após
a morte do homem que ela tanto amara, não chegara a viver mais de um ano. E
apesar de todos os dissabores, eles haviam se amado apaixonadamente, mas também
amarga e cruelmente.


A Vale do Sol fora
mais forte que o amor entre eles.


Anahí aprendera que
o amor tinha limitações. Ela vira os pais e a irmã serem destruídos em nome
dele, e não acreditava que alguém pudesse mudar por amar alguém; afinal, os
pais não conseguiram ser felizes, mesmo se amando com paixão.


Anahí não era tola.
Sabia que estava se apaixonando por Poncho e também que aquele fato não mudaria
nada em suas vidas. Poncho a deixaria de qualquer maneira, do mesmo modo que o
vento. Ela havia criado raízes na Vale do Sol, e, mesmo que conseguisse
rompê-las, tudo seria o mesmo. Poncho era o que era e vivia da maneira como
tinha escolhido, nada o mudaria também.


E ela amava o que
ele era, apesar de sofrer por ele.


Anahí cruzou os
braços, sentindo-se vulnerável e so­zinha num novo mundo. Talvez tenha
acontecido o mesmo à mãe, quando percebeu que teria de abando­nar o homem que
amava. E o pai, como reagiu ao saber que a mulher que tanto amava o
abandonaria? O amor que sentiam um pelo outro jamais os conci­liou,
derrotando-os até a morte.


-  Anahí? Algum problema? Lee está doente?


A voz de Poncho
demonstrava preocupação. Anahí olhou para ele e viu um semblante abatido. Sabia
que Poncho se preocupava com ela e que a estava protegendo da única maneira
possível: deixando-a sozinha. Ele também estava perturbado. Poncho fazia tudo
para que ela não sentisse sua falta. Anahí tinha uma fazenda seca,  e Poncho sabia localizar água. Isso era tudo
que poderia haver entre eles.


-    
Anahí?
O que é? Há alguma coisa que eu possa fazer? Há quanto tempo você está parada
aqui?


-    
Lee
está bem. Foi para Salt Lake City - disse ela com voz calma, depois de ter a
certeza de que ja­mais amaria um homem como amava Poncho. Não havia lugar para
rancor no coração dela, porque aceitava os fatos como eram.


-    
Como
foi o trabalho hoje? Encontrou algum lu­gar bom para perfurarmos?


-    
Diga-me
qual é o problema? - exigiu ele.


-    
Nada
pode ser mudado - falou, entendendo as limitações de ambos. Se fosse diferente,
Poncho não se sentiria fascinado por ela nem ela por ele.


-    
Eu
não mudaria nada, mesmo se pudesse, e vo­cê. . . bem. . . você é Poncho. Não
mudaria nada, mesmo que isso significasse um grande lago na Vale do Sol.


O sorriso triste de
Anahí fez com que Poncho se sentis­se ainda pior:


-    
Anahí,
eu não queria que isso acontecesse - disse ele, tocando-lhe o rosto com as
pontas dos dedos, para imediatamente fechar a mão num punho cerrado.


-    
Estou
indo para a cidade. Parte do meu equipa­mento acabou de chegar. Não me espere
para o jantar, porque dormirei por lá esta noite.


Ela acenou com a
cabeça, concordando. Ventava e os cabelos de Anahí esvoaçavam como se alguém os
estivesse acariciando. Ao entrar na cozinha e fechar a porta atrás de si, de
repente ela percebeu que estava sozinha e que mesmo que estivesse com Poncho,
não pode­ria lhe contar o que acabara de descobrir.


"Eu te amo, Poncho,
e desejaria muito que você tam­bém me amasse, mas isso não importa. Mesmo que
você me amasse, ainda assim você teria que partir. Eu te entendo Poncho. Sei
que você vai se odiar por me ma­goar, mas eu já estou magoada. Que droga!"


O vento parou, e
permitiu que Anahí ouvisse Poncho partir em seu jipe. Sentia-se cansada apesar
de ser oito horas da manha. Sentou-se à escrivaninha. A primeira coisa que lhe
chamou a atenção foi um bilhete que ela havia escrito para si mesma a um ano
atrás: "Se­gunda prestação da hipoteca em 15/01".


