Fanfics Brasil - ●1° Cap. ••●MidNight Man●•• [DyC]

Fanfic: ••●MidNight Man●•• [DyC]


Capítulo: ●1° Cap.

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21 de dezembro


 Portland, Oregon


 


 —Tem medo de mim — pensou ele.


 Maldita seja!


 Sete horas antes tinha matado três homens e ferido quatro. A morte e a violência estavam aderidas a ele como um sudário. Sentia ainda a adrenalina da matança e o forte batimento do sangue nas veias.


 E talvez por isso, desde que tinha cruzado a soleira do escritório de Dulce Saviñon, não podia pensar em outra coisa que em levar à maldita mulher para a cama.


 Chris Uckermann olhou Dulce Saviñon do outro lado do muito elegante escritório. Inclusive Dulce era elegante: com estilo, impressionante, incrivelmente linda com a pele suave de cor marfim, o cabelo castanho escuro e os olhos cinza como as profundidades de um lago da montanha, que o olhavam com cautela.


 —Bem senhor Uckermann, em seu email não disse qual a sua profissão.


 Pela forma como o olhava, se ele houvesse dito “a caçar ursos e ao canibalismo” teria acreditado.


 No mundo dos negócios era um lobo disfarçado de cordeiro com roupa de Brioni e Armani. Isso fazia que um pouco difícil ver a classe de homem que era, e algumas pessoas o viam muito tarde.


 Mas nestes momentos, quando acabava de chegar da Venezuela, parecia o lobo que era. Jaqueta negra de couro, pulôver negro de pescoço alto, calças jeans negras e botas de combate. Com a adrenalina percorrendo ainda seu corpo, não era alguém a quem a preciosa senhorita Saviñon quereria ver em seu edifício. Sobretudo porque, segundo os indícios, ela vivia sozinha.


 Já se mostrava suspicaz e isso que não sabia nada sobre a Sig-Sauer no coldre do ombro, a faca K-Bar na bainha entre as omoplatas, ou a 22 no coldre do tornozelo. Se soubesse o mais provável é que o jogasse do edifício.


 Olhou-o com a ansiedade refletida nos luminosos olhos.


 A alta carga de adrenalina ia diminuindo pouco a pouco. O trabalho de assessoramento aos empresários de azeite da Venezuela sobre como fazer frente a um mundo duro se tornou de repente muito perigoso. Um pequeno exército de terroristas, o Fronte da Liberdade, tinha descido das colinas e tinha tentado sequestrar toda a junta diretiva da Corporação Ocidental do Azeite na metade de uma festa.


 Por sorte ele tinha estado ali vigiando e os tinha derrotado, eliminando três e ferindo quatro. Do resto se ocupou a polícia local. Depois tinha saído do país em um jato particular como agradecido do diretor geral, com um contrato vitalício para ocupar-se da segurança da Ocidental do Azeite em todo mundo e com um cheque de 300.000 dólares no bolso, bem a tempo para a entrevista com a magnífica senhorita Dulce Saviñon.


 Agora tinha que convencê-la de que ele não era perigoso. Era, mas não para ela.


 —Dirijo minha própria empresa, Segurança Internacional Alpha, senhorita Saviñon. Tenho um escritório no Pioneer Square, mas estou expandindo com rapidez e preciso de locais novos. Aqui há muito espaço.


 Chris olhou ao seu redor. Não tinha esperado algo assim. O anúncio do Oregonian só mencionava os metros e a situação no Pearl, uma perigosa parte da cidade que ia se reabilitando pouco a pouco.


 Entrar pela porta principal da histórica construção de tijolo tinha sido como entrar em um pedacinho do céu.


 E as quatro salas interligadas entre si que tinha mostrado pareciam ter sido feitas para ele. Os espaços eram grandes, luminosos e altos. Cheirava a madeira nova e tijolo velho, tão completamente diferente da lúgubre e moderna sala que tinha alugado em uma torre de apartamentos nos limites do Pioneer Square.


