Fanfic: Verão eterno!!! (Terminada)

-           Minha querida, você deveria ter me
chamado antes - falou Lee, saindo da caminhonete e esten­dendo os braços para Anahí.

Ela desceu os
degraus da varanda correndo e abraçou-o afetuosamente:

-    
Queria
que você tivesse boas férias - disse ela encostando a cabeça no peito dele.

-     E o poço?

-    
Você
voltou a tempo de me ajudar a montar o equipamento - disse Poncho.

Lee reparou que Poncho
estava em casa com Anahí. Ao subir os degraus, olhou para ele com ar de preo­cupação:

-   Ouvi dizer na cidade que vocês tiveram
proble­mas com James.

Anahí
sentiu um arrepio ao se lembrar do que acon­tecera. Poncho então afagou-lhe
gentilmente os cabelos ruivos, como se quisesse lhe transmitir segurança. Ela
então virou a cabeça e beijou-lhe a palma da mão. Lee observou aquele gesto de
carinho, entendendo no mes­mo instante tudo o que ele significava.
Deliberadamente, Poncho colocou o braço ao redor de Anahí e puxou-a para si.

-    
James
não vai mais voltar. Ele sabe que Anahí é minha mulher.

-    
É
verdade? - perguntou Lee, olhando para Anahí.

-    
É
- respondeu ela, lembrando-se do que Lee lhe dissera sobre Poncho - Não fique
bravo - conti­nuou ela.

-    
Bravo?
Eu estou é muito contente. Bem-vindo ao lar - disse ele a Poncho, segurando-lhe
a mão. - Já era mais do que hora de você encontrar uma boa mulher e se estabelecer.
E não existe mulher melhor do que Anahí - continuou ele.

Ela ia começar a
protestar, explicar que não era nada daquilo, mas Poncho beijou-lhe os lábios
levemente, impe­dindo que ela falasse.

-   Eu sei - disse Poncho gentilmente.

Aquelas palavras
tanto podiam ser uma resposta à declaração de Lee ou ao protesto silencioso de Anahí.

-    
Isso
merece uma comemoração! - disse Lee ale­gremente, entrando na casa e indo
diretamente ao pe­queno bar que havia na sala de estar.

-    
À
saúde dos dois - brindou ele, pegando três copos de cristal e servindo uísque
para todos.

Anahí sorriu e
bateu seu copo no de Lee. Depois, virou-se para Poncho, e percebeu um olhar de
profunda intensidade. Sua mão tremia sem conseguir se mover. Poncho então bateu
seu copo cuidadosamente no de Anahí, e depois no de Lee. Ela queria assegurar a
Poncho que ele não precisava se preocupar, que o que havia aconte­cido entre
eles fora uma opção dela também. Mas Lee estava lá, sorrindo como uma criança,
e ela apenas disse com os olhos o que não podia dizer com palavras.

Anahí tomou um gole
da bebida olhando Poncho pelo copo de cristal. Ele também a olhou, procurando
algum traço de emoção no rosto dela. Poncho podia ver amor nos olhos de Anahí,
e então, tocando seu copo no dela nova­mente, aproximou-se e beijou-a
lentamente, procurando ouvi-la e senti-la como se ela fosse uma terra estranha
cheia de segredos que ele queria descobrir.

-    
Acho
melhor ir trocar de roupa... Quanto tem­po tenho? - perguntou Lee meio sem
jeito.

-     Tempo para quê? - indagou Anahí, sorrindo.

-       Para me preparar para o casamento de vocês - disse ele,
um tanto arrependido de ter feito aquela pergunta.

-       Não há nenhuma pressa - disse Anahí, num tom calmo e
seguro.

Aquilo foi um claro
aviso para que Lee mudasse de assunto, mas há muito tempo que ele se
considerava padrinho dela.

-   O que você quer dizer com isto? Menina,
quero que meus netos nasçam com todas as bênçãos e direitos -             falou ele, levantando as
sobrancelhas num ar de zan­ga sutil.

-           Lee, dê tempo ao tempo - aconselhou Poncho,
de­monstrando estar tenso com a situação.

Lee abriu a boca
surpreso, fechando-a em seguida. Somente um tolo não perceberia que Poncho
estava fican­do bravo, e Lee não era tolo.

Por um momento, o
ambiente ficou pesado. Lee olhou para Anahí e percebeu que ser mulher de Poncho
não significava ser a futura esposa dele. Imediata­mente ele sentiu um ódio
profundo: Anahí havia se dado para um homem que não a merecia verdadeira­mente.

"Isso não faz
sentido. Poncho não é um sem-vergonha qualquer que não pode ver uma mulher
bonita em sua frente. Ele não tocaria em Anahí se não a quisesse para
sempre", pensou ele.

-  Tome bem conta
de Anahí, porque ela vale mais do que nós dois juntos - declarou Lee, olhando
fundo nos olhos de Poncho.

Depois,
em silêncio, tomou o restante da bebida que havia em seu copo, colocou a
garrafa no bar, e dirigiu-se à caminhonete para pegar as coisas que havia
trazido. Poncho e Anahí o seguiram, ajudando-o a carregar sacos e pacotes de
alimento.

Anahí logo percebeu
que em qualquer trabalho da fazenda, Poncho ficaria com a parte mais pesada.
Ele não queria que ela fizesse grandes esforços.

-    
Deixe
que eu carrego - disse ele, colocando o pesado saco de arroz nas costas.

-    
Poncho,
estou acostumada a fazer isso desde que tinha doze anos.

-    
Bem,
então é melhor se desacostumar. Nós te­mos um trato, minha mulher: você sonha
por mim e eu moverei montanhas por você - disse ele, beijando-a levemente.

Lee
tossiu alto da varanda:

-  É sim, Anahí., Você sabe, quem não trabalhar,
não vai receber comida.

Poncho soltou uma
gargalhada e roubou outro beijo de Anahí. Lee tentou não sorrir, mas acabou
desistindo. Afinal, ele nunca vira Poncho tão aberto e livre como ago­ra. E Anahí,
bem, Anahí parecia que tinha o sol a bri­lhar dentro de si. Vendo tanta
felicidade, achou melhor não se preocupar com datas de casamento, ou com o
passado de Poncho, ou com o coração vulnerável de Anahí. Afinal, só um tolo
abandonaria uma mulher como Anahí, e Poncho não era nada tolo.