Fanfic: O que eu não esperava do Destino ∞

Encostada no sofá, eu estava folheando meu antigo diário e buscava as memórias mais gostosas da minha tão amada adolescência. Em uma das páginas, eu li uma pequena frase e consegui lembrar exatamente de como tudo havia acontecido.
Eu estava voltando da escola com as minhas melhores amigas: a Julie e a Estela. Conversávamos sobre a última festa que tínhamos ido, o aniversário da Camila, e as minhas amigas contavam a vitória de terem perdido o tal BV.
- Mas ele era muito bonito, mesmo tendo sido meio nojento. - dizia Estela.
- Eu não tenho do que reclamar. Para um primeiro beijo, foi algo muito bom. - Julie sorria, vitoriosa.
Eu andava do lado delas, rindo quando deveria, respondendo com `Hm e Aham` quando necessário. Mas, eu não tinha como compartilhar nada do que elas diziam porque eu não havia beijado ninguém naquela festa.
Lembrei de como tudo ocorreu assim que li minhas pequenas palavras na caligrafia redonda de uma menina de doze anos. Tinha o hábito de escrever num diário desde que minha avó tinha falecido. Antes de partir, ela havia me dado seus diários e um novinho em folha, com capa rosa e meu nome escrito na cor branca. Ela disse que queria que eu escrevesse assim como ela fazia, para assim poder guardar minhas memórias e quando fosse mais velha, pudesse dá-lo aos meus netos, como ela estava fazendo.
Meu nome é Luna e eu tenho dezesseis anos. Minha história não é uma das melhores, mas eu aprendi muita coisa, inclusive que se eu queria ser feliz, eu deveria correr atrás disso.
Naquele dia, quando voltávamos para casa, eu disse a minhas amigas algo que elas não esperavam e obtive uma resposta totalmente diferente da que eu esperava ouvir. E meu conselho é que não se deve mudar uma opinião sua porque seus amigos acham estranho. Eles achavam que doze anos era a idade de beijar quem quisesse e pudesse e eu não pensava assim. Sempre quis que meu primeiro beijo fosse especial, mas fui pela cabeça dos outros. Não tive quem me dissesse que eu deveria priorizar minhas ideias.
Aos doze anos, dei meu primeiro beijo num primo que eu tinha, chamado Henrique. Ele morava em Minas Gerais, enquanto eu morava no Rio de Janeiro e só nos víamos em datas comemorativas. Ele era uns três anos mais velho do que eu. Seria mais fácil encará-lo em longos intervalos de tempo do que seria com um menino da escola, que eu teria que ver todo dia. Foi escondido e ele jamais viria atrás de mim. Eu tinha conseguido fazer o quê tanto esperavam de mim e estava orgulhosa. Mas não deveria ter feito.