 Dentro, o edifício parecia uma jóia deliciosa com seus acessórios de cobre, o chão de madeira e os móveis de cores suaves. Ela tinha colocado algumas discretas luzes para ressaltar os espaços e uns ramos de folha perene que cheiravam a laranjas e canela sobre a lareira.


 A suave música de harpa que se ouvia parecia que vinha diretamente do céu e não de alto-falantes camuflados.


 Imediatamente pareceu a ele que tinha voltado para o lar, algo estranho em um homem que nunca tinha tido um. Seus nervos, ainda exaltados, começaram a acalmar-se. Isto era exatamente o que estava procurando sem saber o que buscava.


 E terei que acrescentar à serena e deliciosa morena que tinha encontrado na porta lhe oferecendo uma mão suave e pequena. O corpo, já preparado pela luta, tinha estado imediatamente preparado para o sexo.


 Diabos, desde quando se distraía com tanta facilidade? Durante o desenvolvimento normal dos acontecimentos, os disparos não podiam distraí-lo de uma missão. Certamente os disparos não eram uma morena grosseiramente atraente, mas sua missão nesses momentos era encontrar um escritório novo e agora que tinha visto este lugar estava decidido tê-lo. E à proprietária. Mas primeiro tinha que controlar seus hormônios, senão fizesse, ficaria sem os dois.


 Tranquila, moça, ordenou a uma parte de si mesmo.


 Devia estar disparando no ar toneladas de hormônios porque ela, inconscientemente, foi chegando para trás na cadeira para pôr uma maior distancia entre eles. — Que pensasse que um escritório e um pouco de espaço poderiam detê-lo se ele de verdade quisesse saltar sobre ela, era tão absurdo que quase sorriu— e seus olhos se abriram tanto que podia ver o branco ao redor das pupilas.


 Hora de tirá-la daquele estado emocional e tranquilizá-la de que ele não ia comê-la. Ainda não.


 De propósito estudou o salão sem olhá-la. Manteve os olhos separados do suave rosto, dando tempo a ela para que o observasse, e ouviu como sua respiração se tranquilizava. Fingiu estudar o escritório era um estratagema, mas logo se viu imerso na beleza do espaço que o rodeava. Não sabia como tinha conseguido ela, mas podia apreciar o resultado final. Impressionante. Suaves tons pastéis e móveis confortáveis que conseguiam ser tão modernos quanto femininos. Tinha conservado os detalhes arquitetônicos dos princípios dos anos vinte. Tudo — cada detalhe, cada canto, cada objeto— era magnífico.


 A mulher já tinha tido suficiente tempo para acalmar-se, assim voltou a olhá-la.


 —Você se encarregou da restauração, senhorita Saviñon?


 A pergunta a relaxou. Olhou ao redor com um sorriso que apareceu nos suaves e rosados lábios.


 —Sim. Herdei o edifício de meus avós. Antes era uma fábrica de sapatos, mas a empresa quebrou faz vinte anos e após esteve vazia. Sou desenhista e decidi restaurá-lo eu mesma em lugar de vendê-lo.


 —Fez um trabalho magnífico.


 Elevou os olhos para ele. Olhou-o fixamente e inspirou.


 —Obrigada.


 Brincou durante uns instantes com uma pluma dando ligeiros toques contra a brilhante superfície da escrivaninha. Ao dar-se conta de que os nervos a estavam traindo, deixou de fazê-lo. Suas mãos eram tão encantadoras como o resto dela, pequenas e pálidas. Usava dois anéis que pareciam de muito valor na mão direita, não usava nenhum na esquerda.


 Perfeito. Não pertencia a nenhum homem e agora que ele a tinha visto nenhum outro homem ia tê-la. Não antes que ele tivesse terminado com ela e isso ia levar muito, muito tempo.


 Viu como tremiam suas mãos.


 Dulce Saviñon poderia ser uma das mulheres mais adoráveis que tinha visto, mas no essencial ela era um animal —um animal humano— e era muito provável que sentisse inclusive o cheiro do perigo que emanava dele, especialmente forte agora.