Por um momento ela
olhou para o bilhete sem se preocupar. Havia separado o dinheiro para o paga­mento,
e a venda de metade do gado, apesar de dolo­rosa, havia lhe dado dinheiro
suficiente para a perfura­ção do poço, sem precisar mexer no dinheiro reservado
para a hipoteca. Suspirou e começou a examinar o livro de contabilidade da
fazenda.


Depois de algumas
horas, lembrou-se de que tinha de buscar água. Então, saiu de casa
imediatamente e dirigiu-se para o poço de James. Chegando lá, notou que não
havia nem sinal dele. Desde o dia em que tentara abusar dela, nunca mais o
vira. Lutando contra o vento forte, Anahí desceu do caminhão e desenrolou a
mangueira. O trabalho agora já não era tão difícil quanto antes, pois Poncho
havia substituído a velha rosca por uma nova, e Lee arrumara o gerador e fizera
com que ele pegasse mais facilmente. Poncho fazia boa parte do trabalho árduo,
agora, aliviando-lhe bastante do cansaço.


Ao voltar para a
fazenda, Anahí avistou suas cabe­ças de gado. Ultimamente havia chovido o
suficiente para que a pastagem renascesse. Contudo, se o pasto secasse
novamente, Anahí teria que transportar ração novamente, ou vender mais cabeças
de gado.


Após uma segunda
viagem à fazenda de James, deu-se ao luxo de tomar um delicioso banho na ba­nheira,
e, depois dele, sentiu-se mais forte e segura de si. Enxugou-se com movimentos
leves e suaves, pas­sou um creme perfumado por todo o corpo e dirigiu-se a seu
quarto para se vestir. Cansada de tanto usar a velha calça de brim desbotado,
camisa- de trabalho e botas, queria colocar algo macio que lhe acariciasse a
pele e a fizesse sentir-se verdadeiramente mulher.


E por que não? Lee
não estava lá para dizer-lhe que ela só trabalhava e jamais se divertia. E Poncho
também saíra, de modo que não poderia pensar que ela estava querendo seduzi-lo
com roupas femininas e o corpo perfumado. Esta noite ela seria uma mulher,
sozinha e solitária, mas uma mulher bonita e sensual.


Anahí colocou
delicados toques de maquilagem que ressaltaram o brilho dos olhos e o veludo
dos lábios. Depois, tirou do armário um cáftan de finíssima seda francesa, num
tom verde que fazia um belíssimo con­traste com os olhos cor de mel. Em
seguida, prendeu o cabelo de um modo sofisticado e colocou um par de brincos de
ouro que pertencera à sua avó. Sandálias de salto alto acentuavam a beleza das
pernas longas e tor­neadas que apareciam pelas aberturas laterais do cáf­tan.
Aquele modelo era um dos mais belos que usara quando trabalhava como modelo e
havia lhe custado uma pequena fortuna. Contudo, ela jamais se arrepen­dera,
pois sempre que o usava, melhorava seu estado de espírito.


Anahí se olhou no
espelho e viu alguém que era quase uma estranha para ela, uma mulher bonita e
ele­gante, que poderia estar vivendo em qualquer lugar com conforto, mas
escolhera a Vale do Sol para cons­truir seu lar.


- Espero que meu
jantar fique bom, afinal, estou vestida para uma verdadeira ceia - disse ela
para si mesma, ainda olhando-se no espelho.


 



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Autor(a): annytha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 467



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  • unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:41

    Por favor, não abandona! Continua postando.

  • unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:40

    Por favor, não abandona! Continua postando.

  • meybely Postado em 02/08/2010 - 12:55:45


    NUM ABANDONA!
    posta logo

  • unposed Postado em 19/07/2010 - 22:53:20

    Adoro todas as suas webs. Não para não, posta mais, please!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:50:00


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:56


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:51


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:46


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:39


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:34


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!


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