Fanfics Brasil - Verão eterno!!! (Terminada)

Fanfic: Verão eterno!!! (Terminada)


Capítulo: 6? Capítulo

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Enquanto dirigia, Anahí observava seu gado empo­eirado no pasto. Ao longo da
estradinha, havia um encanamento velho recoberto por
areia que indicava que naquele local já houvera água no passado. O poço que
abastecia a fazenda havia secado há mais de vinte e cinco anos. Seu pai o
perfurara profundamente até chegar às rochas, e um outro poço havia sido feito
a alguns quilómetros dali.


Aquele segundo poço tinha o nome de Anahí, e era a água dele que abastecia
diretamente a casa da fazen­da. Havia ainda um outro, cuja água irrigava as pas­tagens
e servia o gado. Entretanto, o pasto agora estava seco e a bomba de água que
servia os três poços havia sido desligada, pois agora era um objeto inútil.
Apesar de todos os esforços, a água que Anahí conseguia tra­zer estava longe de
ser suficiente para abastecer sua casa, seu gado e seu pasto, obrigando-a a
vender muitos de seus animais, já que a seca parecia não mais ter­minar.


As plantações e o gramado ao redor da casa há muito já haviam morrido, bem
como todas as árvores, com exceção das mais antigas, cujas raízes se
aprofundavam no solo. A horta ao lado da cozinha havia morrido tam­bém, já que
a água obtida mal dava para o gado. Toda a água trazida da fazenda de James era
depositada numa cisterna localizada no subsolo da casa. Anahí a usava com parcimônia,
e ainda assim parecia que o gado estava cada dia mais sedento e o sol cada vez
mais quente.


Mas logo deveria chover; afinal, toda seca terminava mais cedo ou mais
tarde. Tudo que Anahí precisava era aguentar firme até que as chuvas viessem e
alimen­tassem seus poços novamente. Então a grama seria re­novada, o gado
engordaria, e a Vale do Sol viveria novamente.


Com o dinheiro economizado quando trabalhara como modelo, Anahí poderia
sobreviver por mais um ano, ou até mais, com um pouco de sorte. Ainda teria o
suficiente para pagar a hipoteca da fazenda, sem precisar usar o dinheiro que
havia reservado para a  perfuração do
novo poço. Descobrir o local exato des­se poço era da maior importância já que,
sem ele, a fazenda estaria irremediavelmente perdida dentro de pouco tempo.


O sol estava se pondo e Anahí observou as terras secas e queimadas. As
montanhas de Sierra Perdida continuavam majestosas, recobertas por vegetação
ver­de luxuriante, fazendo um forte contraste com os tons bege das pastagens
secas. Antes, quando as correntes de água da região ainda não haviam secado,
muitos lagos se formavam, rodeados por belas árvores onde se encontravam
pássaros e animais típicos do local. Agora, inacreditavelmente, aquelas
correntes haviam secado, espantando toda a fauna e a beleza do lugar. Era o
momento de se recorrer aos poços, mas desta vez nem eles haviam resistido.


O cheiro forte de terra entrava pela janela do cami­nhão. Anahí respirou
profundamente deixando que o perfume a reavivasse, pois, apesar do sol forte
estar destruindo o local, ainda assim Anahí amava aquela terra. O pôr-do-sol
tinha tons alaranjados e a noite era povoada por estrelas luminosas.


Ao sair da estradinha da Vale do Sol, Anahí pegou um
atalho que em dias chuvosos estaria lamacento e intransponível. Agora, contudo,
totalmente empoei­rado. Anahí dirigia o camínhão com muita dificuldade, tentando
evitar que ele derrapasse durante o trajeto. Foi logo depois de uma curva
perigosa que ela o avistou: Poncho estava lá, parado ao lado de sua égua, como que
esperando por alguém.                              


Surpresa com a súbita visão, Anahí perdeu o contro­le da
direção, indo de encontro ao tanque de água onde seus animais bebiam.
Assustados com o enorme cami­nhão, eles se espalharam em direção à estradinha,
mas imediatamente Poncho montou sua égua e reuniu o gado, colocando-o num lugar
mais afastado do tanque. Era bonito ver Poncho em seu animal, conduzindo o gado
com extrema destreza.


Anahí fechou os olhos por alguns segundos, não acreditando no que tinha
acontecido: com a força da batida, a carga preciosa começou a vazar de algum
lugar debaixo do caminhão. Seu gado já precisava an­dar muito para encontrar
pasto adequado, e agora te­riam que ficar com, sede por mais tempo.


