Fanfics Brasil - Sopro de Esperança (Terminada)

Fanfic: Sopro de Esperança (Terminada)


Capítulo: 10? Capítulo

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- Você não sabe quem eu sou,
apenas pensa que sabe... E esse é o seu maior problema.


Poncho sondou os olhos dela com tanta
frieza que Annie franziu os lábios com força para não falar nada que pio­rasse
as coisas. Afinal, era o início de semanas de convi­vência forçada, e os dois
não poderiam passar o tempo todo discutindo. Annie ergueu as sobrancelhas
quando uma idéia lhe ocorreu.


- O que você precisa fazer é fingir
que nunca me co­nheceu.


- Sério?


- Sim. E farei o mesmo com você.


- Ótimo.


- Tudo bem, então dê uma sugestão
melhor para tra­balharmos juntos temporariamente.


- Que tal... - Poncho aproximou o
rosto do dela, o háli­to morno inundando-lhe as narinas -... você ficar longe
até o trabalho acabar?


- Impossível.


- Sempre resta a opção de "ser
boazinha comigo"...


- Também é impossível.


- Tem medo de gostar de ser boazinha
comigo? - Poncho sorriu de modo ameaçador. Isso a fez perder o fôlego e sentir
o corpo desobediente arrepiar dos pés à cabeça. -Até os seus amigos nos interromperem,
recordo que você gostou muito de ser boazinha comigo. Lembro-me dos gemidos, do
jeito como se agarrou a mim não custaria muito para subir a mão um pouco
mais...


Annie detestou ter de engolir.em seco
antes de falar. De repente, as cenas das suas fantasias noturnas se desenro­laram
na mente, embargando-lhe a voz.


- Talvez bastasse lembrar quem beijou
quem daquela vez, não acha?


- Só se nos lembrarmos de quem
convenceu quem a beijar. - Poncho admirou a boca de Annie como fizera no
corredor um dia antes. Como se apenas falar sobre beijar tornasse isso muito
provável nos próximos minutos.


Ela não devia querer tanto que isso
acontecesse. Olha­va fixo para Poncho, o coração disparado.


- Para isso precisamos nos lembrar do
que fizemos antes de toda aquela idéia do beijo vir à tona.


- Hum, talvez você tenha razão... - E,
então, o olhar de Poncho tornou a encontrar o dela, a voz tão rouca que vibrou
no ar. - Agora, o que estávamos fazendo mesmo? Refresque a minha
memória...


O coração de Annie esmurrou o peito
assim que a res­posta lhe ocorreu. - Discutindo. - Não foi isso que deflagrou a
reação em cadeia daquela vez?


Poncho assentiu.


- É. Acho que era isso que estávamos
fazendo. Parece que não conseguimos evitar, não é? Talvez seja só uma questão
de tempo, quem sabe.


A porta da frente se abriu.


- Ótimo, os dois estão aqui.


Aliviada ao ver o irmão, Annie
afastou-se de Poncho, aproveitando para acalmar o pânico. -Você está atrasado.


- A última reunião passou da hora. - Ucker
observou-a por um longo momento. -Algo errado?


- Não. Vamos ver essas plantas logo.


- Precisamos estendê-las em algum
lugar, qualquer coisa que sirva de mesa, Poncho?


Annie aguardou os dois improvisarem
uma mesa com caixotes e metade de uma porta, assistindo a eles de sos­laio
quando Poncho voltou para o seu lado, enquanto Ucker desenrolava a planta.
Querendo que o coração voltasse ao ritmo constante do qual ela começava a
sentir falta, olhou discretamente para Poncho e flagrou-o fazendo o mesmo.
Xingou-o baixinho e torceu para ele escutar.


Fugir novamente parecia cada vez mais
tentador.


Quando a mesa balançou, Ucker arrastou
outro caixote. Aproveitando o barulho para encobrir as palavras, Poncho
aproximou-se de Annie.


- Acho que isso apenas significa que
precisamos ficar atentos ao ponto onde essas discussões nos levam. A menos que
prefira se oferecer para antecipar a etapa do beijo o mais cedo possível...


Então Poncho fitou-a direto nos olhos
e afastou-se para ajudar Ucker.


Annie debruçou-se na mesa e se
concentrou na planta do irmão, em vez de matar alguém diante de uma teste­munha.


- Ainda vamos manter o máximo possível
da antiga fachada de tijolos?


