Fanfic: O que eu não esperava do Destino ∞

Minutos depois, minha mãe entrou em casa,
com os olhos vermelhos e chorando bem baixinho. Ela cumprimentou as minhas
amigas e eu levantei, indo com ela até a cozinha para se acalmar. Minha mãe
sempre foi minha amiga, apesar de ser muito esquecida e um pouco desatenta a
certas coisas. Eu dei a ele um copo d`água e pedi que respirasse fundo. Ali
estava a conclusão do que eu estava sentindo. Alguma coisa muito ruim tinha
acontecido.

- Filha, lembra da sua tia, a Ana? - ele
disse, em meio aos soluços.

- Lembro mãe. Ela mora numa fazenda, no
interior de Minas, não é? - disse, enquanto segurava suas mãos trêmulas.

- Ela faleceu essa tarde. - ela disse tão
rápido quanto podia, e caiu no choro.

Abracei-a e senti o choro vindo aos
poucos. Ana era irmã da minha mãe, tinha se mudado um pouco depois do meu
nascimento para Minas com seus dois filhos, Henrique e Mariana, após ter sido
abandonada pelo marido. Ela era uma pessoa ótima e tinha lidado com tudo muito
bem. Sua repentina morte seria difícil de aceitar. Alguns minutos depois, as
meninas se despediram de nós duas com um forte abraço, dizendo que se
precisássemos, era só ligar. Minha mãe me mandou subir e arrumar uma mala
pequena, pois iríamos ao enterro da minha tia e ficaríamos o final de semana
lá. Subi depressa, arrumei algumas roupas básicas e coloquei meu diário dentro
na minha bolsa. Uma hora depois, estávamos dentro do avião, indo para a cidade
da minha tia.

Chegando lá, demoramos alguns minutos
abraçando familiares. Encontrei com meu avô e a minha avó materna, abracei-os
tão forte que o mundo poderia acabar naquele momento e eu não sentiria. Sentia
tanto a falta deles que chorei em seus braços. Percebi que devíamos dar valor a
cada segundo que passamos com a nossa família porque a morte não tem hora para
acontecer. Fomos todos juntos ao enterro. Minha mãe, procurando alguém entre aquela
multidão, perguntou à minha avó.

- Mãe, onde está o Henrique?

- Ele já está na capela onde será o
velório. Ele está tão absorto que eu não sei o que fazer.

Quando mencionaram o nome do Henrique, meu
coração ficou de certa maneira bem apertado. Não sabia se estava com pena dele,
ou se estava nervosa por ter que vê-lo, dois anos depois do nosso primeiro
beijo. A caminho da capela, não o reconheci. Perto do corpo da minha tia,
estava um rapaz forte e muito mais bonito do que o Henrique. Tinha cabelos
cacheados e castanhos, seus olhos verdes estavam encharcados de tanto chorar.
Se não fosse pelo sorriso que ele deu para mim quando me viu, eu não saberia
que aquele era o Henrique de dois anos atrás.