Fanfics Brasil - Verão eterno!!! (Terminada)

Fanfic: Verão eterno!!! (Terminada)


Capítulo: 41? Capítulo

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Naquele instante
Lee se aproximou de onde Poncho e Anahí estavam. Ao ver as lágrimas que caíam
pelo rosto delicado, ficou calado. O som de um coiote podia ser ouvido ao longe
e a escuridão parecia reviver os espíritos da noite.


-  Meu avô adorava o Natal - disse Poncho, relem­brando
o passado. Anahí ficou surpresa com o que ouvia.


-    
É
verdade. Era a época em que toda a família se reunia e cantava canções
natalinas. Ele dizia que podia ouvir o Grande Espírito no ar, como se fosse a
chuva levando a poeira do ano que estava para termi­nar.


-    
Então
por que ele não se converteu ao cristia­nismo? - perguntou Anahí delicadamente,
não escon­dendo uma ponta de curiosidade.


-     Ele se converteu.


-     Mas eu pensei que ele fosse um feiticeiro.


-     Ele era também.


Poncho então puxou Anahí
para si, passou os lábios pelos cabelos sedosos e tentou explicar:


-  Bem, ele achava que havia deuses indígenas,
mas estava convencido que ò deus do homem branco era superior. Para os índios,
a prova do poder divino está em se viver o dia a dia. Seus filhos falavam uma
língua europeia, aprendiam a história da América e adoravam
um deus europeu. E isso para ele era a força do poder.


Poncho
parou por alguns segundos e depois continuou:


-    
Entretanto,
os coiotes ainda uivam suas canções mais antigas que o homem, a chuva ainda cai
de uma nuvem, e o vento ainda é irmão de alguns homens.


-     Seu avô ainda vive? - perguntou Anahí.


-    
Sim.
Ele está no grito do coiote e no assobio do vento. Ele está na canção de Natal
do homem bran­co e perto dos deuses indígenas. No coração dele havia lugar para
tudo e para todos, e eu me sinto feliz com a ideia de que ele possa estar em
todos os lugares.


Perto da fogueira,
Lee ouviu o que eles falavam e terminou o assunto com um solene
"Amém". Não que­ria ver Anahí chorando.


O
vento soprou forte, levantando uma espiral de poeira. Lee então se espreguiçou:


-   
Bem,
acho que vou descansar esses velhos ossos numa cama macia.


-    
Levarei
Anahí de volta daqui a pouco -- disse Poncho.


-    
Fiquem
à vontade - disse ele, subindo no ca­minhão.


-    
E
você? Não vai voltar para a fazenda - Anahí perguntou a Poncho.


-    
Não.
Eu já trouxe um pequeno colchão e uma manta.


-    
Tem
lugar para nós dois? - perguntou ela, aca-riciando-lhe o peito másculo.


Aquele toque de Anahí
provocou um arrepio em Poncho. Levantando-se, ele a puxou para a cama que havia
improvisado e lá mesmo fizeram amor. Com uma pai­xão desesperada, ele
murmurava-lhe palavras sensuais aos ouvidos, sentindo uma enorme necessidade de
pe­netrá-la em todas as partes do corpo e da mente. Mais uma vez ele lhe
proporcionou um êxtase total. Quando ela gritou o nome de Poncho ao atingir o
prazer absoluto, ele se deu para ela como a chuva se dava para a terra.


Bem antes que o sol
aparecesse, a perfuração já ha­via começado com toda a força. Os dias se
passavam e todos viam que as camadas de rocha se alternavam entre si, mais
resistentes e mais frágeis, uma após a outra. Poncho nada dizia, apesar de demonstrar
cansaço e preocupação. O sobrinho adolescente de Lee, que vie­ra de Salt Lake
City, trabalhava com todo o vigor, per­mitindo assim que Lee tivesse algum
descanso.


Toda tarde Anahí ia
vê-los, levando um sorriso nos lábios e alimentos numa cesta. Menos uma vez. Na­quela
tarde ela não foi ao Canyon do Vento porque sabia que não conseguiria sorrir.
Acabara de vender to­dos os animais que ainda restavam na Vale do Sol, com
exceção de Tufão. Sabia que não poderia desfa-zer-se dele uma vez que ele fazia
parte do trato que assumira com Poncho: usá-lo como reprodutor enquanto a água
jorrasse.