- Sim, e onde acrescentarmos uma nova
camada de gesso, as bordas continuarão rústicas para conservar a aparência
inacabada, criando um contraste com as colunas de aço e a iluminação. - Ucker
apontou para o papel. - A escadaria do mezanino fica aqui. E uma outra escada
leva às oficinas no segundo andar. Ela é acessível pelo meza­nino, aqui, e por
outra porta nos fundos, que os locatários dos ateliês podem usar.


- Quanto tempo a obra vai demorar?


- Esse é o departamento do Poncho.


Ucker indicou-o com a cabeça, de modo
que Annie foi forçada a espiá-lo de novo, desejando que Poncho agisse sem
disfarces na frente do irmão para que Ucker enxergas­se que ele não era um
sujeito tão "bom", afinal.


-Bem?


- Seis semanas. A menos que você venha
para cá todo dia. Seria um incentivo e tanto para acabar mais depressa.


Ucker fez uma careta.


- Eu derrubei a divisória que você
queria, Annie, assim a sala de arte-terapia ficará mais iluminada.


Annie sorriu, grata pela distração.


- Ótimo, ela precisa ser tão clara e arejada
quanto possível. A parede deixava a sala pequena demais, sabe?


- Arte-terapia? - Poncho dirigiu-se a Ucker.


- Pergunte a Annie. O projeto é dela.
Eu só coloquei as idéias no papel. E depois você vai construir tudo. Pensan­do
bem, isso meio que nos torna um time dos sonhos.


Annie manteve os olhos fixos na planta
porque, se Poncho debochasse da arte-terapia, ela jamais conseguiria perdoá-lo.
Mas tampouco poderia olhá-lo nos olhos se precisas­se explicar isso direito,
porque parte dela realmente não queria que ele soubesse o quanto isso
significava. Se ainda estivessem brincando do jogo de "acertar onde dói
mais", então aquilo seria artilharia pesada.


Annie endireitou as costas e manteve
uma entonação indiferente.


- É um jeito de motivar crianças e
adultos traumatizados por abuso, negligência, problemas emocionais ou de
auto-estima a expressar os sentimentos por intermédio da arte. Eu trabalhei
como voluntária num grupo de Paris ligado à faculdade, e eles tiveram um grande
êxito por lá.


- O que era isso? Serviço comunitário?


Annie espiou Ucker a tempo de vê-lo de
queixo caído e sorriu para tranqüilizá-lo.


- Não.


- As pessoas que dão esses cursos não
precisam ter algum tipo de treinamento especializado?


- Eu não dava os cursos, só ajudava.
E, sim, todos os voluntários freqüentavam as aulas. - Pigarreou. -A experiência
pessoal contava muito para alguns volun­tários.


Como Poncho não fez outro comentário, Annie
sorriu de novo para Ucker.


- Ficaram ótimas, Ucker, de verdade.
Obrigada.


- De nada. A conta vai pelo correio.


- Você tem uma escala de pagamento? Ucker
sorriu.


- Verei o que podemos fazer. Poncho
aproximou-se.


- A minha empresa prefere um
adiantamento em dinheiro.


- Você tem uma empresa todinha sua? - Annie
piscou para Poncho, recusando-se terminantemente a mover um centímetro só
porque ele chegou mais perto.


-Sim.


- Com mais do que os quatro
funcionários que estão trabalhando aqui?


- Sim.


Ucker interrompeu.


- Vocês dois realmente deveriam se
reunir em algum momento.


Annie cruzou os braços.


- Sugeri isso, mas o Poncho não quer
brincar.


 



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Autor(a): annytha

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- Bem, talvez ajudasse se tentassem trocar algumas informações. - Ucker esperou que os dois o fuzilassem com os olhos antes de falar com uma entonação perfeita para ralhar com adolescentes. - Poncho, você podia contar a Annie um pouquinho sobre a sua empresa. E, Annie, você podia contar ao Poncho por que o grupo de terapia repre ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 205



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  • jucirbd Postado em 29/11/2010 - 21:02:17

    eu simplismente adoro essa web...super..sou uma Ponny loucamente gamada nessa web..
    POSTA MAIS..antes ki eu arranki meus cabelos...kkkkkkkk

  • unposed Postado em 21/11/2010 - 17:51:10

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  • unposed Postado em 08/11/2010 - 15:09:01

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  • evelin Postado em 08/11/2010 - 00:52:34

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  • evelin Postado em 08/11/2010 - 00:52:22

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  • evelin Postado em 08/11/2010 - 00:51:59

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  • kikaherrera Postado em 08/08/2010 - 20:49:44

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  • kikaherrera Postado em 08/08/2010 - 20:49:44

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  • kikaherrera Postado em 08/08/2010 - 20:49:44

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