Fanfics Brasil - Verão eterno!!! (Terminada)

Fanfic: Verão eterno!!! (Terminada)


Capítulo: 34? Capítulo

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O solo do Canyon do
Vento era tão árido que quase nada crescia lá. Toda a água da chuva era
imediata­mente absorvida pelas rochas porosas e era difícil ima­ginar que
poderia haver água naquele local.


Anahí arrumou o
chapéu na cabeça, pensando nas dificuldades que seu pai tivera para perfurar um
poço. Ela o amara muito, e aquela terra tão preciosa o havia matado, antes
mesmo que ele achasse uma única gota de água. Era como se ele soubesse que
havia água, mas não para ele, e cada vez que Anahí o visitava no verão, estava
mais velho e cansado.


Quando Anahí
completara dezenove anos, seu pai sofrera um derrame e, após alguns dias no
hospital, veio a falecer. A mãe dela odiou tanto a Vale do Sol por aquilo, que
só não a vendeu porque ele havia deixado metade da fazenda em testamento para Anahí.
Sua mãe nunca mais veio à Vale do Sol, e .Anahí ficou com a incumbência de
sustentar a família e cuidar da fazen­da. Trabalhava incessantemente como
modelo e rara­mente tinha tempo para visitar Lee.


Antes que Anahí
completasse vinte anos, sua mãe morreu num acidente de carro. Entretanto, Anahí
sabia que não fora um acidente: cansada de viver, ela provo­cara a própria
morte. Alguns dias antes, disse apenas que queria que metade dos lucros dela
fossem para Julie.


Contudo, a Vale do
Sol não dera lucros, pelo menos no período de dois anos que levou para Julie se
matar com drogas e desespero. Mesmo depois da morte dela, o único dinheiro que
chegava à Vale vinha do trabalho de Anahí como modelo. Depois, não suportando
mais a vida em Los Angeles, Anahí voltou para viver na terra que tanto amava.
Pensava que o trabalho seria fácil, que a seca passaria como passara em outros
anos, mas estava enganada. Dessa vez tudo seria pior, como que para testar seu
amor pela Vale do Sol.


Forçada a fazer uma
segunda hipoteca da fazenda, pagava juros altíssimos, sem retorno nenhum, e
muito do seu dinheiro já havia sido gasto com explorações de locais para poços.


Sentada naquela
pedra, ela perdeu a noção de quanto tempo estava pensando sobre o passado,
quando viu Poncho andando pela margem Sul do Canyon do Vento. Havia muitas
pedras que caíam do alto das montanhas naquele local. Ela não queria
perturbá-lo em seu tra­balho. Resolveu ir cavalgar Campeã enquanto puxava Fiel
pelas rédeas, enquanto Poncho observava as rochas com extraordinária paciência.


Anahí descobriu uma
larga cavidade no solo do ca­nyon. Após
tirar as pedras maiores do lugar, estendeu um acolchoado e acabou pegando no
sono ali mesmo, aquecida pela carícia dos raios do sol. Depois, foi acor­dada
por um beijo tão doce quanto a água que pro­curavam:


-    
Acorde,
pequena sonhadora - murmurou Poncho, com os lábios encostados aos dela.


-    
Mas
o sonho estava tão bom. . .


-    
Com
o que você estava sonhando? - perguntou ele, sorrindo.


-    
Com
você. Você e um poço cheio de água. Tudo num sonho só.


Poncho segurou-a
entre os braços. Com o sol da manhã, os olhos dele brilhavam como pedras
preciosas, e o cabelo negro chegava a ter reflexos azulados. Ela o olhou,
sabendo que ele estava certo: era mesmo mu­lher de um só homem, e Poncho era
aquele homem. Nada poderia mudar aquele fato. Seu amor seria sempre dele. Anahí
aceitaria tudo o que ele pudesse oferecer, princi­palmente um filho daquele
amor tão intenso.


Poncho a beijou
novamente, mas com muito cuidado, co­mo se ela fosse um sonho do qual não
quisesse acordar:


-     Você é tão linda, mais linda que toda a
água que eu puder encontrar.


O sol iluminou os
olhos cor de mel de Anahí e ele viu que não podia mais tocá-la ou acabaria por
fazer amor com ela lá mesmo, naquele macio acolchoado.


-    
Hora
do almoço - disse ele, pegando a mochila com café e sanduíches.


-    
Presunto
ou rosbife?


-    
Ambos
- respondeu ela, se espreguiçando.


-    
Você
está realmente sonhando se pensa que vai comer os dois sanduíches - disse ele
sorrindo.


-    
Dois?
Você quer dizer que só fez dois san­duíches?


-    
Bem,
depois de todo aquele café da manhã. . . pensei que. . .