Anahí desceu do caminhão e com olhos experientes  checou se seu gado estava bem. Em seguida,
vistoriou o caminhão, e foi com grande desânimo que constatou que a junção da
mangueira que enchia o caminhão de água havia sido danificada. Nesse instante, Poncho
volta­va para perto dela e logo percebeu o que havia aconte­cido. Viu que Anahí
tentava desamassar a junção sozi­nha, mas não tinha força suficiente. Então
unindo suas forças às dela, conseguiram atarrachar a ponta da mangueira de um
modo que a água não mais vazasse.


Anahí suspirou aliviada. Poncho olhou para ela, queren­do saber se se dava
conta da força de vontade que ti­nha. Marcas de suor e poeira corriam pelo
rosto deli­cado dela, e mechas do cabelo ruivo saíam do chapéu como chamas
ardentes. Seus olhos claros agora pare­ciam mais escuros e os lábios tinham um
tom pálido, que contrastava com as maçãs do rosto vermelhas. Poncho notou que
ela estava muito cansada e imaginou quan­tas viagens já teria feito do poço de James
até o Vale do Sol.


Gentilmente Poncho pegou-lhe as mãos. Ele estava sur­preso em ver como
dedos tão delicados tinham força para atarrachar uma mangueira tão pesada e
desajei­tada. Não entendia por que Lee não estava com ela ajudando-a num
trabalho tão rude e tão árduo.


- Obrigada. Vou pegar a chave inglesa - disse Anahí.


Ela voltou rapidamente, trazendo uma chave inglesa tão comprida quanto seu
braço, só que muito mais pesada. Poncho
tirou-lhe a chave das mãos e Anahí obser­vou como era fácil para ele atarrachar
a rosca da man­gueira ao tanque. Os ombros largos e os músculos das costas contraíam-se
num movimento ritmado e harmó­nico, demonstrando que aquele trabalho era muito
fácil para ele.


-  Agora afaste-se.
Vamos ver se está tudo em or­dem - disse ele, abrindo a válvula da mangueira
para ver se não havia mais vazamento de água.


Anahí olhou aquele homem de pele dourada, apre­ciando como sozinho ele
conseguia dar conta de tudo. Sentou-se no chão e recostou a cabeça no tanque do
caminhão, demonstrando grande cansaço.


-    Obrigada. Eu te
devo um favor.


Poncho meneou a cabeça lembrando-se de quando vira Anahí banhar o rosto
suave, e das roupas molhadas que lhe marcavam o corpo exuberante. Era uma ima­gem
tão linda e inesperada como um arco-íris no de­serto. Só por aqueles instantes
de extrema beleza, Anahí não lhe devia nada.


-      Não. Você não
me deve favor algum - disse ele num tom calmo.


Ela olhou para ele, mas Poncho estava concentrado no caminhão. Quando
terminou, pegou a mangueira e co­locou a outra ponta no tanque dos animais.
Precisava enchê-lo novamente para que o gado pudesse beber.


-      Tudo pronto,
vou soltar a água - avisou ele.


No instante que a água começou a jorrar, os ani­mais, sedentos,
amontoaram-se ao redor deles, quase prensando-os de encontro ao caminhão.
Mugiam e empurravam-se muito na ânsia de conseguir beber alguma água, fazendo
com que Poncho saísse de perto deles e se abrigasse debaixo do tanque do
caminhão, junto a Anahí.


-      Eles estão
loucos de tanta sede - comentou Poncho, sabendo que tinham passado por um
momento peri­goso.


Aos poucos, todos os animais conseguiram beber, chegando
quase a esvaziar o tanque de água. O som dos mugidos era muito alto e eles
sabiam que se con­versassem naquele momento, não conseguiriam fazer-se ouvir. Anahí
deitou-se no chão empoeirado, apoian­do a cabeça no chapéu, e, com os olhos
fechados, sen­tiu uma onda de prazer ao estirar o corpo cansado. Havia tido um
dia bastante duro e este era o momento que ela sempre esperava com ansiedade:
conduzir o caminhão de volta para a Vale do Sol.


 



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Autor(a): annytha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 467



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  • unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:41

    Por favor, não abandona! Continua postando.

  • unposed Postado em 05/08/2010 - 22:29:40

    Por favor, não abandona! Continua postando.

  • meybely Postado em 02/08/2010 - 12:55:45


    NUM ABANDONA!
    posta logo

  • unposed Postado em 19/07/2010 - 22:53:20

    Adoro todas as suas webs. Não para não, posta mais, please!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:50:00


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:56


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:51


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!

  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:46


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  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:39


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  • meybely Postado em 08/07/2010 - 14:49:34


    NÃO ABANDONA NÃO! CONTINUA!




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