Com aquele
dinheiro, Anahí pagara a prestação da hipoteca, assim como o transporte das
peças que havia encomendado. Depois, de volta à fazenda onde não havia mais gado
foi checar Tufão, que demonstrava estar sentindo muita falta das quatro éguas.
Ela se sentia triste e desesperançada como o sol que se punha naquele momento.


Ao virar-se, viu
que Poncho estava atrás dela.


-    
Onde
está o gado? - perguntou ele muito sério, já imaginando o que havia acontecido.
A data lhe res­pondia tudo: 15 de janeiro.


-    
McNally,
que mora em Utah, comprou todos os meus animais. Ele ficou maravilhado com a
notícia quando lhe telefonei. Ao ver os bezerros de Violeta, disse que se
arrependera de tê-la vendido.


-    
E
as éguas de Tufão? Você as vendeu também? - Poncho perguntou num tom severo.


-    
Sim.
Todas. Menos Tufão.


-     Meu Deus. . .


Poncho
fechou os olhos, não acreditava no que ouvia.


-  Anahí,
meu diploma em hidrologia e geologia nunca garantiu água para ninguém. Com o
dinheiro da venda você deveria garantir uma nova vida para você, e não jogá-la
todo dentro de um buraco seco!


Ela colocou as mãos
nos ombros dele.


-         
Não
vendi meu gado por causa dos seus diplo­mas. Tenho visto você andar pela terra.
Vi como você se comunica com ela. Vi você sentir a presença de água sob seus
pés. E vi seu presente de Natal, tão misterioso e ao mesmo tempo tão real como
meu amor por você.


Anahí olhava para Poncho
com uma emoção profunda, que se refletia naqueles olhos de um azul cristalino.


-           Poncho, eu sei que a água está lá. Se
for possível atingi-la, sei que você conseguirá. E se for impossível, viveremos
sabendo que pelo menos fizemos tudo que estava ao nosso alcance. Não temos por
que nos en­vergonhar se não "conseguirmos. Só se envergonha quem não luta
por seus ideais.


Poncho a fitava de
uma maneira estranha e intensa. De­pois, abraçando-a fortemente, teve a certeza
de que ninguém jamais o amara e o entendera tanto como Anahí. Também foi
naquele momento que ele teve a certeza de que acharia água para ela nem que
tivesse de cavar até o inferno.


Primeiro foi Lee.
Depois seu sobrinho. Ambos su­cumbiram à exaustão daquele trabalho tão árduo,
in­cessante e desapontador. Anahí então começou a aju­dar Poncho na perfuração,
acostumando-se àquele equipa­mento tão esquisito e de difícil manejo.
Trabalhavam até a noite e dormiam um nos braços do outro. Às vezes ela acordava
durante a noite, ficava observando as estrelas até que Poncho a beijava e a
acariciava inten­samente. Ela sonhava que Poncho ficaria sempre com ela,
procurando água na Vale do Sol eternamente.


Numa manhã,
contudo, o sol nasceu trazendo con­sigo um forte barulho parecido com um
trovão. No mesmo instante Poncho agarrou Anahí, afastando-a rapida­mente da
máquina perfuradora.


-     Corra! - disse ele, puxando-a para longe.


-     Qual é o problema? - ela perguntou, quando finalmente
pararam de correr.


-    
Vai
chover, pequena sonhadora. Vai chover por mais de mil anos.


Anahí olhou para o
céu, não vendo nenhuma nuvem. A perfuradora então produziu um novo barulho
assus­tador.


-           Poncho? Será que. . .


Anahí parou de
falar, com medo de acreditar na­quela possibilidade.


-  Sim! - falou Poncho rindo exultante.


Repentinamente
a água começou a jorrar pelo bu­raco perfurado, subindo ao céu e caindo como
uma chuva prateada, formando uma cortina cintilante ao redor da máquina. Após a
explosão inicial, o jorro de água começou a diminuir até chegar à metade do que
estava. Num ritmo incessante, corria sem parar, de­monstrando que haviam
alcançado a bacia subterrâ­nea. Anahí correu então para perto da água que saía,
e deixou que a chuva prateada molhasse todo o seu corpo. Depois, atirou-se nos
braços de Poncho, beijando-lhe o rosto molhado pelo líquido precioso.


-    
Ê
doce! - disse ela, rindo e chorando ao mesmo tempo.


-     Muito doce! - falou Poncho, beijando-lhe os olhos.