 Sempre tinha tido esse efeito nos civis. Bom, recordou-se, agora também ele era um civil. Já não estava no serviço onde imediatamente o reconheceriam pelo que era.


 Tinha vivido toda sua vida em uma fraternidade de homens, amigos ou inimigos, com a mesma forma de pensar. Os guerreiros que o conheciam sabiam quem era e normalmente se moviam com cautela quando estavam perto dele.


 Os civis nunca sabiam como agir, eram como cordeiros que sentissem um tigre infiltrado no rebanho. Inquietos sem saber por quê.


 Movendo-se devagar para não alarmá-la, aproximou-se dela e lhe deu uma pasta. Tocou sua mão uns instantes. Era como tocar seda. Os olhos cinza se abriram muito ao sentir o contato e ele se retirou.


 Ela apoiou a mão sobre a tampa com as sobrancelhas levemente franzidas.


 —O que é isto, senhor Uckermann?


 —Referências, senhorita Saviñon. Meu currículo, folha de serviços, crédito bancário, três cartas de recomendação e uma lista dos principais clientes de minha empresa. — Sorriu— Sou honesto, pago meus impostos, sou responsável e eu gosto da ordem e da limpeza.


 —Não duvido de nada disto, senhor Uckermann.


 Voltou a franzir o sobrecenho quando folheou o conteúdo da pasta. Ele se manteve imóvel, movendo só os pulmões, um truque que tinha aprendido no campo de batalha.


 —O que quer você dizer com serviços… OH — Ela elevou o olhar. Algo apareceu em seus olhos— Você é comandante. Um oficial do exército — Ele pôde ver como relaxava um pouco. Um oficial parecia algo seguro. Não tinha nem idéia do que havia feito estando de serviço, do contrário era seguro como o inferno que não relaxaria.


 —Era oficial. Os documentos de baixa também estão aí. E estava na Marinha — Tentou que a voz não delatasse seu desprezo e mal pôde sufocar um suspiro. Exército seguro. Os soldados eram umas joaninhas, todos eles —. Não é o mesmo.


 O sorriso dela se fez mais amplo. Estava abrandando. Maravilha. Chris era muito hábil em ler a linguagem corporal. O aluguel já estava no bote. A senhorita Saviñon relaxou quando leu sua folha de serviços.


 A folha mencionava algumas de suas medalhas, suficientes para impressionar um civil. O resto — as medalhas pelas missões das que ninguém chegaria, ou seja, jamais— era informação secreta.


 A lista de clientes tampouco estava nada mal. Havia ali algumas empresas bastante conhecidas.


 Agora ela sabia que não ia embebedar-se e armar animações. Não ia desaparecer sem pagar o aluguel. Não ia sumir com toda a prata. Algo importante já que tinha muita prata colocada ali, sobretudo em forma dos marcos antigos de prata e em uma coleção de serviços de chá. Em alguma parte de suas referências dizia que ele era um cidadão sério extremamente respeitado.


 O que não mencionava o arquivo era que antes de converter-se em oficial tinha sido explorador e franco-atirador treinado que acertava à presa a uma distância de dois quilômetros e meio. Que sabia quarenta e cinco formas diferentes de matar um homem com as mãos. Que podia fazer explodir aquele edifício com o que havia sob a pia e que amanhã de noite ele estaria em sua cama, com ela.


 —Marinha, um oficial da marinha. Sinto muito. Como tenho que chamá-lo, comandante Uckermann ou senhor Uckermann?


 —Basta chamar de Chris, senhora. Estou retirado.


 —Bem, Chris, eu sou Dulce — Um momento de calma da chuva que aumentava fora criou um pequeno oásis de tranquilidade no escritório.