Ela olhou para ele
em silêncio, morta de fome. Ele a olhou de modo constrangido, oferecendo-lhe os
dois sanduíches.


-     Não, você precisa mais do que eu. É você
quem está fazendo todo o trabalho pesado - falou ela, devolvendo-lhe os
sanduíches com firmeza.


Em seguida, Poncho
tirou mais dois sanduíches da mo­chila, fitando-a com um ar matreiro.
Imediatamente ela pegou os sanduíches, e ambos comeram rapidamente, repartindo
o café que havia na garrafa térmica. Ao final, ainda sobrou um sanduíche, que
ele embrulhou e colocou na mochila novamente.


Apesar do café, Anahí
ainda sentia-se sonolenta. 


-    
Aborrecida?
- perguntou Poncho.


-    
Contente
- respondeu ela, pensando em como poderia estar aborrecida com Poncho a seu
lado.


-    
Tem
certeza?


-    
Por
quê? - perguntou surpresa.


-    
Porque
toda vez que cavalgamos juntos, ou eu falo o tempo todo sobre geologia ou fico
completamente calado. Então, pensei que você poderia estar abor­recida.


Anahí olhou para
ele por alguns instantes, perce­bendo que ele estava muito sério.


-     Em Campo Pinon, você me fascinou com suas
visões. Vi continentes e mares se movendo sob a terra, florestas e geleiras,
vales e cordilheiras. Poncho, nunca estive ao mesmo tempo mais excitada e mais
calma e segura em toda minha vida. Hoje vi você andar pelo canyon. Você sabe coisas sobre a terra que ninguém mais sabe. . .
Como poderia estar aborrecida a seu lado, você que é como um irmão do vento?


Aquelas palavras
atingiram a mente de Poncho profun­damente. De alguma maneira, ela soubera que
ele tinha aquele nome, nome dado numa cerimónia indígena que pouquíssimos
homens brancos conheciam.


-     Você vê tudo, talvez demais. . . - disse Poncho,
levantando-se abruptamente, sentindo que os olhos de Anahí liam sua mente.


Afastando-se dela e
dirigindo-se de volta ao canyon, ele
percebeu que havia sido um tanto rude para com Anahí. Não conseguia mais
controlar as emoções como sempre fizera. Seu avô lhe dizia para ouvir, ouvir
tudo atentamente, e era o que ele fazia agora, tentava en­contrar uma resposta
para seu ato. Contudo, a única coisa que ele podia sentir e ouvir, era o amor
de Anahí por ele. Nada mais parecia tão importante, nem domar um cavalo
selvagem, nem a água escondida no solo. O amor de Anahí era como o vento, não
pedia nada em troca, e talvez fosse isso o que o perturbava tanto: ela lhe
oferecia tudo e não lhe pedia nada.


Tenso, Poncho
experimentava aquele sentimento pela primeira vez em sua vida. Então caminhou
em direção a Anahí, sentindo o sol em sua pele, o murmúrio do vento e a terra
sob seus pés. Uma terra difícil, mas com muito a oferecer. Poncho fechou os
olhos, lembrando-se de sua infância entre os índios. Um arrepio lhe per­correu
o corpo, sinal da forte sensibilidade que tinha quando percebia que havia água
no subsolo. Dentro daquelas rochas, a água era invisível como um fantas­ma, mas
certamente estava lá. De alguma maneira ele tinha certeza de encontrá-la, doce
e profunda sob seus pés.


Anahí viu que ele
caminhava em direção à ela. Viu também quando ele parou de um modo estranho,
abso­lutamente imóvel, como se algo estivesse errado:


-     Poncho? - chamou ela de longe.


Ele não respondeu. Anahí
então correu até ele, e notou que aqueles olhos azuis olhavam para o nada de um
modo assustador.


-    
Poncho?
- perguntou ela novamente, mas num tom bastante suave, como se tivesse medo de
acordá-lo da­quele estranho transe. Ela o tocou e sentiu que ele tre­mia como
se houvesse um terremoto no local. Poncho puxou-a para si repentinamente:


-    
Meu
verdadeiro nome é Irmão do Vento - falou ele, revelando o que jamais dissera a
qualquer outra pessoa.


Então ele a beijou,
enquanto o canyon
murmurava os segredos da água escondida nas profundezas
da ter­ra. Aquele foi um momento de grandes revelações.


 


 


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Autor(a): annytha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 467



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  • unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:41

    Por favor, não abandona! Continua postando.

  • unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:40

    Por favor, não abandona! Continua postando.

  • meybely Postado em 02/08/2010 - 12:55:45


    NUM ABANDONA!
    posta logo

  • unposed Postado em 19/07/2010 - 22:53:20

    Adoro todas as suas webs. Não para não, posta mais, please!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:50:00


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:56


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:51


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:46


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  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:39


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  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:34


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!




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