Fanfic: Odeio te amar

Na hora da saida, Maite viu Christian saindo sozinho da escola e foi até ele.

     Maite: - Será que a gente pode conversar?

     Christian: - Não se parecermos dois estranhos. Só quero se for pra conversar com a Maite que conheço desde sempre.

     Maite: - Todas são a mesma maite. A que fingia ser sua namorada nos almoços de familia, a que pedia sempre uma mãozinha em algum trabalho sujo, a que você beijou na boate e a que pediu seu ombro ontem, todas são uma só.

     Christ: - E eu adoro todas elas. –Ele sorriu sincero.

     Maite: - Elas também adoram você.

     Christ: - Será que eu posso te deixar em casa? Acho que a gente tem muito o que conversar, quer dizer, se o Átila não achar ruim e...

     Maite: - Eu e o Átila terminamos!

      Christ: - Terminaram? – Christian demonstrou mais alegria do que desejava aparentar.

     Maite: - Aff, Pollis. – Ela gargalhou.

     Christ: - Você gargalhou comigo. Acho que minha vida ainda vale a pena. – Ela olhou pra ele com carinho.

     Maite: - Vamos? – Ela sorriu.

     Christ: - Vamos.

   Eles escolheram o caminho mais longo, passando em frente ao parque, onde crianças sorriam e corriam atrás de pipas e bolas e brincavam nos escorregos e balanços.

   Uma leve brisa soprou e fez com que os cabelos das morenas dançassem, enquanto os olhos se fechavam pra que ela sentisse melhor o vendo. Christian sentiu o ar faltar ao ver aquela cena. Como pôde não perceber durante tanto tempo? Como foi possivel não ver que a garota ideal estava ali, bem ao seu lado, todo o tempo.

     Maite: - O que houve, Pollis? – Ela abria os olhos.

     Christ: - Estou só admirando você.

     Maite: - A mim?

     Christ: - Sim. Quer um sorvete?

     Maite: - E desde quando eu recuso um sorvete?

     Christ: - Nunca, desde que ele seja de flocos.

      Maite: - Exatamente! – Ela sorriu ao constatar que ele realmente a conhecia.

    Os dois compraram os sorvetes e se sentaram em um banco, um pouco mais afastado das crianças, bem embaixo de uma árvore.

      Christ: - Maite, eu estou precisando te dizer uma coisa, desde o dia em que fizemos as pazes no teatro.

      Maite: - O que aconteceu? – Ela parou de chupar o sorvete e olhou pra ele.

      Christ: - Eu menti pra você.

      Maite: - Como assim mentiu?

      Christ: - Não quero ser só seu amigo. Acho até que consigo fingir que é só isso que eu quero, só pra ficar do teu lado, mas as coisas estão ficando cada vez mais claras pra mim. Eu não quero ser só seu melhor amigo. Quero ser seu melhor amigo, seu confidente, seu namorado, seu companheiro...  Eu sei que você não me acha o cara ideal, que me acha galinha e doido demais, mas...

    Maite: - Eu te conheço bem até demais, Christ! Galinha você é sim, mas nunca foi de magoar ninguém. Sempre ficou com várias garotas, mas nunca enganou nenhuma delas, elas sabiam que não eram as unicas. Quanto as suas palhaçadas... Em alguns momentos, elas me irritam profundamente, em outras, sinto como se dependesse delas pra viver. – Ela sorriu e abaixou a cabeça.  – Você é totalmente defeituoso, mas talvez seja perfeito pra mim. Me faz rir, gosta de mim, está do meu lado no momento que eu preciso, e despertou em mim um sentimento que eu tentei lutar contra mais não consegui. Todo mundo sabe como aquele beijo mexeu comigo, tanto que eu surtei, cortei relações com você, fiz uma tempestada. Talvez, não pelo beijo em si, mas pela descoberta que eu fiz: você era mais que um amigo pra mim.

     Christ: - Mai... Eu acho que estou apaixonado por você.

      Maite: - E eu acho que seria completamente capaz de corresponder a essa paixão, meu bobo da corte.

      Christ: - Minha rainha brava e mandona! – Eles sorriram. – Será que eu posso te beijar?

      Maite: - Será que você pode não pedir? – Ela sorriu e ele a beijou.

    O beijo era lento e doce, mas ao mesmo tempo profundo. Beijo de quem tinha medo que tudo fosse um sonho. Beijo com cuidado de quem não quer quebrar o encanto. O beijo que mudaria tudo dali pra frente.