-    
A
água. . . eu me refiro à água. Temia que en­contrássemos água salgada, mas ela
é doce e fresca.


-     Não tão doce quanto você - murmurou ele.


-    
Obrigada
- falou Anahí, passando-lhe a mão pelos cabelos molhados.


Anahí agradecia e o
beijava incessantemente, mas ao contrário de responder com outras carícias,
como sempre fazia, Poncho gentilmente a colocou no chão e fi­cou muito sério.


O vento soprava
pelo canyon, murmurando os se­gredos da terra.


-    
Precisamos
contar a Lee - ele falou. Em segui­da, beijou-a fortemente mais uma vez, para
depois sol­tá-la rapidamente como se não pudesse tocá-la. Seus olhos sombrios.


-    
Poncho?
- perguntou ela, pressentindo que alguma coisa ruim estava para acontecer.
Então ela ouviu o chamado do vento e começou a tremer, sabendo do que se
tratava.


-    
Não.
. . Não! Ainda não! Não agora! - mur­murou, fechando os olhos cor de mel.


Em
seguida, ela se virou e colocou a mão sobre a própria boca, lembrando-se que
prometera a si mesma jamais pedir para ele ficar. Lutava para controlar as
emoções que corriam por todo o seu corpo, sabendo que se falasse algo
destruiria todos os bons momentos que havia compartilhado com Poncho. Já fora
forte muitas vezes em sua vida, e agora era chegado o momento de ser mais forte
do que nunca, o momento de dizer adeus ao homem que amava.


-    
Anahí
- disse Poncho, tentando ser gentil. Seu tom de voz era irreconhecível.


-    
Sinto
muito! Você não vê que se eu não partir agora será pior depois? Agora sei que
jamais deveria ter tocado em você - falou ele, num tom de quem se amaldiçoava.


Depois de um longo
momento, Anahí se virou para ele com o rosto extremamente calmo:


-           Você me deu tudo o que podia e isso
foi muito mais do que já esperei de qualquer homem. Não fique bravo com você
mesmo por isso, Poncho. Eu não estou com raiva de você. Eu te amo, mas sei que
meu amor não é suficiente. Eu já sabia disso antes mesmo de me
apaixonar por você.


A voz de Anahí
ficou bastante suave quando ela er­gueu as mãos para a água que caía:


-    
Você
realizou meu sonho. Eu poderia realizar o seu, mas você não tem nenhum sonho e
o que eu so­nhei por você não foi forte suficiente para mantê-lo junto a mim.
Assim, eu te darei tudo que posso e tudo o que quer:  a liberdade do vento.


-    
Anahí.
. . Deus meu! Como eu desejaria ser um homem diferente - falou ele
desesperançado.


-       Não! Não se odeie, Poncho. Se você fizer isso, vai me
odiar também e eu não suportaria isso. Se de algu­ma maneira você se lembrar de
mim, lembre-se de que eu o amei muito, completo. Mesmo a sua parte vento -
disse Anahí, fechando os olhos, com medo de olhá-lo e perceber ódio naqueles
doces olhos azuis.


Por
um instante, Anahí teve a impressão de sentir o calor da boca de Poncho sobre
seus lábios. Então o vento soprou, levando tudo consigo, o calor aconchegante,
e o homem também. Quando finalmente abriu os olhos, já estava sozinha.


-
Eu te amo, Irmão do Vento - murmurou ela.


O barulho da água
que corria foi a única resposta que Anahí obteve.


 




se comentarem muito, posto caso contrario....


besos!!!


 



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Autor(a): annytha

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Prévia do próximo capítulo

Anahí dirigia a caminhonete pela horrível estrada que conduzia ao Canyon do Vento. O homem sentado ao lado olhava para a terra seca ao redor sem demons­trar emoção alguma. Depois, mexendo-se um pouco no assento, ele suspirou e falou: -           Se você me dissesse que havia &aacut ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 467



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  • unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:41

    Por favor, não abandona! Continua postando.

  • unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:40

    Por favor, não abandona! Continua postando.

  • meybely Postado em 02/08/2010 - 12:55:45


    NUM ABANDONA!
    posta logo

  • unposed Postado em 19/07/2010 - 22:53:20

    Adoro todas as suas webs. Não para não, posta mais, please!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:50:00


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:56


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:51


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:46


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:39


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:34


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!


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