Fanfics Brasil - Sopro de Esperança (Terminada)

Fanfic: Sopro de Esperança (Terminada)


Capítulo: 44? Capítulo

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Sim, era importante que a galeria
desse lucro, o que significava ter de sorrir para o tipo de gente que tinha dinheiro
sobrando. Poncho entendia isso, pois ele mesmo sorrira bastante pelo bem dos
negócios. Mas quando se tratava de Annie, a coisa era diferente, não?


De queixo empinado, ela perscrutou a
multidão e, sem hesitar, cravou os olhos nos dele antes de sorrir com do­çura,
um sorriso sincero que Poncho retribuiu à altura.


Poncho não lembrava de sentir tanto
orgulho de outra pessoa quanto sentia em relação ao projeto de Annie. Ela não
só arriscara todos os recursos financeiros, como o fizera em um empreendimento
que também renderia coisas boas. Promoveria novos artistas irlandeses e os
incentivaria a contribuir para o patrimônio cultural do país, além de ceder
espaço gratuito a grupos que usam a arte para ajudar as pessoas a se expressar.
Sem mencionar o dinheiro que ela investira em seu querido programa de
arte-terapia.


Essa sensação de orgulho fazia Poncho
sentir-se ainda melhor quando Annie o procurava na multidão, ou sorria ao
avistá-lo, ou se aventurava a tocar-lhe a mão. Ou as nádegas, num rasgo de
ousadia.


Minha.


Assim que conseguiu atravessar o
salão, Annie aproxi­mou-se dele com um doce requebro.


- Você sempre faz isso, sabe.


- Faço o quê?


- Fica no canto nas festas, sem se
misturar às pessoas. Lutando contra o impulso instintivo de abraçá-la e apagar
qualquer vestígio do toque de outro, por mais inocente que fosse, Poncho deu de
ombros e espiou em volta.


- É um velho hábito. Annie pareceu
pensativa.


- É mesmo. Eu me lembro. Quando éramos
crianças, sempre que havia uma festa lá em casa, você costumava ficar parado à
porta.


Ele respirou fundo e esperou para ver
se ela compreen­deria tudo sozinha. Afinal, após repensar tanto o passado como
o que andara fazendo ultimamente, ele agora en­tendia por que agia daquela
forma.


Annie balançou a cabeça.


- Você se sentia um intruso. Não
acreditava que aque­le era de fato o seu lugar?


Ele tornou a respirar fundo, mantendo
a voz calma.



Eu não era um de vocês. E entendi isso muito cedo.


- Para mim, você era parte da família.
Ele franziu os lábios.


- Até certo limite.


- Desde quando?


A voz rouca com que ela proferiu a
pergunta obrigou-o a desviar o olhar. Afinal, sempre que ela usava aquele tom e
o fitava daquele jeito, a vontade de tomá-la nos braços era tão forte que
causava um aperto no peito. Mas se li­mitar a responder às perguntas agora era
mais fácil para ambos.


- Vocês tiravam aquelas fotos de
família todos os anos. Uma vez eu perguntei à minha mãe por que eu não podia
sair no retrato também. Então ela explicou tudo, daquela maneira bem simplista
para uma criança entender.


- O que ela disse?


- Não importa mais. Eu já sou um
rapazinho.


- Eu gostaria de saber. - Annie...


- Por favor. - Annie mostrou-se
determinada. - Nós teríamos de lidar com as situações mais difíceis em algum
momento, não acha?


- E quer fazer isso agora? - Poncho
soltou uma garga­lhada. Ela só podia estar brincando. - No meio da festa, com
toda essa gente bacana pronta para cobri-la de di­nheiro? Essa é a sua idéia de
ocasião conveniente para desenterrar o passado?


Ela cruzou os braços.


- Eles já gastaram dinheiro suficiente
para que eu vá dormir feliz. Certas pessoas chegaram mais tarde que outras. E
não podemos chegar às vias de fato em público, certo? Assim como não poderemos
evitar o assunto fa­zendo outra coisa. É perfeito. E não se trata apenas de um
assunto. Um passo de cada vez, Poncho.


- E se eu contar a causa original do
meu hábito de ficar no canto, parado olhando, você conta por que nunca me falou
o quanto odeia ficar no meio de todas essas pessoas?


Annie perdeu o fôlego.


- Como você descobriu...?


Sorridente, Poncho deu uma volta,
apontando para os próprios pés.


- Bem aqui, na terra dos observadores
de multidão, lembre-se.


Ela revirou os olhos, mostrando que
ainda detestava dar-lhe razão.


- Certo, você conta se eu contar?


- Você primeiro.


Para um homem que passara anos
aprimorando a habi­lidade de negociar para sempre levar vantagem nos contra­tos,
Poncho bancou o amador ao ignorar as letras miúdas.


Como sempre, Annie ainda não havia
terminado.


- Mas não pense nem por um segundo que
a expressão "não importa mais" me satisfez. Você continua parado no canto,
não é?


- Hoje sinto confiança o bastante em
quem sou para saber que as pessoas virão até mim... Eu não preciso ir até elas.


- O que sua mãe falou para você?


Poncho deu de ombros, como se sentisse
a necessidade de afugentar aquelas recordações.


- Ela disse que era um retrato só dos Portilla,
por­que eles eram especiais e nós éramos diferentes, uma outra família. Poucas
semanas depois, ela pediu para a sua mãe tirar algumas fotos nossas, e todo ano
minha mãe cuidava para que, quando vocês tirassem fotos, nós tam­bém tirássemos
as nossas. Ela ainda guarda todas em porta-retratos espalhados pela casa, na
propriedade dos Portilla. Porque por mais que eu insista, ela não abre mão de
trabalhar para a sua família.



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Autor(a): annytha

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- Quantos anos você tinha quando perguntou isso? - Cinco ou seis. Apesar do tom casual, Annie olhou feio para ele e pigarreou antes de retrucar. - E tudo o que você ouviu é que os Portilla eram especiais e vocês diferentes deles, certo? Foi você começou a desenvolver um complexo de inferio­ridade. - Refere-se ao que voc&eci ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 205



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  • jucirbd Postado em 29/11/2010 - 21:02:17

    eu simplismente adoro essa web...super..sou uma Ponny loucamente gamada nessa web..
    POSTA MAIS..antes ki eu arranki meus cabelos...kkkkkkkk

  • unposed Postado em 21/11/2010 - 17:51:10

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  • unposed Postado em 08/11/2010 - 15:09:01

    Opaaa...Hot ...

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  • evelin Postado em 08/11/2010 - 00:52:34

    nova leitor posta mais to adorando a web.

  • evelin Postado em 08/11/2010 - 00:52:22

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  • evelin Postado em 08/11/2010 - 00:52:12

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  • evelin Postado em 08/11/2010 - 00:51:59

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  • kikaherrera Postado em 08/08/2010 - 20:49:44

    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Maissssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

  • kikaherrera Postado em 08/08/2010 - 20:49:44

    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Maissssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

  • kikaherrera Postado em 08/08/2010 - 20:49:44

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