 Tinha todos os sentidos desenvolvidos. Podia ouvi-la respirar, o som do náilon quando ela voltou a cruzar as pernas sob a escrivaninha. Só podia ver os delicados tornozelos, mas sabia que eram o final de umas pernas longas e esbeltas. Podia imaginar aquelas coxas ao redor da sua cintura, com as panturrilhas abraçadas aos seus quadris…


 —Perdão? — havia dito algo, mas estava tão absorvido imaginando-a na cama que não a tinha ouvido.


 Chris se moveu inquieto consciente de que tinham passado mais de seis meses desde que teve a última relação sexual. Tinha estado muito malditamente ocupado levantando sua companhia e fazendo-a funcionar. Olharam-se nos olhos e nenhum dos dois afastou o olhar.


 —Terá que telefonar para as pessoas da lista. — Ele manteve a voz baixa, tranquila, sem ameaças.


 —Sim, o farei — Ela respirou profundamente— Bem, humm… — Girou nervosamente um anel ao redor do dedo—. Então suponho que será meu novo inquilino. Meu primeiro inquilino. Pode fazer as mudanças que quiser. Embora prefiro que não demolisse nenhuma parede.


 —Nem em um milhão de anos poderia fazer um trabalho tão bom como o que você fez decorando seu escritório. Deveria contratá-la para que decorasse o meu.


 —Em realidade, humm… — A pálida pele se tingiu de um delicado e encantador tom rosado. Ela se virou para trás para pegar um arquivo. Abriu-o e o virou para que ele pudesse vê-lo—. Desenhando estes escritórios me ocorreram algumas idéias para o que vou alugar. Usei uma combinação de cores diferente, fiz a mais… —O olhou através de seus espessos cílios.—, mais masculina —Chris fez avançar a cadeira. Tinha os sentidos tão aguçados que podia cheirar sua pele. Alguma mistura de loção e perfume e calor de mulher. Ela, agora, ruborizou-se furiosamente sob o intenso escrutínio. Chris desviou o olhar para os desenhos que ela tinha posto sobre a escrivaninha e logo se concentrou nos papéis.


 Assombroso.


 —Isto é maravilhoso — disse ele em voz baixa. Estudou cada folha com atenção. Tinha combinado uns insólitos tons de cinza escuro e creme e um alegre azul para criar um ambiente elegante e moderno. Prático, confortável, refinado. Era como se a mulher tivesse passeado dentro de sua cabeça para arrancar exatamente o que ele queria sem saber ele o que quisesse— Elegante sem chegar a ser pretensioso. Eu gosto muito do teto bege com os desenhos azuis.


 —Ecru — Sorriu ela.


 —Perdão?


 —Estou segura de que você tem palavras técnicas em seu trabalho, comandante Uckermann… Chris, como eu as tenho no meu. As cores são quadro-negro, ecru e cerceta, não cor cinza, bege e azul. E os desenhos azuis são pontilhados — Empurrou os desenhos pela escrivaninha aproximando-os dele— Fique com eles. Pode usá-los. E se precisar de ajuda para o mobiliário, diga-me. Nada do que desenhei é de design. Poderia comprar tudo no momento. Eu adoraria ajudá-lo. Tenho um desconto como profissional nos varejistas mais conhecidos.


 —Muito generoso por sua parte. Estaria também disposta a decorar as acomodações destinadas a moradia? Por uns honorários, claro.


 Ela ofegou.


 —Moradia? Também vai viver aqui?



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Autor(a): linydmes

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

—Mmm. Há muito espaço. As três acomodações de trás seriam mais que suficiente para mim. Em meu trabalho o horário é muito irregular e preciso estar perto do escritório. Assim que isto iria muito bem. Agora quero que telefone para as pessoas da lista da página dois.  —Perdão? — ...



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  • natyvondy Postado em 08/06/2010 - 20:59:28

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  • natyvondy Postado em 08/06/2010 - 20:58:18

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  • natyvondy Postado em 08/06/2010 - 20:58:16

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  • natyvondy Postado em 08/06/2010 - 20:58:06

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  • natyvondy Postado em 08/06/2010 - 20:58:05

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